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quinta-feira, 30 de setembro de 2021

As Lógicas Dialéticas entre Fatos e atos

O fato apenas advém do ato como consumação do movimento verbal da ação passada, porém, solidificada na causalidade. Assim todo fato é uma assinatura de um ato passado e por esse motivo não existe fato futuro, se não previsões, planos, sonhos e possibilidades de ações que os gerem. Desse modo assim como não existe fato sem ato, não existe ato sem fato, pois na causalidade de mudanças ele sempre será precedido e sucedido. Todavia a causa primeira intrínseca a metafísica não é oriunda a um passado linear longínquo, a que supõe a causa de todo mais como primeiro ato do universo. Mas o verso primeiro como 'face' ou 'versão' pré-existente tanto como o futuro é pra nós ou o passado nos proporcionou fora consumada a tornar-se única versão, um universo. Similarmente as possibilidades diversas até consumar-se única ao ato pensamento ao se consumar no fato da ação que por sua vez é um ato que gerará fatos negativos ou positivos. 

Assim sabemos que a ideia de causa primeira não é linear, mas facetas relativas e variadas em face de consumação e a razão da ideia de um multiverso ser apenas isso, uma ideia, pois é intrínseco a metafísica do intangível a não ser por probabilidades, hipóteses e teorias. Tais ideias são atos do pensamento e assim apenas fatos interiores e abstratos ainda que relativos a realidade exterior, concreta e absoluta de modo que toda ação advém de um plano de ação, ou seja uma ideia de ato que dá lugar ao fato ainda que baseado em fato anterior.

A lógica sucessória é adjacente aos fatos mediante seu grau qualitativo e quantitativo ao fomentar tanto induções de causalidade anteriores quanto predições e previsões vindouras tanto como das deduções ulteriores - aquelas das quais analisa a possibilidade qualitativa de algo, ou seja, sendo este negativo ou positivo. Disso intuímos que existe algo que 'deveria' acontecer e algo que 'pode' acontecer. O 'certo' em termos qualitativos compreende a lógica ética, ou melhor, do que seria a sucessão justa a algo, ao contrário da lógica probabilística sendo estritamente caótica e arbitrária por ser quantitativa, a possibilidade de um ato negativo ocorrer. 

Em face de um sinistro ou hediondo tendo no precursor as paixões do ódio e discriminações reconhecemos assim como uma previsibilidade óbvia ainda que não sendo eticamente lógica, tanto como previsões físicas estão para a astronomia ou para o Climatempo. Por esse motivo em termos de sociais e humanas sucede a busca pela prevalência da lógica ética, que busca a qualidade do justo como fonte positiva de neutralização de seu oposto imediato. 

O mesmo assim ao compreender uma estética ao direito, sucede as classes e desigualdade dando lugar a ideia de 'justiça social', enquanto o sadismo e elites tem concepções deformadas dessa estética lógica da ética, os que lhe contrapõe. Ainda que a ética da justiça social valorizem quem passou as lutas e injustiças, o foco está na pessoa que carrega as marcas dos atos sob a alcunha dos fatos sociais, não os atos em si ou seus perpetradores quando o sadismo e a desigualdade elitista é o oposto. Assim compreendemos a luta dialética de classes não sendo um mero ato de materialismo histórico senão uma dialética entre os atos e fatos, tendo dentro de si as margens lógicas de tais possibilidades como combustores.

A dialética assim não é a mera sucessão de atos contrapostos, mas luta ante fatos anteriores sendo estes qualitativos ou quantitativos. Muito menos lutas de fatos, pois estes ao contrário dos atos não possuem outras faces, versões e versos sobrepostos por serem consumadas no universo, não um multiverso de possibilidades donde germinam mudanças. Ainda que desse modo a luta de classes não é meramente linear.

Um indivíduo pode ter atos antagônicos, não fatos, os que apenas correspondem a tal incongruência, pois cada qual depõe a incongruência  de seus atos entre si, pois um fato não pode ser verdadeiro e mentiroso ao mesmo tempo, ou certo e errado simultaneamente.

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Conto 'Memórias Póstumas de Um Mundo Morto' no Litera Livre

Conto 'Memórias Póstumas de Um Mundo Morto' de William Fontana selecionado para a 29ª edição da Revista LiteraLivre, clique aqui para acessar a lista de selecionados. Foram 689 textos inscritos e 116 selecionados, acesse para download e leitura gratuita.


O conto pertencente a antologia 'Mapa dos Sonhos' narra uma distopia paralela o qual Machado de Assis fora obrigado abandonar sua carreira literária por ser afrodescendente.

terça-feira, 28 de setembro de 2021

Melhoras Frases do Autor em Setembro de 2021 - Parte 3

Seleciono abaixo algumas das melhores frases de pensamentos e filosofia do autor o período de setembro de 2021. Clique nas imagens para amplia-las:










segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Símbolo do Filoversismo

Após 18 anos do termo ter sido criado por mim, quando ainda era autoditada ao criar um grupo no antigo Orkut, desenvolvi um símbolo que sintetize de modo minimalista toda a essência da proposta filosófica do filoverismo. Como amor ao verbo que como chave é capaz de mudar o destino da realidade, aos quatro ventos. De todo Corpus Ad Ventus, nos livros de ficção e não ficção o enclavinhar de 'clavis', para abrir as portas não apenas do conhecimento e verdades, mas do horizonte de realidades numa compreensão significalista da realidade contra todo torpeniilismo, ainda que travestido do contrário.


A Filoversia foi concebida oficialmente em 2004 - mesmo que parta de conceitos anteriores - sob o nome original de Singularismo, é uma corrente e sistema filosófico e metafísico criado pelo filosofo e escritor Gerson Machado de Avillez. O Filoversismo se divide no estudo metaverso de três vertentes: o tempo (futuro e paralelo), dimensionais e mental estes essencialmente são singulares. A Etimologia da palavra Filoversia vem de "filos" que significa do grego paixão e somado a "verso" que significa face ou lado com "sofia" que significa conhecimento e ciência.

domingo, 26 de setembro de 2021

O direito a loucura e a loucura do direito

A calúnia tenta colocar palavras que não dizemos em nossas bocas e desejos que não sentimos no coração para tentar por o que não fazemos em nossas mãos. Tudo apenas para que os únicos culpados não assumam a responsabilidade do que apenas eles fazem, e a vítima cúmplice do próprio crime por silenciamento.

A censura cala o direito e o silenciamento cala a justiça quando a democracia não cala apenas estes. O crime fala a difamação intencional, a injúria odiosa e a ameaça chantagista. E a negação do direito alheio é a defesa do próprio privilégio criminoso e impune.

Ora, se mesmo defender para os outros os direitos que não deixam você ter é servidão, defender para si o que não defende para alheios é egoísmo excludente, porém, defender os direitos que defende para si como para todos é ativismo altruísta de serviço. Por isso quando sabemos o que queremos podemos ter um plano, mas quando sabemos o que não queremos (o crime) temos princípios e ética!

Porém, os que não admitem que nem privacidade tenha pregam a incongruência de que o conhecimento que sou autor seja privado, inclusive de minha própria autoria! É quando sabemos que a vítima que sofre o crime ao passar a dever, é pelo crime vir em sequências, senão uma franquia inteira. Isso o que acontece quando os maus dominam. 

Quando os maus não matam os bons na vida, matam em vida, na história, da sociedade. A maldade é o déficit moral e de caráter do qual a hipocrisia da maldade ao ver na bondade riqueza tenta rouba-la por não ser capaz de a produzir. Disso avareza a quem verdadeiramente o faz de modo integral e espontâneo. Pois quando a maldade é necessidade sabemos se tratar da fisiologia de monstros.

Se os loucos sem poder viram vítimas, loucura com poderes produz apenas monstros. O louco vulnerável é rejeito, o louco venerável tirano. É o que acontece com os que acham que seu desejo é lei, não quando a lei é nosso desejo.

sábado, 25 de setembro de 2021

Sinopses dos Melhores Contos do Autor: Parte 1



Seleciono abaixo uma lista sinóptica de alguns dos melhores contos do autor por si mesmo. A maioria dos contos foram publicados em sites, revistas e antologias majoritariamente virtuais, todavia eles estão associados a antologia do ano o qual foram escritos originalmente. Para acessar essas antologias acessa a barra de links lateral, e lei as sinopses abaixo:

Cavernas Metálicas (Devorador de Memórias - 2021)
Desolados no espaço sideral e crendo que seu planeta acabou, pessoas são mantidas em cárcere de perpétua tortura a pretexto de ser extraído uma enzina vital para a sobrevivência humana. Porém, ao se amotinarem percebem serem criados em órbita terrestre para produzir um produto capaz de manter ricos e celebridades sempre jovens em seu luxo terrestre.

Arcabouço Apocalíptico (Verbogonia – 2020)
Após um experimento científico dar errado em órbita terrestre gera um buraco negro o qual os efeitos torna possível estes verem o próprio fim da humanidade.

A Mala (Verbogonia – 2020)
Um mercenário após receber a missão de resgatar numa empresa de alta tecnologia uma valise, percebe que seu conteúdo sendo, na realidade, direcionado a si mesmo levará a uma informação privilegiada que poderá mudar o futuro da humanidade, para o bem ou mal.

A Grande Loja Dos Pesadelos Fatais (Devorador de Memórias  - 2021)
Dentro do universo 'adormecidos' uma loja vende clandestinamente sonhos extraídos de uma série de autistas mantido em suspensão de consciência até que num último ato seus sonhos sejam vendidos a milionários desiludidos com o mundo. Todavia um destes ao ter contato com o Onneirokronos pode mudar tudo ao transferir sua mente não apenas ao usuário, mas noutro tempo.

Memórias de Uma Vida Que Não Vivi (Verbogonia – 2020)
Num mundo paralelo onde o 11/9 fora impedido pelas autoridades um casal que se conheceu nesse dia, nas torres, se casam e tem uma vida exitosa e feliz levando-os a pensar na possibilidade do atentado ter se consumado.

Homo Omni (Verbogonia – 2020)
Acreditando estar sofrendo de severa alucinações um paciente percebe que mais que uma doença sua alucinação era um poder capaz de criar a própria realidade.

Clube do Suicídio (Verbogonia – 2020)
Um grupo de potenciais suicidas se reúnem em terapia para desabafar os catalizadores de seus infortúnios depressivos. Todavia, logo todos descobrem ter um dos membros relacionado diretamente a todos que desgraçaram sua vida percebendo se tratar de uma trama que promovia o suicídio ritual deles, sem saber.

Porta 42 (Histórias Nousóficas – 2019)
Um psicopata como um aprendiz da crueldade desenvolve seu apuro sádico e narcisista até que após matar e estuprar uma jovem por ele ludibriada se depara no armazém abandonado com um espelho que mostra a verdadeira natureza de sua alma.

Sapiofobia (Histórias Nousóficas – 2019)
Num mundo onde a inteligência é impreterida e marginalizada, toda diversidade ideológica, política e religiosa é suprimida num estado ineptocrata onde livros como A Bíblia Sagrada ou O Capital, de Karl Marx são proibidos. Porém, quando um dos cidadãos tem seu implante danificado sua inteligência ao ser desbloqueada leva ele a ser perseguido até se refugiar num grupo de pessoas cultas, mas marginais.

A Volta do Ponteiro (Todas Formas de Sonhar – 2016)
Um homem parece preso num pesadelo cíclico numa espelunca de lanchonete. Fadado a morrer independente do que faça, ele vê a chance de romper os ciclos aspirais com a visita de um misterioso homem.

Ascenção de Mephisto (Chronomicon – 2012)
Após uma expedição chegar em Marte os tripulantes ao terem contatos com esporos misteriosos passam a ter alucinações de memórias ancestrais dos que seriam os marcianos extintos. Porém, os esporos por si só uma consciência coletiva que reúne memórias de várias espécies ao longo da existência, e barganha pactos em troca de conhecimentos, o que pode custar a existência da humanidade, tanto como de outras espécies anteriores.

Inominável do Além (Todos Os Dias de Um Pesadelo – 2018)
Após décadas das intermináveis guerras no Oriente Médio a violência atroz de soldados e grupos extremistas parece libertado algo fugaz e tenebroso e do qual todos que veem não sobrevivem.

Jogo da Dominação (Todos Os Dias de Um Pesadelo – 2018)
Ao pesquisar uma série de pistas de crimes cometidos num jogo de realidade aumentada, dois policiais seguem ao encalço de um suposto assassino sem saber ser um ardil para libertar a mente de um dos gênios mais malignos do mundo, o falecido criador do jogo, Alvaro Watchman.

Guardiões dos Hades (Todos Os Dias de Um Pesadelo – 2018)
Após uma expedição de resgate ir procurar pesquisadores anteriores numa ilha de difícil acesso no mar do Japão estes se deparam com uma base militar desolada ao encobrir um complexo arqueológico que remete aos judeus antigos. Um lugar onde seria uma das entradas para o inferno, protegido por uma espécie divina, nem anjo ou demônio, mas um guardião especialmente criado para aquilo.

Dinheiro Maldito
(Todos Os Dias de Um Pesadelo – 2018)
Uma sequência de infortúnios parece suceder a desgraça da vida de quem toca uma nota de 50 reais o qual todos os que as pegam tem um final trágico, mas as causas disso podem ser surpreendentes.

Terras do Amanhecer Eterno
(Chronomicon – 2012)
Após um meteoro destruir a Terra após o século XXI, a mundo parou sua rotação fazendo com que os poucos seres sobreviventes pós-históricos habitem as chamadas zonas de crepúsculo. Dentre eles um grupo de adolescentes que tendo em média 30 anos de vida sobrevivem acreditando que os restos de histórias em quadrinhos aludem ao que eles creem ser Deus, o Super-homem.

Nostalgia é o Futuro (Cronomancer – 2017)
Após um grupo de jovens usar uma droga alucinógena misteriosa nos anos de 1980 este tem visões tenebrosas do tempos da segunda década do século XXI, mas que ao retornar pensa tudo não passar de uma alucinação do futuro.

Mil Anos de Escuridão (Cronomancer – 2017)
Numa era nazista, ao final do segundo milênio do Reich de mil anos um desiludido agente nazista vai ao encalço de um lendário grupo de resistência que leva-o descobrir que o Hitler eterno que governa o mundo por séculos, não passa de uma sucessão de clones, e que as lendas de raças humanas "inferiores" que estão nos museus, de negros, mestiços, judeus, nativos a amarelos eram todos da mesma espécie humana. Esse grupo guardando genes destes, assim como acervos de artes, religiões e culturas  de todo mundo planeja finalmente derrubar o Reich eterno com a ajuda dele.

Caverna das Memórias Póstumas
(Todas Formas de Sonhar - 2016)
Ao adentrar em trechos desconhecidos de um complexo de cavernas, os espelelogistas descobrem que os mitos que inspiraram o Inferno de Dante são reais ao ecoar as próprias dores vindouras.

Corvo Branco (Todas Formas de Sonhar - 2016)
Ao adentrar na maior e mais próxima área vazia do espaço a tripulação de uma nave atravessa o limiar dimensional para descobrir que um universo com mais dimensões que o nosso é o responsável por gerir o nosso em similaridade a uma simulação.

O Poço Maldito
(Cronomancer – 2017)
Ao encontrar um lendário  poço dos desejos, um negro liberto pela lei do ventre livre passa a sonhar com uma vida melhor depositando suas esparsas economias no infame poço. Todavia seus desejos podem se tornar seu maior inimigo quando não aprender a saber pedir.

Sem Origem (Cronomancer – 2017)
Ao ser contratado por uma empresa chinesa para realizar a engenharia reversa de um misterioso artefato, o técnico percebe que desvelar seu segredo tecnológico poderá desencadear o fim da humanidade, o qual teria levado a existência do próprio objeto em si.

Primeiro Seth (Neuroversus – 2014)
Na maior biblioteca da antiguidade, em Alexandria, um guardião dos tesouros do saber humano se vê as voltas num aparente conluio onde homens de negro ao provocarem um incêndio visava roubar um livro perdido na história chamado 'I Seth'.

Echochronos (Chronomicon – 2012)
Um bispo é chamado para um incomum caso de possessão demoníaca. Porém, ao encontrarem seu próprio corpo congelado por séculos ele percebe estar enfrentando, Chronos, o arquidemônio do tempo.

Irmãos Mani (Devorador de Memórias - 2021)
Após se adotado um bom rapaz sofre súbitas sensações amargas e aflições como sentindo dores de pessoas que não conhece. Ao investigar percebe haver um impostor que sendo semelhante a ele, mas seu exato igual, faz tudo que lhe é oposto. Esse sendo um irmão gêmeo separado na infância, desde o orfanato, é como sua metade negra que deseja culpa-lo por todo seu sadismo e crueldade e tomar seu lugar.

Lockdawn (Devorador de Memórias - 2021)
Após um suposto objeto alienígena eclipsar o Sol o cobrindo, a sombra dele gerada por meses leva a humanidade e seu bioma sucumbir a um prolongado inverno noturno. Porém, a origem disso pode ser dos próprios inimigos da humanidade, na Terra.

Parque Neural
(Devorador de Memórias - 2021)
Num futuro onde todas as doenças e CID de psciopatia, sadismos e parafilia foram vencidos e curados os último a terem tais traços vivem experimentos numa ilha remota nesse mundo onde não existem mais crimes hediondos. Porém, ao abrir para exposição essas aberrações vencidas do passado algo pode dar errado.

Oceanos Noturnos da Escuridão (Devorador de Memórias - 2021)
Após uma pessoa desconfiar de acontecimentos incoerentes ele percebe que a realidade não é o que ele pensa e nem eles humanos como julgam ser, mas uma recriação de inteligências artificiais que se arrependeram de extinguir seus criadores humanos.

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Pretiumanium


A ganância é um pirata caolho, que apenas enxerga seu desejo no que não é capaz de produzir ou comprar. Julga fazer o quer um direito, mas não os que querem apenas seu direito. Assim o crime é a conquista do impostor, um imposto que só causa dor. Dos que não conquistam mentes e corações rouba-lhes os direitos, por qualquer preceito que sacie seu poder em ardor.

Criminosos não emitem boletos, mas bolas de neve, suas cobranças ou são extorsão, resgate ou agiotagem. Normalmente os três juntos, pois para garantir a impunidade de um crime outros mais são necessários.

O problema da desonestidade é que sempre colocam a corrupção na promoção, dão desconto pra impunidade, pois superfaturam a honestidade. O motivo é de quem não valer nada estar inflacionado! Dá maior barato se ferrar e ter prejuízo na droga do capitalismo!

Desde quando a humanidade passou de meros coletores e caçadores ao se estabelecerem como comunidade a socialização evoluiu as trocas que em algum momento deve ter dado lugar ao comércio como um padrão universal, praticamente onipresente em todas as sociedades. Todavia, a obsessão por preços parece remeter desde a antiguidade, possivelmente em sacrifícios a divindades os quais as oferendas parecem ser um preço pago a estes em troca de serem agraciados ou aplacar iras. Não sabemos como e quanto tais barganhas começaram, se depois do comércio ou o comércio disso surgido, porém, ainda que o termo em si tenha sido definido no latim pretium, que remete ao sinônimo de mérito, isso traz por si só as raízes capitalistas e elitistas da meritocracia.

Pretiumanium como uma obsessão ao preço seria um signo de merecimento que impõe mesmo a ideia de ilegalidade justa a pretexto de que a honestidade é fácil demais ou barata demais, ainda que saibamos cientificamente que são as menores e gratuitas coisas da vida que trazem a felicidade. Destes aventureiros não tão distintos dos que vendem almas em encruzilhadas, trocam favores sexuais por cargos e promoções ou arrancam corações para o dia raiar no sensacional Império maia, parece destituir a mera troca do comércio a barganha com o purgatório, a penalização pelo sucesso, e o crime pelo direito. Pretiumanium é quando o preço deixa de ser um meio e passa a ser um fim em si mesmo, o arrendamento do poder que tudo custa caro e nada vale a pena, e o cliente nunca tem razão pois sempre deve.

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Criptohipocrisia Quântica



O hábito da oralidade influencia a escrita como fala na predominância fonética na ausência do uso da palavra escrita na falta na cultura literária no Brasil. Frequentemente a oralidade acaba por sobrepor a distinção entre escrita e fala permutada pela falta de instrução que se estende também a ignorância ética. As piadas de trocadilhos de botequim e de churrascos atestam um rumo demagógico de raciocínio iniciado com risos e terminado em choro e dor. Pois tais palavras, como os xingamentos frequentemente são precursores de atitudes.

Do mesmo modo não ataco o direito de ninguém, mas sim os que acham ter o direito de atacar o meu, pois caso não dê pra suportar meu talento e direitos, muito menos eu os seus crimes.

Porém, a hipocrisia acredita num estado quântico da moral e da verdade dicotômica, como duas realidades opostas coexistentes a duplicidade destes acreditam poder ter boa reputação de heróis, gênios, honestos e sinceros enquanto noutra realidade são o exato oposto. A impossibilidade da coexistência de ambas realidades é uma aberração física incongruente ao Gato de Schrödinger ante o colapso tardio (ou não) disso, tanto como da causalidade ao proporcionar ações repetidamente iguais a espera de terem efeitos diferentes. Todavia, suas usinas de energia ao represar em oculto a verdade devem curvar a singularidade ao romper as leis da termodinâmica onde nunca há perda de energia, mas sempre ganho. Disso concluímos a tragédia evidente por ser não apenas contra intuitivo como contra prudente a todas demais ciências, das exatas as biológicas e humanas. A existência de algo assim não é suportável as leis humanos, nem as leis físicas, logo apenas pode ser doutra dimensão, do inferno.

Defender a verdade não é defender necessariamente o certo, pois a certeza da verdade ante os fatos pode atestar os erros comprovados de algo. Assim sendo o ato de ter certeza da verdade, ainda que não seja sinônimo moral da certeza do certo e errado, não exime a responsabilidade moral, antes atesta o julgamento ético sobre essa verdade como defesa consecutiva da mesma. Apenas podemos avaliar se algo é certo ou errado mediante a validação desses atos como fatos da verdade, pois na ausência de verdade nem a certeza se faz senão a dúvida e mentira. Nem toda verdade é o certo, mas tudo que é certo é verdadeiro, e apenas a mentira é sempre errado, pois no máximo é a ilusão de ser certo. Logo, a impossibilidade de ambos coexistirem é tão lógico e coerente quanto dois corpos ocuparem o mesmo espaço, no mesmo tempo.

Ora, o ato de defendermos o fato de que houveram arenas de gladiadores no coliseu atesta a certeza dessa verdade, mas também como igualmente verdadeiramente um erro somente assim compreendido pelo julgamento da verdade, de verdade.

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Misantropia Como Plano de Poder


Todos podem me amar por conhecerem meus frutos e obras até conhecerem os frutos e obras dos que apenas pregam o ódio e medo discriminatórios contra mim, pois não havendo motivos e provas apenas me odeiam por discriminação ou alucinação. Desconfiem dos que pregam que sua palavra é o fato e prova, e seu desejo é lei, pois estes normalmente são os insanos mais mentirosos e que mais cometem crimes. Esses são os meandros que a história provou do nazismo e repetem ainda hoje...

Assim como o negacionismo é o esteio da negligência ética e irresponsabilidade moral e histórica, a cobrança sobre-humana é parte do tratamento sub-humano do modus operandi misantrópico da desigualdade. Ante isso se faz preciso a loucura da liberdade, ante a sanidade da subserviência. Pois toda ordem que não é legal e constitucional se impõe em desigualdade antidemocrática. Quando apenas criminosos comprovados e julgados tem que ter seu lugar determinado como os enfermos carentes de cuidados, a ordem despótica se faz pelo oposto. Precisamos subverter a subversão, revolucionar a revolução!

Se apenas a abertura sabe o que é liberdade, apenas o exercício livre de seus direitos conhece a cidadania democrática. Apenas do livre-arbítrio das escolhas lícitas nascem nossa identidade e podemos ser nós mesmos. Assim no aprisionamento do ser ante a opressão detém a essência do que somos para sermos o que nos fazem, a negação a humanidade se perfaz pela negação dos direitos humanos como ato misantrópico. A loucura da sanidade que aprisione a liberdade do são.

Do combate a liberdade, diversidade e individualidade, na cela da sobrevivência a misantropia é louvada, ainda que a pretexto de calunia etnocêntrica ou mera discriminação. Nas massas arrebanhadas pelo volitivo do medo e ódio a identidade individual é encarcerada, liquefeita no charco dos instintos que a dissipa.

Do medo e ódio a liberdade humana é suplantada e a pirâmide de Smarllow é invertida para que a de Ponzé seja elevada. Quando mesmo o sexo passa a ser desnaturado de sua função social e sentimental, sabemos que não apenas da natureza humana é atacada, mas a ordem social subvertida.

Onde apenas o animal é solto a sociedade se esvai ao se tornar selva de pedra. Da crise ao naufrágio dos valores o submersível da desigualdade das classes. A misantropia é um plano de poder quando ódio ao amor, remorso, fidelidade, sinceridade, afeição e do mútuo são promovido! Sem tais características a consciência é apenas uma ilusão, e a humanidade apenas aparência

Da luta contra a diversidade á discriminação a busca pela homogeneização de uma identidade coletivista, depõe contra a identidade humana e individual, o qual a diversidade é pilar central. Todo julgamento não fundado nos fatos dos atos do indivíduo, é um ato de misantropia discriminatória ao meramente combater sua liberdade a pretexto da diferença e do ódio.

Disso o vão existencialista na humanidade se perfaz pelo torpeniilismo ante o declínio de suas características intrínsecas personificadas na obtusa crise de valores. E como quem conquista o mundo, mas perde a si mesmo, de nada importa salvar o mundo, mas não a humanidade, pois apenas a humanidade pode salvar o mundo.

terça-feira, 21 de setembro de 2021

A Filosofia do Clã dos imortais

O trecho do projto literário "Diários da eternidade" de minha autoria é uma novela o qual um imortal passa a participar de um suposto clã de imortais:

Na multidão se conhece as relações sociais, na solitude a si mesmo. Mas estar só sem se conhecer é solidão, estar junto sem harmoniosa união e manada. Disso os instintos são o efêmero animal, pois apenas o autoconhecimento e o social é imortal.

Quando conhece a si mesmo você se torna extensão do universo quando sincroniza e flui com ele. Como uma árvore as raízes estão no passado, galhos são o futuro de possibilidades e os frutos no momento certo como os efeitos das ações. Com alguns o passado nunca é um presente agradável. Algumas raízes do passado secam, alguns galhos de possibilidades caem, mas o tronco do presente deve estar saudável. Quando as raízes do seu passado foram bem nutridas mesmo que algumas sequem a da seiva do autoconhecimento nunca definhará. Seu corpo é o presente mas sua mente como a seiva da árvore pelo todo pode transitar.

O corpo de mente vazia é apenas o presente, a mente de corpo oco é o doente. Compete a saúde dosar ambos, sem transbordar um e esvaziar outro. O fruto do autoconhecimento é o equilíbrio mente-corpo para que somente então a dualidade ser e cosmos se dissolva.

Assim o momento é o ponto do espaco-tempo da ação, mas de nada adianta fazer o agora sem pensar no futuro, ou o motivo no passado. A causalidade não pode ser fraturada, mas sucedida na busca da proporção e moderação como a razão do propósito. Seu corpo assim é o presente, mas sua mente o campo que transita nos tempos, das possibilidades futuras a proporção dos aprendizados passados. Dos sonhos e planos  o direcionamento ante as correções mediante o passado. O sábio assim domina seus anseios e desejos na encruzilhada dos tempos, como rédeas do autoconhecimento ao destino do espaço-tempo almejado. O destino espera, o sábio aguarda.

O futuro é o presente guardado para quem sabe esperançar, não apenas no controle da espera, mas do agir. Da causalidade germina o futuro o qual não apenas seus atos devem ser comedidos, mas as arestas caóticas do anômalo aparadas. As cigarras esperam anos para eclodir, as goteiras de calcário nas grutas séculos para forjar os dentes das cavernas, as mais valiosas pedras preciosas milhares ou milhões de anos no seio da Terra. A pressa é a desilusão do perene, e o movimento do efêmero, a vontade mortal do enfermo, do ego, ou da necessidade. A disciplina  não está apenas no corpo e na mente, mas no espaço e no tempo. Uns voltam sua inteligência aos músculos e outros os músculos a inteligência.

Tal como a pressão excessiva destrói ou deforma, a pressão leviana não da forma, a pressão certa dá rigor. Porém, força é bom, mas inteligência melhor, todavia a honra e a habilidade nascem na mescla ponderada de ambos. A técnica da disciplina, o repetitivo, e previsível, do adestramento. Os rudimentos medíocres e sem polidez desconhecem que nem tudo se vence com força e velocidade, quando a dose certa de ambos. O toque certo com a intensidade certa e na hora certa exige técnica e disciplina como canalização da habilidade. O mesmo se diz da honra, não se tratando de se adestrar por sua mera vontade viciada e condicionada, mas a disciplina autoconsciente que a canaliza.

A escolha certa não é a mais fácil ou a mais difícil, mas a verdadeira, aquela que conflui do equilíbrio da força e inteligência. Nela a palavra deve ser a régua dos fatos e da ação, não o mero anúncio da vontade, mas da honra o guia. O verdadeiro guerreiro sabe que muitas guerras se travam antes de partir para a espada. Os que te fazem perder o controle da boca vigie para que não perca o controle das ações.

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Melhores Frases do Autor de Setembro de 2021 - Parte 2

A seguir publico uma compilação das melhores frases e pensamentos do autor feitas no período de Setembro de 2021. Clique nas imagens para amplia-las.













domingo, 19 de setembro de 2021

Lembrem de Me Esquecer!


Os gênios esquecidos são os porteiros dos inaptos, o talento criativo o carregador das ideias alheias, o desbravador da verdade o frentista no posto do veículo da história, este dirigido pelo etnocentrismo. 

Os elitistas são os corruptos esquecidos e lembrados pelo altruísmo da propaganda, os bons condenados a serem nada antes de morrer, pelos feitos esquecidos e memórias dos erros alheios.

E para os donos da razão e verdade sou o ladrão, pois não existe maior privilégio do que estar sempre certo e ser o bom, mas quando não refutam minhas palavras e feitos resta apenas usurpa-los e culpar a vítima! Os heróis dominantes precisam matar, roubar e destruir o vulnerável para conquistar a legitimidade pelo ilegítimo, onde o esquecimento é o grito da ilusão.

A minoria da memória é a memória da minoria, os mais vulneráveis das minorias não são invisíveis, a cultura que é míope e as elites cegas! Os recantos escuros da história.

Marginais são, como os satélites do etnocentrismo, a diversidade é a bastardia da cultura, apenas a discriminação combate essa prostituta com estupro. O elitismo detém o selo do legítimo, pois os vira-latas só produzem lixo, o plágio do burguês é o refino da alquimia. Condenado está a desgraça quem não possui pedigree no mundo cão!

sábado, 18 de setembro de 2021

A Morte Capital Como Reafirmação de Poder

Da dívida dos pobres se fazem os ricos que nunca pagam o que devem. Anistia e o foro (oficial, ou não) da impunidade é o privilégio  da elite que detém, de quebra, as patentes da propriedade da verdade e razão e por isso sempre são os ‘bons’ e ‘honestos’ na ficção etnocêntrica da história, a mesma onde se faz o 'faz de contas' da divida da escravidão por dever, agiotagem do sadismo e a extorsão da desigualdade. A subversão democrática e constitucional tem início na inversão contrária ao ‘antes o direito e após o dever’, e ‘antes a inocência até a prova de culpa’. Agora antes de tudo somos primeiramente culpados, pois devemos, antes da inocência e direito como penalização a liberdade constitucional.

A diferença entre a legitimidade democrática e o totalitarismo autarquisra é que o primeiro defende o direito constitucional e ataca o crime, o segundo o exato oposto, ataca o direito constitucional com e como crime ainda que a pretexto do contrário. Instituições honestas e idôneas são confiáveis, não sendo perfeitas, mas sinceras e humildes em seus próprios erros. As ausentes de transparência e isenção, abafam, silenciam, omitem, censuram no oposto ao jurídico que deseja o depor e o silêncio é direito apenas ao suspeito, não dever da vítima.

Se antes os impostos e taxas são apenas proporcionais sobre serviços, produtos e salários agora o abstrato do oposto como o cálculo fantasioso das contas do faz de contas que apenas faz as contas da condenação do fraco e oprimido, pois nossa ruína, sua vitória! Quanto menos a minoria tem, mais tem a pagar, menor ela é. Toda falência é onerosa a sociedade, especialmente a moral para o financeiro e social. A única coisa grande que o pobre pode ter é a dívida e dever, a proporção da injustiça que há de padecer. A morte capital é o maior capital!

Apenas ante morte moral é atestado o rigor post-mortem da dureza do autoritarismo inconstitucional e antidemocrático o qual eventuais espasmos cadavéricos atestam a dissimulação hipócrita de vida. O inchaço posterior provocado por gases da putrefação é a substituição da grandeza  como preâmbulo do perfume mortis apenas chamariz dos vermes a que unicamente alimenta, na ausência de socialização a ocultação de seus atos degenerativos da decadência material da carne que devem estar sob a cripta por ser horrível de se ver. Desse cemitério antissocial onde a morte é gerente, fantasmas visitantes e profanadores seguidores demonstram o risco dos cadáveres emergirem a perseguir os vivos que não aceitam tal condição.

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

O Labirinto da Desinformação

Há apenas um modo de chegar ao novo e original, mudando, não como quem sempre repete a mesma coisa como prova de que nem com erros aprendeu e assim nem resultados e efeitos diferentes terão. Nisso consiste o labirinto onde as repetições pela enganosa tentativa de escape leva a repetir passagens e caminhos tortuosos ou a parar em becos sem saída. O serpentear dos muitos caminhos do labirinto levam apenas a derrota, onde os homens ao se perderem por vezes perdem a si próprios. 

O ponto de escape é a verdade precedida pelo rompimento dos grilhões cíclicos, o novo, aquém das repetições labirínticas do sisifismo viciante e extenuante. Estes perdendo a humanidade ao se tornarem ratos num projeto de ciências redundante e petulante, pois independente de para onde caminhe e caminhe, você chega apenas ao mesmo lugar de antes. É o derradeiro ardil do qual como o conhecimento que sendo enganoso não leva a verdade, esta é uma edificação que leva ao lugar comum de algo a não ser em si mesma. O labirinto é um meio objetivado como fim em si mesmo. Atingir o novo e a verdade é o único escape ao discernir os caminhos falsos e repetidos, como dos eventos cíclicos do eterno retorno.

A desinformação tanto como a censura e secretismo fazem parte de um plano de poder o qual o obscurantismo não é tensionado por meios éticos e fins melhores, a não ser pra si, de dominação a ditar seu lugar na sociedade após perder-se nela.

A desinformação é manipulação, como etnocentrismo que é uma formalização das fake news sob a alcunha de história, o relativismo da pós-modernidade e o excesso da informação da infodemia eclodem no esvaziamento do senso crítico e discernimento levando-nos a sermos manipulados aos interesses dos dominantes por imposições volitivas que avolumam as obtusas curvas do serpentear de duplicidade moralista desse labirinto o qual pela banalização do sexo, crime e corrupção o condicionamento leva apenas a uma homogeneização do erro, um nivelamento acrítico pelo rebaixamento moral dada pela formalização da crise de valores a pretexto sobrevivencialista. Tudo quando no final todo labirinto ninguém sabe mais para onde vai, nem de onde veio, e você deixa de ser si próprio ao perder-se, se torna parte do caminho, a estrada a lugar-nenhum.

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Conto 'Irmandade de Giges' no Maldohorror

Coonto 'Irmandade de Giges' de William Fontana, no Maldohorror. O conto narra a descoberta de um grupo que usa um achado arqueológico capaz de amplificar o poder da vontade a subverter mesmo as leis físicas, o conto é uma prequela de outro chamado "Egoverso". 

O conto “Egoverso" é uma crítica ao massacrante etnocentrismo que para impor sua narrativa artificial atropela não apenas fatos objetivos e leis, mas qualquer pessoa, mesmo honesta, em seus direitos e sonhos por meramente estar em seu caminho para impor sua vontade e se promover mentirosamente com o que não fez ou produziu. Quando a megalomania egocêntrica julga ter o direito de suspender a verdade e se possível as leis físicas. Sou a prova disso.

O conto ‘Irmandade de Giges' assim funciona como um preâmbulo. O conto versa uma ficção fantástica na alusão metafórica de um poder etnocêntrico e autoritário o qual busca um poder avassalador que não respeita quaisquer leis ou fatos objetivos.

Acesse o site do coletivo de autores malditos maldhorror ou clique na imagem abaixo.


quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Cronocinese


Nos movemos pelo tempo, mas o tempo também se move. Caso aceleremos a velocidades próximas da luz ganharemos massa próxima a infinita de modo que não devemos acelerar o objeto, mas alterar a dimensão do espaço-tempo por um campo em que estamos numa velocidade comum, mas num tempo acelerado como nas proximidades de um horizonte de eventos de um buraco negro, uma vez que o espaço-tempo delimita os limites da velocidade da luz. Similarmente uma bolha de espaço-tempo preservaria as condições físicas de massa e densidade suportáveis a vida ainda que ante o espectador externo soe pela relatividade proibitivo. O físico Miguel Alcubierre propôs algo aproximado a isso ao propor a distorção do espaço-tempo como dobra espacial ao contrário de uma bolha que o preserve de modo destoante as grandes velocidades o que hoje também é conhecido como solitons.

Similarmente podemos falar que se dá velocidade é possível extrair energia e elevar a massa na matéria logo o movimento das dimensões espaciais também. Logo, a expansão espacial do universo pode gerar magnético o que alimenta a ideia do vácuo quântico. Isso pode aparentar uma aparente ruptura com as leis da termodinâmica mas é isso o que aparenta fazer esses preceitos quânticos. Talvez a medida dessa expansão apresente uma verossimilhança ao Big Rip tornando o tecido do espaço-tempo mais fino a sinalizar fronteiras além desse pelo qual escapam energias.

Do big bang a grande inflação em si é um contrassenso as leis da termodinâmica. Isso intui que ou as leis da termodinâmica estão incompletas no mínimo, ou as leis do universo mudaram a menos que a energia e matéria tenha demandado de outro universo. Por esse motivo fico inclinado em crer que a energia escura e matéria escura são faces diferentes de movimentos dimensionais do espaço-tempo e que assim ambos inexistente conforma alguns cientistas acreditam. 

Uma vez que a entropia e desordem no universo aumenta atestando o tempo em sua expansão tanto como o espaço. Caso o tempo fosse a uma única inexorável direção não existiriam variáveis e probabilidade, mas uma ordem monocromática definitiva quando a incerteza é a única constante no caos.

Assim a coesão dimensional está dentro dos limites desse universo e suas leis como inerentes a direcionalidade dimensional do tempo delimitada por um fim, um futuro limite. A partir disto emergem demais forças e leis em razão do fenômeno dimensional e dessas as combinações variadas de partículas até que a física organizada evolua para a química e dessa a matéria orgânica. O engenho disto apenas é possível pela coesão da informação em padrões emergentes da randômica.

O fato da teoria do Big Crush não ser respaldada pela energia escura não prova a inexistência de um colapso futuro do universo, mas sim dessa hipótese. Na verdade há várias hipóteses concorrentes para supor o destino do universo, do qual a minha não está inclusa oficialmente quando acredito que o colapso não será espacial, mas dimensional e a energia escura é o indício disso. Ainda que o espaço seja uma das dimensões do universo a singularidade que as rompe tem início no rompimento de suas legislações e uma vez que aparentemente a expansão do universo viola as leis da termodinâmica isso é um indicativo.

Assim como a impressão do efeito de massa observado na matéria escura não implica necessariamente a existência de matéria, variações dimensionais do espaço pode provocar sem mera procedência de astros massivos, mas pertinente a funções de direcionamento dimensionais do universo similarmente aos efeitos de lentes gravitacionais.

O tempo futuro preexiste e isto está no fato de que se o espaço e tempo são indissociáveis logo esse mesmo espaço está agora no futuro tanto como no passado como parte do mesmo, ou melhor, se o tempo no espaço muda, logo o espaço não pode ser considerado espaço-tempo por ser descolado do mesmo. Apenas um mesmo tempo e espaço podem serem os mesmos independente das latitudes do espaço ou do tempo, de modo que o tempo futuro ou passado demonstram apenas perspectivas diferentes do mesmo espaço como dimensão própria tanto como a largura, profundidade e altura estão para o espaço. O tempo assim fomenta mais essa perspectiva onipresente ainda que além do horizonte de realidade mensurável. Do tempo isso acontece pois ao contrário do tempo em nosso universo ele é apenas uma dimensão de modo que ao contrário do espaço não podemos ver a profundidade, altura e largura estando preso num único limiar, a do presente ainda que constantemente sendo movidos para o futuro. Porém, há sinais que sinalizam indícios disso como a entropia. Caso a hipótese tenha validade flutuações na entropia seriam tangíveis, mas em escalas largas de comparação de espaço-tempo indicando pontos de menor ou maior turbulência no tempo ao resultar em diferenciações no caos podendo explicar tanto a matéria escura quanto a energia escura.

Trecho da segunda edição de 'Chronogenises' de Gerson M.A.

terça-feira, 14 de setembro de 2021

A Loucura da História

O verocentrismo é o cerne objetivado do aletológico da legitima filosofia, tanto como da ciência ou história. Todavia a verdade não bastando haver tipos, como de estado, percepção, sensação e permanência  há dos meandros que as perfazem, não sendo a verdade em si, mas a verdade de seu 'motivo' (porquês) e 'meio' (como), tanto da ética pra estética. Disto a verdade ainda que vista originalmente como estática e absoluta em seus níveis relacionais, percentuais ou ad momentum apresentam facetas de abordagem numa aletologia da verdade em movimento. A verdade do verbo em ação donde erros perceptivos concebem neosofismas do relativismo não passam de concepções embaçadas, não embasadas, de interpretações anedóticas apenas verdadeiras nas volições subjetivas. A ética similarmente é um exemplo aletológico da filosofia na busca pelo capturar esses movimentos da verdade sob o viés comportamental e social. Similarmente o filoversismo analisa de perto essas concepções que sempre se dão por vias relacionais, ainda que numa abrangência ontológica.

Do mesmo modo que palavra do justo pode não ser lei, a do mentiroso e ofensor pode ser crime. A palavra do sincero ao corresponder as verdades podem assim valer muito, enquanto a do oposto apenas a ilusão.

Assim quando Max Weber fala de um desencantamento do mundo mediante a tentativa da ciência ocupar o lugar de Deus ao responder as questões básicas da vida e do universo negligencia o fato de que não apenas o respondido, mas que a ausência de respostas as questões especialmente morais e humanas levam a esse aspecto de desencantamento. Uma vez que a ciência responde o 'como' a religião se ocupa de responder o 'porque'. A ciência busca validar explicações fenomenológicas do mundo e a religião seus motivos. Todas almejam abordagens diferentes das verdades abrangentes.

Disto temos coordenadas que são os dados e dados coordenadas, e com eles no mapa achamos lugares e coisas, similarmente numa pesquisa refinada num rotor de buscas da internet achamos mediante determinada combinação de palavras-chave sites e notícias do que interessa. O mesmo fazem na ciência. Ainda que na busca por algo específico no horizonte de realidade você possa topar num achado inesperado, como descobertas imprevistas, quando você sabe o que procura a possibilidade de achar aumenta em proporção as aproximações de dados que coordenem a busca ou descoberta.

Enquanto a mentira e demagogia levam ao engano ou geram a ilusão, o amor ganha vida não somente fisicamente, mas podendo ser conceitualmente. Nisso diz que biblicamente ainda que alguém esteja morto, mas crendo, viverá. Do verbo ao universo são as previsões semânticas e argumentativas que trazem as palavras ao real.

A mente é o terreno fértil da imaginação, mas apenas com as bases sólidas da verdade e do certo construímos as paredes do discernimento e definição que perfazem a casa do legítimo conhecimento.

Porém, o deflorar semântico do conhecimento tem mesma conotação do adultério de adulterar, o que gera impureza no conhecimento, das incongruências filosóficas as morais. Como no português ao discernir sujeito oculto de inexistente, pois filosoficamente não ver não prova inexistir, caso contrário oculto seria sinônimo de inexistente.

Disso construímos a história entre mesclas dessas verdades relacionais do conhecido ou do que se deseja conhecer, torna a história passível de enganos e percepções a exemplo do etnocentrismo. A parcialidade da história em parte negligencia o desconhecido como inexistente e muitas vezes torna a loucura historia e história a loucura.

A loucura da história nasce do sentido, onde o mero sentir da volição declina abaixo da ideia de verdade, sendo apenas erupções compartilhadas da subjetividade, fragmentos etnocêntricos da vontade dominante. Assim como a loucura inconsciente dos fatos objetivos e exteriores desse coletivo similarmente nasce uma história da loucura,  ainda que permutada pela intencionalidade. É o afastamento do verocentrismo aletológico para o egocentrismo egorrágico onde a loucura mainstrem é normatizada pelo etnocentrismo combatendo a 'doença da loucura' da  sensatez e bom senso moderado da isenção e transparência dos fatos. O negacionismo dos fatos antecedem a negligência com a lei, pois o erro pode apenas se respaldar na mentira e engano.

O etnocentrismo é a frenologia e fisiogonomia pseudocientífica da história, usa a vontade dos dominantes como a medida de realidade e verdade, como do circunstancial do aparente e superficial a causa. Por isso no triunfo etnocêntrico os dominantes são sempre os mais honestos, heroicos, bonitos, são, inteligentes e os vulneráveis e excluídos o exato oposto.

A discriminação excludente é o apagão social e histórico ao lançar as trevas todos assim rejeitados e esquecidos, o etnocentrismo apenas traz a luz do conhecimento o próprio louvor.

segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Teologia: A Origem da Maldade


O ser humano na condição pré-adâmica do estado natural, da ausência do 'certo' e 'errado' do fruto do 'bem e do mal', eram macho e fêmea, até que pelo conhecimento do erro como maldade a autoconsciência se fez necessária a estes vindo a se tornarem homem e mulher. Ao contrário dos que que conhecendo o erro ignoram a autoconsciência em sua responsabilidade para declinar a algo abaixo dos animais, o "fruto do desequilíbrio", que deu origem ao embate simbólico, nada mais é que um teste permitido afim de provar o ser humano a vencer a si mesmo ou ser condenado pelos próprios atos!

Nisso sabemos que onde há um mal fruto, há mais, a exemplo da inveja apresenta-se ao lado da vaidade como as duas faces da soberba, por isso a intencionalidade do pecado nunca vem só. A exemplo da inveja frequentemente se aglutina a cobiça, raiva e mesmo a mentira, afinal por ser incapaz de superar o invejado este desdenha do que na verdade deseja ardentemente, afinal ninguém quer o que é ruim pra si. Jesus não veio para estes, mas para os que o aceitam em arrependimento ao pecado ao contrário do orgulho de sua intencionalidade em alguns. 

Similarmente os que acusam em alheios o motivo de seus pecados lembre também dos pecados que motivam pela escassez, carências e privações de seus acusados, pois a medida com que julgam serão julgados! 

As bolotas são o maior tesouro dos porcos, pois de nada adianta erguer um templo grandioso corrompendo o templo do próprio corpo ante o Espírito Santo.

O que não possui motivo ou justificativa é doloso quando intencional ainda que nem tudo que seja intencional tenha motivo ou justificativa como o torpe e a crueldade. Desde quando temos que alimentar a ganância, a inveja e ódio? Porquanto mesmo perdoar não é permitir quanto mais alimentar tendo menos para que o ímpio tenha mais. As obras não salvam, porém, certamente podem condenar. E uma vez exortando é quem peca que deverá responder a Deus não si próprio.

Assim sabemos a diferença entre o fanático pagão e o radical cristão, é que o primeiro queima o santo na fogueira e o segundo o pecador. A adúltera estava desnuda ante o povo e Jesus vendo seu arrependimento a perdoou. Todavia ao contrário, os fariseus que o povo não conhecia os pecados Jesus os condenou criando mesmo a única categoria imperdoável de pecados por causa deles.

Antes de apedrejar examine caso você mesmo não comete pior aquilo que condena em alheios, pois a medida com que julga serás julgado, porquanto Deus perdoa apenas quem admite e reconhece seus pecados ante Ele, não os oculta fingindo não existirem por meramente não saberem, pois Deus condena especialmente os pecados não confessados! Deus não salva ou condena meramente pela roupa ou ausência dela, mas por seus frutos sendo eles conhecidos ou não!

Quem com sua boca confessa em arrependimento, livra-se da purgação do silêncio ou a condenação do que está oculto. Ora, mesmo muitos os profetas rasgavam as vestes e nu protestava diante de Deus ao contrário dos fariseus.

domingo, 12 de setembro de 2021

As Especulações Sobre a Hipotética Retrocausalidade

Perguntas nunca feitas levam a respostas revolucionárias. Partindo dos postulados filosóficos assim como abordamos hipóteses fictícias de viagens no tempo, iremos partir para devaneios a cerca da filosofia no livro proposto. Ainda que sendo meras hipóteses ao se assentarem em demonstrações filosóficas anteriores questionemos e reflitamos as possibilidades da retrocausalidade.

Uma vez que a percepção do tempo sendo individual apresentando uma ordem própria de eventos, logo, independente de estar na cronologia comum, ou não, apresenta sua própria causalidade, logo uma ética comum a mesma o que implica uma responsabilidade moral como a da linearidade ordinária.

O conceito dos cronons postula a não continuidade do tempo quântico ao contrário do espaço-tempo contínuo fortalecendo a hipótese da mecânica quântica ser na verdade um limiar dimensional como fronteiras limite de nosso universo. Tal demonstra sobretudo a possibilidade de ser nada menos que a mesma hipotética partícula de cronotons sobre outras variáveis noutras dimensões, além seta do tempo. A existência destas são base da filosofia do tempo pelo qual tornaria possível cálculos capazes de manipular o tempo e gravidade.

Uma vez postulando esse conceito  percepcionalista e das delimitações do futuro orientar sua direcionalidade, a ideia da retrocausalidade numa sincronicidade invertida seria considerada uma hipótese coerente como de que eventos futuros com tanto impacto seriam capazes de criar ecos síncronos no passado, como eventos símiles e fractoides em escala. Mas apesar de soar contra intuitivo isso me levou a basear a ideia de que a própria linearidade dele depende ao ser compelido por evento cataclísmico no fim do universo capaz de confluir todo tempo direcionado a ele. Logo, a própria retrocausalidade não a é a não ser uma mera perspectiva. Porém elas apenas poderiam ocorrer em ranhuras dimensionais como dos limiares quânticos em proporções simétricas ao impacto do evento central.

A causalidade não pode ser revertida, pois não pode ser alterada, proibitivo mesmo as leis da termodinâmica, pois tem implicações na inversão da desordem da matéria, logo probabilidades tanto como a entropia e possivelmente mesmo o livre-arbítrio. Porém, caso o universo fosse determinista não existiria probabilidade.

Logo, a ideia do pré-crime é inconsistente ante a premissa de risco duplo, pois juridicamente ser condenado por algo que não fez lhe dá o direito de faze-lo. Atitudes incongruentes ao pensamento proposto sugerem ilegitimidade e roubo. Pois a moral não muda inerente ao livre-arbítrio de causalidade independente da perspectiva assim como suas relações intrínsecas diretamente.

Sobretudo a reversão do tempo em sua causalidade implicaria o uso de força diametral e proporcional ao fluxo de tempo e caos do momento em que é invertido constantemente, o que seria menor mediante o mero romper por fora da dimensão do tempo, pelo mesmo motivo uma reação em cadeia seria impossível destruir tudo mediante os limites da onda do caos em sua relação com a energia do epicentro, o máximo que acarretaria seria numa fenda similarmente a um buraco negro. Talvez apenas um paradoxo retroalimentado de energia como uma "microfonia" temporal poderia produzir algo similar. 

Mas o que pode acontecer é um pensamento de linearidade reversa uma vez a perspectiva do "agora" é uma ilusão persistente as mentes lineares, no entanto, a influência material reversa não é viável. 

Assim como ficou provado haver em animais outros sentidos além dos cinco conhecidos em humanos, como a percepção de campos magnéticos, acredito haver um pertinente a percepção de tempo do qual a exemplo de diversos animais as experiências em velocidades de transcorrer diferentes, mas mesmo em localizações distintas. A perspectiva de tempo é construída por esse sentido.

A inexistência da divisão de tempos passado, presente e futuro como mera percepção é conhecida como teoria do universo de blocos ou como alguns círculos científicos chamam, Eternalismo. Todavia ante a proposta estática e imutável do observador ante os eventos, não aplicáveis ao próprio conceito do presente, destoa no livre-arbítrio de um eternalismo ante o conceito da ausência de divisão de tempo dando lugar no que chamo de alternalismo onde a ausência de alterações no 'passado' leva apenas a alternar opções pré-existentes como linhas de tempo paralelas. Todavia como associar esse conceito de escolhas de um individuo ao coletivo cada qual com suas escolhas? A resposta está na tendência que segue o fluxo de eventos mediante a intensidade de impacto de tais escolhas em proporção ao fluxo, como a correnteza de um rio cabendo todas variáveis possíveis dentro de um só rumo predefinido. Porém, disto outro dilema seria acrescido mediante flutuações de escolhas alteradas o que gerariam 'ecos' como ondas. Creio que hipoteticamente tais variáveis ainda que não se encontrem como a exemplo de fatos diferentes de um mesmo evento poderia criar algumas dissonâncias e aparentes incongruências como seus indícios. Discrepâncias e padrões conflitantes como da relação entre o caos e o cosmos, o que é visto como ilógico sendo no universo apenas um modo de estar se organizando. Fluxo laminar parece deter paralelos de sincronismo similares a inércia mas como padrões de eventos num determinado espectro do caos.

Assim a sincronicidade de eventos podem se dar por meio de paralelos simbólicos em escalas distintas como ecos cíclicos não lineares ou remetendo ao estupor onírico na indicação de ondulações o qual os eventos no fluxo de tempo seriam análogos ao de um sonar, o que tem em comum os sonhos, o passado mítico e as profecias. Disto padrões emergem tanto como a coesão dos próprios eventos.

Trecho da segunda edição de 'Chronogenises' de Gerson Machado de Avillez.

sábado, 11 de setembro de 2021

Da Grandeza ao Inchaço Megalomaníaco

A expansão é o crescimento, disto remete o lema iniciado pelos romanos ao seu Império e hoje a busca pela grandeza descambou a megalomania, a mania de grandeza. Todavia, ainda que o crescimento seja uma expansão nem toda expansão é crescimento grandioso ao substituir densidade por intensidade ou qualidade por quantidade. Da quantidade nasce a diferença e assim a desigualdade, da qualidade o original do singular, podendo ser diverso, mas nunca antagônico.

Essa lógica quantitativa aplicada ao capitalismo e ao advento da era industrial demonstrou-se destrutiva e nociva. Não bastando se tornar meramente espaçosa e sufocante se tornou exploratória dando razão aos primeiros movimentos operários de exploração de mão de obra barata que inspiraram Marx. A grandeza passa então a abandonar a virtude e se torna vício, como fermentar a massa a consistência decai na metafórica referência bíblica. A ideia passa abarcar o vício megalômano na destituição da virtude aristotélica que a ressaltava como grandeza. E isso faz hoje as oligarquias, regimes totalitários, conglomerados monopolistas que suplantam a concorrência remetendo mais a um crescimento cancerígeno do que natural e saudável. É o inchaço que aludia Santo Agostinho como proeza de dominação socialmente predatória. 

Antes mesmo o discípulo de Aristóteles viu contraditoriamente encarnar o oposto do que propôs seu mestre. Alexandre, o Grande, ao tanto expandir seu Império teria chorado ao perceber não ter sido mais capaz disto ao atingir a dominação total. Ao contrário da grandiosidade, a grandeza virtuosa de Jesus, libertou ao conquistar apenas mentes e corações ao invés de territórios, povos, riquezas e poder. Ser grande hoje então passou a se aproximar do conceito de Golias e Nefelins do que de gênios e libertadores, a diferença entre um e outro, no entanto, está no legado. Hitler deixou destruição e milhões de mortos, Stephen Hankins, Einstein, Tesla e tantos outros (e outras) um salto ao conhecimento científico, filosófico e cultural.

Os grandes gênios inspiraram avanços, criações e descobertas, os grandes tiranos apenas medo e ódio para destruição e poder autoritário. Como costumo dizer 'quem substitui grandeza por tamanho, se esquece que virtude é apenas o primeiro.'

Trecho dos apêndices de 'O Mapa dos Sonhos'.

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Conto "A Bruxa do Tomateiro"

Black birds sing blues in sadness,

trapped blue birds sing better.

Don't sing freedom, never. Wings don't make songs.

De todos engenhos e fazendas da região era a mais prospera ainda que em meio a escassez e pragas fossem os únicos a não sucumbir as secas e crises, ainda que seu produto não fossem extraídos de canaviais ou cafezais, mas do maior tomateiro do Estado que era a fazendo Luzes da Vitória Régia. Ainda que após a morte da viúva e matriarca do casarão, a cruel e sádica Madame Martins, todos escravos tenham sumido misteriosamente, os filhos da viúva trataram de arrendar novos escravos leiloados após seu senhor anterior ter morrido sem herdeiros. O senhor tão amado pelos escravos os haviam convertido ao cristianismo por seus exemplos de amabilidade de modo que mesmo alguns escravos temiam a abolição e não terem para onde ir na ausência daquele tal amável senhor de espessas barbas brancas e fervoroso defensor da abolição da escravatura.

Mas os pobres diabos dos escravos foram comprados em lotes e recebidos sob açoites, açoites que há tempos não recebiam, agora ante a imagem do espantalho do tomateiro. Logo o negro Anderson fixou a imagem do espantalho ao de uma mulher que pendurada remetia os horrores da dor, uma espécie de bruxa. 

Aquela era a chamada Bruxa do Tomateiro, uma esquálida criatura em trapos de vestido e chapéu cinzento como de uma feiticeira de magia negra. Sua imagem parecia evocar horror mesmo aos pássaros do qual não se ouvi um piu durante todo dia e mesmo o vento se atemorizava se aproximar. 

Logo, rumores noturnos de alguns escravos insones aludia fitar em vultos a Bruxa do Tomateiro vagar dentre a plantação murmurando mandigas e juras de aflição aos pobres escravos assediados pela coerção no mero respirar. Uns escravos diziam que a bruxa do tomateiro era na realidade os restos mortais da viúva o qual arrendou a plantação a sua volta sob os corpos dos antigos escravos como adubo. Porém, as sessões diárias de açoites suplantavam tanto os rumores como as esperanças que como violência simbólica atemorizava os negros de breu quererem se esconder no breu da noite. Eventualmente algum amanhecia pendurado pelo pescoço pelos trapos suados dados pelos sádicos senhores que para si atraiam apenas moscas. Todo ano uma das negras deles surgia grávida e um ano após o nascimento dos bebês supostamente bastardos eles sumiam tão misteriosamente quanto a surgia das sementes em seu ventre oriundas de constantes abusos sexuais.

Durante um extenuante dia revirando a areia do solo um dos escravos, Anderson, jurou ter visto a bruxa do tomateiro vira-se a fita-lo o deixando sobressaltado.

–  Cê tá louco, imaginação sua como seus sonhos, como aquele negrinho do ventre livre que achou que um poço lhe concederia seu desejo e apenas desapareceu. Apenas caucasianos livres tem direito a sonhar. –  Comentou a mãe dele quando um rufião vendo-os parado vociferou.

–  Vocês parados tem o valor de merda, servem apenas para adubar! Essa cor já tem e isso que acontecerá caso não voltem a escavar o que um dia será suas covas!

O homem pegou o chicote e vociferando arrastou uma das negras falou. 

–  Vamos seus ratos, façam o que mando seus condenados, caso não queiram ser desovados como saco de lixo! Olhem pra essa preta cor de merda como exemplo do que será de vocês caso não obedeçam!

O homem a empurrou ao chão rasgando sua roupa e em meio ao pó da terra levou várias chibatadas que reverberavam em tremores nos demais. As gotas de lágrimas uniam-se as do suor a alimentar o solo o irrigando. Todavia, a exaustão era mais psicológica que física remetendo a nostalgia daquele senhor que prometia tentar acolhe-los mesmo caso a abolição fosse consumada.

Anderson ainda que sendo negro sabia ter sido beneficiado pela lei do ventre livre, todavia as documentações que isso provara haviam sido destruídas levando os senhores de engenho chama-lo de mentiroso e caluniador e que por causa dele negras sofriam, pois incentivava estupros, ainda que fosse virgem. Ele foi entregue por alguns dos próprios negros acusando-o disso por este tentar libertar e expor os crimes dos senhores de engenho, pois ante a fraqueza covarde desses negros ele era maluco por desafiar as elites dominantes.

O silêncio deprimente os assombrou ao cair da noite enquanto voltavam a senzala. A interposição dos horrores não tinha palavras exprimíveis a dor que sentiam sendo o licencioso silencio sua expressão de dor. Anderson, um dos mais espertos a noite acordou e na madrugada notou que todas negras da senzala haviam sumido. Ao ir atrás ouviu um burburinho e luzes trêmulas quando no meio do tomateiro num círculo em torno de um pentagrama as negras estavam amarradas e sendo molestadas pelos senhores e rufiões. Tudo isto enquanto aquela que julgavam ser um espantalho estava ao centro, a Bruxa do Tomateiro, evocando-se como Dionísio, a divindade da fertilidade e insanidade como aquele loucura de culto doentio do submundo da antiguidade. As negras estavam entorpecidas por altas doses de ópio vindo de ricos traficantes norte-americanos e pareciam alienadas do que seus próprios corpos sofriam ante o cadáver possuído por Dionísio a dançar ante a orgia.

A bruxa do Tomateiro, sob a camada das mais frutífera fazenda de tomates um culto subterrâneo de drogas e sacrifícios de escravos para adorar o deus da fertilidade em prol da colheita da impiedade.

Nos resquícios de lucidez que restava numa dessas negras ao fitá-lo apenas murmurou a ele “fuja!”. 

Anderson agachado correu entre os tomates quando tropeçou em algo no chão vindo a parar e ao olhar notar ser os ossos dos pés de um negro com grilhões. O corpo estava enterrado e aquilo era prova o bastante dos crimes lá ocorridos.

O negrinho fugiu do engenho e relatou as autoridades o que aconteceu, mas trazido de volta entre xingamentos e espancamentos o senhor de engenho os recebeu dizendo.

– Sinto muito a vossa mercê, autoridade, obrigado por trazê de volta minha propriedade extraviada, esse crioulo está insano, tem problemas mentais desde quando exagerou na pinga. Inacreditável como até com a incompetência deles levaram a criar essa bebida tão desprezível que é a cachaça. Maldita pinga, tudo por causa desses pretos negligentes que beberam dessa goteira dos vapores da cana que deixaram azedar.

– Está tudo bem em seu engenho? Não ouve mortes ou estupros? – Indagou o policial do Império o interrompendo.

– Sim, caso queira entrar está tudo bem! Esse crioulo é doido! Pintamos os coqueiros de branco pra tentar ver as fugas dele a noite, mas não tem jeito! Vou mandarem fazer uma trepanação nele. – Respondeu ele tendo um aceno positivo do policial como se ele tivesse muito mais credibilidade que o escravo meramente por afirmar o que dizia pois a palavra de um negro valia menos que a de seu senhor.

– Vamos Anderson, entre e vá pegar os tomates agora para por no carregamento, a colheita está à toda!

– Qual o segredo da prosperidade tão grande de vocês? – Perguntou o oficial da lei quando ia dando as costas, mas virando-se para traz.

– O segredo é o que todos sabem, senhor. O segredo é o tomate!

Anderson ficou paralisado com olhos mareados como morto de espirito, sem esperanças.

– Vamos Anderson! Aproveite e pegue uma caixa de tomates para o oficial pelo transtorno que você criou, seu pretinho inútil! Tudo o que vocês produzem é nosso, e apenas nosso, pois vocês são nossa propriedade.

Anderson fez o que pediu. 

Após aquilo o negro ficou dias sem ser visto pelos demais da senzala, quando voltou estava castrado como um cão e de cabeça raspada havia um costurado onde parecia ter havido um buraco. Agora tinha uma coleira e estava babando entre sorrisos insanos ao fazer seu trabalho de modo robótico, como um autômato programado. Ao ser perguntado apenas dizia que um tal dr.Dionísio havia o curado. 

Todavia, naquela mesma noite após um raio cair numa árvore morta e seca um terrível incêndio devorou toda a plantação de tomates durante a madrugada, e estranhamente os negros na senzala apenas ouviam os gritos desesperados do espantalho que parecia agonizar ao fogo que a devorava, a bruxa do tomateiro parecia sofrer uma justa inquisição da providência divina!