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quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

A Partenidade dos Próprios Atos e a Síndrome Bestial

“Uma família de san-culottes descansa depois
das fadigas do dia” (1792), James Gillray
.


Uma vez provendo a relação dialética entre atos e fatos as associações que movem ações perfazem parte da formação da personalidade assim como de uma identidade social.

Na antiguidade e no período medieval essas id sociais eram titulares ao status de indivíduos ao serem associadas ao nome destes, principalmente da nobreza, ou por algum grande feito de alguma personalidade, tanto como a origem de alguns sobrenomes em lugares ou termos jocosos como manifestações classicistas (passivas) como da origem do termo bandido (de banido) ou vilão (dos camponeses de vilas), como a formação acadêmica fornece a vintena da alma matter ao graduado, a sociedade similarmente em graus diferentes, de acordo com as classes.

Nos tornamos a imagem e semelhança do que fazemos repetidamente. Se os atos são pai da própria identidade social o que o indivíduo sofre e passa é a mãe, há bons casamentos disto tanto dos que passam o melhor mesmo fazendo o pior, mas há também órfãos e mães solteiras dos bastardalizados pela sociedade. O arquétipo do sofrimento passivo é o estupro dessa mãe-sociedade que gera indivíduos estes como vítimas até serem apadrinhados pelo pai que lhes fez sofrer através da mãe que lhes pariu. 

Na sociedade sexista assim há essa desigualdade entre essas afiliações que se sobrepõe de modo violento e agressivo, por vezes deformando a identidade social do indivíduo. A identidade social formada por essas relações podem apresentar uma progressão ainda mais poluída que da dicotomia sexista que disso emerge. A desumanização do ser humano pelo sobrevivencialismo instintivo gera a síndrome bestial, donde a sociedade na cruza do antissocial gera quimeras arquétipas ao reproduzir em si mesma o que faz. 

Estas bestas avessas as regras sociais da afeição e arrependimento de seus malefícios fazem sofrer a passividade maternal de aflições antes da besta emergir a posição ativa por essa relação de desumanização bestial sendo licenciosa a revelia da lei e direitos da vítima. Isso ocorre pelo sociocídio ao matar o ser social, logo a identidade social na imposição de um ego animalizador/bestializante. O ego bestial suplanta a identidade social dos indivíduos envolvidos ainda que estas possam aparentemente coexistir em momentos distintos numa multiplicidade contraditória e dicotômica a exemplo do duplo padrão moral e a dupla identidade. A besta-humana como os rejeitos dos assassinos e estupradores serias são o resultado mais radical disso, como uma zoofilia sádica.

Uma vez que a identidade social surge dessa relação de passivo/ativo, o que passa e faz, a síndrome bestial como agravo a liquefaz. Como há identidades sociais como as profissões estas sendo marcas indeléveis de sua personalidade (como amável, sincero, honesto as negativas sendo a estas opostas) a síndrome bestial as suplanta pelo sobrevicencialismo e radicalização. Essas bestas-humanas ao assumirem o ego predatório passa odiar o pequeno (minoria) e fraco (vulnerável), pois está sempre a procura de presas a tragar como predador opressor reproduzindo igual desumanização sobre as vítimas. O ego deles contra o id social de suas vítimas se alimenta disto, numa zoofilia antissocial.

Se o crime em comunidades carentes muitas vezes surge da revolta ante a passividade social e econômica o crime das classes altas é pelo efeito Lúcifer das facilidades e impunidades que detém em privilégios licenciosos e elitistas.


Trecho do ensaio "Verbogonia do Filoversismo" de William Fontana.

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