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sábado, 19 de novembro de 2016

Trecho do Livro de Memórias e Arte: Autoconhecimento e Educação

Abaixo seleciono um trecho do livro 'A Lenda do Homem Que Não Existia: Memórias de um Ilustre Desconhecido' de Gerson Machado de Avillez.

...O pior medo que pode existir é de si próprio quando se desconhece o próprio potencial, é deixar o abismo habitar em si, profundo e escuro. Somente com uma dose de autoconhecimento a pessoa pode ser tornar segura de si, e não é pelo que os outros dizem, mas pelo que você diz – e faz - de si próprio. O mais importante no caminho que seguir é primeiro encontrar a si próprio, antes de seus sonhos, pois sem isso você sempre será um perdido. Toda verdadeira sabedoria e filosofia de vida tem começo com o autoconhecimento, pois somente você pode dizer quem você é, pois quem deixa a autocrítica se tornar autodepreciarão é apenas um tolo assim como a ausência total de autocrítica. Precisa-se de coragem primeiro para se encarar no espelho antes de encarar o mundo, vencer a si próprio antes de vencer qualquer coisa, pois se você não tem força de ser o que sempre o que é, o mundo dirá para você, e esse sempre será um perdedor, o oprimido. Mas sua história começa e termina com si próprio, não com os outros. Abra a mente primeiro para si, pois mesmo a filosofia grega já presidia: nosce te ipsum. "Conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo."

    Quando isso acontecer perceberás que sua consciência é o espelho, uma lente, acima de todos animais que caminham pela Terra. Mas sua consciência é o espelho que não deve ser torto nem por autocrítica excessiva, nem de menos, pois por ele você verá o universo e, quando correto, desvelará seus segredos mais intrínsecos. Minha visão de universo é resultado de minha auto compreensão consciente, a forma como enxergo é a forma como sou, pois a exemplo dos maus em seus espelhos tortos, ausentes de autocrítica, transfere para mim suas deficiências pois vê em mim como são. Quando o espelho da consciência é reto, não serás tu a medida do universo, mas o universo sua medida, contemplarás o infinito, o infinito caberá em ti. Minha visão pelas lentes da consciência concebe ver o universo como é, em seus defeitos e perfeições, pois sou como sou. O universo que tem lá fora é a ideia dele que tenho dentro de mim. Se minha compreensão dele está errada, o meu autoconhecimento também. Por isso o mal, como Sócrates deduziu, é resultado da ignorância, pois ela consiste na deficiência da compreensão de si próprio e do próprio universo, ainda que façam dessa ignorância algum tipo de conhecimento - naturalmente torto - de modo que fazemos o que somos, e somos o que fazemos também, e o eterno conflito, a ausência de harmonia, revela essa deficiência.

    Acontece um feedback alimentado pela curiosidade a medida que o autoconhecimento surge quando alinhado com o universo. O autoconhecimento leva a busca o conhecimento da verdade, assim como a busca pelo conhecimento da verdade leva a compressão de si próprio, pois pela problematização e curiosidade consequente leva a compreender seu lugar no universo. Busca assim harmonização quando se torna verdadeiro, passa amar a justiça, a verdade, a ética ao contrário dos que por serem tortos veem torto, e são tortos pois veem torto, num conhecimento deficitário de si e do universo na plena ignorância das leis cósmicas, levando a ‘desarmonização’ caótica. Sua consciência é extinguida o limitando a instintos, desejo e ao ambiente, se tornando não mais que um animal humano – isto que Jesus quis dizer negar a si mesmo, esse “eu” instintivo, de sua carne. Surge então uma arrogância por um ego cego ou míope, achando dominar (sempre o território) quando é dominado pelos desejos e instintos de si próprio. Precisa então sempre submeter alheios, subjugar, pois sendo incapaz de vencer a si próprio luta apenas por se auto afirmar, seja diminuindo alheio, o pisando ou destruindo. Sua existência assim se torna parasitária, dependendo impor o que sejam para que ele seja por oposição, como numa savana um mero predador que não vive presas sendo ele mesmo preso a um conhecimento fragmentário ou falso do universo. Mas o homem não é um animal e por não sê-lo assim apenas desarmoniza o universo ao contrário dos animais que são, é uma artificialidade tentando ser natural pela ignorância achando-se conhecer a si própria.

    Por isso a prática condizendo com a palavra do conhecimento da verdade se faz precisa como confirmação do aprendizado do ser. Comportar-se de modo civilizado e social, saber conviver é a sucessão posterior ao conhecimento verdadeiramente absorvido, a essência da educação que não se faz apenas conhecer, mas é autoconhecida somente possível pela consciência. O aprendizado deve ser um meio para não somente formar a cidadania, mas como um caminho para o autoconhecimento.

    Hoje em dia a direita serve para impedir os excessos da esquerda, e a esquerda os excessos da direita. A oposição e a liberdade de expressão são pilares centrais da democracia, mas quando o indivíduo não consegue ser o que quer é porque a individualidade não é respeitada num ambiente que hostil tem mais força que seu livre-arbítrio. Por isso a coletividade não deve atropelar a individualidade nem o indivíduo a coletividade, pois representa ausência de harmonia. Isso sobretudo acontece quando a sociedade passa a delegar fazeres não responsabilidades, daí surge a inexorabilidade da criminalidade exponencialmente crescente. Essa maldade é progressista com métodos nada progressistas, mas eu sou um conservador com métodos progressistas.   

Conto Vencedor de Concurso na Revista Litera Digital

O Conto 'Além do Horizonte' da antologia 'Todas Formas de Sonhar' fora selecionado num concurso o qual os vencedores seriam publicado na Revista Litera, uma publicação digital. O conto parte da hipotética descoberta de mundos paralelos o qual ao passar usar esses mundos como forma de jogar fora o excesso de lixo da humanidade cria sérios problemas com seres super evoluídos de uma das dimensões.

Para ganhar gratuitamente um exemplar da revista o leitor deve clicar aqui e após clicar na imagem da revista para abri-la em formato PDF, então basta apenas salvar o arquivo onde quiser.

Desejo ótima leitura!




segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Parábola Para Reflexão

Após entrar numa crise existencial, passei a questionar meus dons e minha busca, assim resolvi partir numa viagem por uma vasta extensão de flores tropicais. Ao caminhar por uma longa trilha encontrei a seu fim um sábio que morava numa casinha humilde, em meio a floresta. Ao parar contar sobre quem era perguntei a ele como sair dali, aí ele me perguntou respondendo:
- Depende do que queira, o caminho do que queres te levará a um lugar.
Perplexo, indaguei exultante:
- O que querer?
Assim ele então me respondeu:
- Queira mentes e corações, não corpos, pois o corpo envelhece, a mente e os sentimentos não;
Queira ideias, não matéria, pois as ideias nunca morrem, a matéria erode, apodrece e vira pó;
Queira valor, não preço, pois um apenas é comércio, o valor é virtude;
Queira qualidade, não quantidade, pois mais vale o pouco com qualidade do que o muito sem;
Queira ser o melhor, não o maior, pois nem sempre o que é maior é o melhor, mas o que é melhor superar o que não é;
Queira ter reconhecimento, não ficar famoso, pois um apenas é a medida de seu talento outro não;
Queira fazer arte, não indústria, pois a arte é singular o industrializado é mais do mesmo em quantidade;
Queira se pagar, não ficar milionário, pois com um tenho apenas o fruto de meu trabalho outro muito mais do que preciso; 
Mas sobretudo queira a verdade, pois se tudo que quiseres não tenha verdade, tudo não se passou de uma ilusão. 
Trecho de 'Sombras dos Tempos' de Gerson Machado de Avillez.

domingo, 13 de novembro de 2016

Citações do Livro de Memórias de Gerson Avillez

Abaixo separo algumas das melhores citações do livro de memórias de Gerson Machado de Avillez, 'A Lenda do Homem Que Não Existia: Memórias de um Ilustre Desconhecido'. Vejam algumas abaixo, clique para ampliar:
















sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Capa Alternativa do Livro de Memórias

Abaixo disponibilizo a capa alternativa do livro 'A Lenda do homem Que Não Existi: Memórias de Um Ilustre Desconhecido' de Gerson Machado de Avillez. Relembrando o livro compila memórias, arte, concepções e filosofias pessoais do autor ao longo de sua história como modo de compreensão e visão. Clique na foto para amplia-la.



sexta-feira, 4 de novembro de 2016

A Perfeição do Arco Narrativo

Uma das coisas mais importantes que aprendi num curso de roteiro que fiz no começo do século é a importância do arco narrativo numa história. A perfeição é divina, sem máculas se completa amarrando-se a si mesma sem contrassensos, mas onde o qual tudo se encaixa com maestria em sua construção de começo, meio e fim. O propósito, isto é, o 'porque' e nexo a conduz, mesmo que sendo complexo, como se padrões emergissem a formar um senso estético na história. Não por menos denota o termo arte pois tais padrões são de formosura que, curiosamente, encontra-se a moral da história, ou seja, a ética, pois o 'porque' denota moral, razão e propósito.

A proposta do arco narrativo, antiga amiga de roteiristas e escritores, demonstra a essência das histórias em similaridade a jornada do herói. Divina, pois está presente universalmente nas melhores histórias desde a antiguidade, como uma 'divina proporção' de eventos muitas vezes síncronos e da realidade, assim como na bíblia de Deus. Por mais variadas que sejam as histórias elas apresentam características que dão complexidade e significância a sua história. A representação é de uma conexão do fim com o começo sem perder seu senso de origem, a do começo. Autores como Cris Carter fizeram isso com 'Arquivo X' ao levar seus protagonistas Fox Mulder e Dana Scully de volta ao ponto de partida, um hotel numa cidade do interior. Os exemplos são inúmeros e enriquece a trama com si própria demonstrando uma conexão não somente de eventos, mas de linearidade algumas vezes não cronológica.

Se toda história começa com um desiquilíbrio - caos, onde tudo poder aparentar perder o sentido - inicial nada mais sensato que voltar a condição anterior quando seu equilíbrio é novamente encontrado, isso também é presente na bíblia, com a queda do homem em Gêneses à redenção do homem no Apocalipse, ele sai do paraíso para no fim da jornada como espécie voltar ao mesmo, novamente demonstrando com perfeição um arco narrativo.

Diria que a história começa com uma pergunta gerada pelo desiquilíbrio até a sua conclusão que, como uma chave, se enclavinha com a resposta. 'E agora?' Pergunta-se o leitor ou espectador ao ver o desiquilíbrio de modo que o desenrolar da trama deve responder essa e outras perguntas que vão surgindo na história. Porém, certamente a mais importante de todas as perguntas é o 'porque' pois ele denota tanto a moral que se torna explícita na narrativa quando a coerência geral da trama.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

O Papel da Religião Hoje no Mundo


O Papel da religião é preciso na ausência de algo melhor que a substitua, não se trata apenas da busca pela verdade, mas pela significância moralizante ante um mundo que lhe é oposto, estando cheio de toda violência, injustiça, impunidade e corrupção. Se trata da fuga do homem dessa realidade numa tentativa de religar a Deus após sua pureza ser destituída pelo pecado, se trata, sobretudo da tentativa do homem tornar ao paraíso de onde foi expulso. Não se trata, no entanto, de tradição, mas da luta pelo ideal da pureza e perfeição por meio de dogmas e crenças que os afaste do inferno de aflições, misérias e angústias e aproxime de Deus e o paraíso.

A religião, diga-se especificamente a cristã, é a muleta de uma humanidade enferma de seus valores numa aguda e crônica crise. Deste modo a religião não habita templos mas perpetua-se pela crença e doutrina que são redentoras pela fé ao contrário do fanatismo paralisante que impossibilita o senso crítico compelindo a uma visão estreita do qual apenas se reproduz em suas ideias cegamente e em alienação, quando não pela força. Crença que "converte" pelo medo não afasta dos males do mundo, apenas o aproxima, sendo assim não é melhor do que se diz combater.

O materialismo de Marx ataca a religião como se fosse a ilusão por abster-se da matéria, mas é o intangível além matéria o que não implica sua inexistência como na mentira, de modo que substituí-la sem curar o que lhe faz necessária é substituir uma ilusão por outra, falha pateticamente, assim como falhou historicamente ao não trazer a felicidade a não ser simula-la falsamente, a mãe de todas hipocrisias.

A religião como instituição assim terá sua desfiguração sempre pelo poder humano que essencialmente é corrupto, nisto falha o sincretismo, como ocorreu séculos atrás pelo catolicismo e hoje por outras seitas - ao contrário dos sincretismos forjados nas senzalas de escravos - pois sua significação não é acolhedora, esclarecedora e reconfortante, mas de arrebanhar todos sob um mesmo poder ainda que sob um domínio disforme e polarizante e que assim, consequentemente, não acalenta quais quer anseios, destituindo assim seu papel central.

A exemplo do Deus bíblia a pretensa de poder parece nunca ter existido em vista que não tinha a intensão de ser Deus dos gentios, mas apenas de Israel, até que Jesus num ato de sublime empatia entregou-se livremente deixando claro que não havia quaisquer pretensões de domínio, mas sincera salvação humana. Isso parece confirmar o aspecto de que Deus, em sua onipotência, independe dos sacrifícios humanos e mundanos, especificamente após Jesus ressuscitar, pois seu domínio não é reafirmação de poder, mas sim de misericórdia sobre o homem, ou seja, acalentar, acolher e salvar, não seu oposto.