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quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

A Ascenção Elitista de uma classe e o efeito Lúcifer

Ditadores e mafiosos normalmente são conhecidos pelos mesmos sintomas enquanto estão no poder, nunca responder, sejam perguntas, duvidas e principalmente judicialmente. Cabe as vítimas deles isso. Sempre é mais fácil acusar, perseguir e punir os mais fracos e oprimidos do que assumir os próprios erros ou a dos mais poderosos. Pois o oprimido pensa que apenas é possível se libertar da opressão, oprimindo.

Alguns arquétipos são naturais apenas em circunstâncias e outros a determinados substratos da sociedade, assim como em situações de calamidade e emergência o heroísmo e as classes subjugadas arquétipos jocosos são projetados. Ainda que a maior parte de todas culturas e sociedades desde a antiguidade se organizasse hierarquicamente de modo espontâneo, como caçadores e coletores sendo os homens e as mulheres artesãs (como ainda hoje povos nativos) posteriormente evoluiu a agricultores e desses guerreiros, súditos de monarcas. A medida que a sociedade crescia em complexidade as estruturas mudavam mesmo que em muitos casos estas hierarquias e posições sociais frequentemente desembocassem em desigualdade e discriminação mediante a posição de maior prestígio de um em relação a outros. 

A discriminação e desigualdade é um problema intrínseco as relações sociais, por isso passaram a serem usadas instintivamente como manutenção do status dominante comparativamente em relação aos demais. Porém, desse relacionismo comparativista se agravava em agressividade em relação as maiores diferenças entre outras culturas e povos sendo frequentemente o problema que iniciava muitas guerras ao lado da busca expansionista pelo poder. 

Povos distintos como os mongóis, os africanos e europeus assim tinha diferenças que para estes não justificavam apenas o racismo, mas as diferenças entre tradições e culturas fonte de ojeriza etnocêntrica e xenófoba arraigada na incompreensão e irracionalidade. Por esse motivo, assim como cientificamente alguns analisaram um suposto Efeito Lúcifer ante o poder corruptor de alguns contra pessoas que estavam mais vulneráveis. Similarmente  a banalidade do mal apontada pela filósofa Arendt onde a conscientização e crítica eram desprezadas por pessoas aparentemente comuns a fim de produzir e reproduzir crimes contra minorias no nazismo, a pretexto do dever ao seguir ordens.

As discriminações sempre análogas as diferenças culturais e raciais normalmente exacerbaram a promoção de uma sistematização do círculo do ódio, utilizando justamente estes resquícios primitivos e instintivos dos antigos arraigado no medo de povos alheios e diferentes ao apresentar uma progressão da luta de classes não somente dentro de sua própria estrutura social, como em relação a alheios, o que alimentou a escravidão de africanos, morte de nativos, subjugação de povos ditos "perdedores" e assim dominados, como inúmeras vezes os exílios dos judeus em toda sua história. 

A medida de poder de uma classe dominante assim se torna a medida de seu efeito auto corruptível sobre os dominados e minorias vulneráveis, como inúmeras vezes temos exemplos históricos da humanidade. Assim há diversos tipos de classicismos além dos hierárquicos verticais ao se transformarem em desigualdade por abusos de poderes e privilégios sobre o menor, fraco e oprimido. Dos etnocêntricos o qual a robustez ciclônica vive do caos social, econômico e de valores das culturas satélites a quem orbitam em desigualdade ante sua calmaria. 

Ante padrões fractais em escalas desse classicismo sendo interior a própria sociedade quanto as alheias e exteriores, normalmente mesmo os povos oprimidos replicam a discriminação sobre si, como muitas aldeias africanas que caçavam negros de outras aldeias para eles mesmos escraviza-los e vende-los aos ocidentais, sendo esta em si mesmo uma hierarquia perversa em camadas. Os oprimidos passam a reproduzir a opressão sobre outros ainda mais vulneráveis mediante a própria vulnerabilidade de não serem capazes de se defender dos que sendo mais fortes que eles, os oprimem. Os que estão no topo, obviamente reivindicam sua superioridade moral ante estes atos sobre seus oprimidos imediatos ao terem nestes projetados a reprodução do que sofrem sobre estes que nada pune, freia, crítica ou estanca. A busca arquétipa aqui desses oprimidos médios é pelos bodes expiatórios pelo que passam enquanto estes mesmos são bodes expiatórios dos que estão ainda mais por cima gerando ciclos de purgações factoides de eternos conflitos.

Destrinçar esses mecanismos em suas concepções multifacetadas de variáveis do mesmo são mais que necessárias ao apresentar uma versão antropológica da cadeia alimentar da selva, mesmo que os dominantes finais, maquiados, nunca admitam a própria barbárie que vem de cima e a medida de sua acessão é a medida de sua corrupção autoimune por isso. Assim como o lobo alfa de uma alcateia caçam suas presas, este mesmo tem seus esparro interiores demonstrando que o afastamento dos valores civilizatório é a aproximação do bestialismo quando homem se funde ao animal.


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