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sábado, 30 de outubro de 2021

Melhores Frases de Outubro de 2021 - Parte 3

Seleciono a seguir as melhores frases e pensamentos de minha autoria no mês de outubro de 2021. Clique nas imagens para amplia-las.








quinta-feira, 28 de outubro de 2021

A Relativização das Desigualdades

O relativismo é a indefinição, logo um neutralismo que busca falsamente uma amoralidade que acarreta apenas na desconstrução da isenção. Definir é decidir, decidir é abnegar a neutralidade, pois para o discernimento lúcido temos que ter definições para decisões. Desse modo quando essa definição está arraigada aos fatos exteriores e objetivos é isenção e imparcialidade ao contrário da ausência da substancialidade pós-modernista o qual a cada ocasião e escolha uma leitura específica sobre seu estado. O relativismo da pós-verdade almeja o símbolo da totalidade atingindo apenas a obnubilada (obscuro). A definição que pelo mesmo motivo na mecânica quântica decide por apenas um estado possível, ao contrário da hipocrisia que conjura a impossível de ser certo e errado ao mesmo tempo, tanto como verdadeiro e falso. Buscamos desconstruir não a dicotomia e desigualdade, mas o que a provoca. Toda dicotomia não surge da diferença, mas da ruptura de relações equitativas de poder. A desconstrução assim não está na definição da diferença, mas da comparação hierárquica e moralista a reforça-las como desigualdade, pois a dicotomia dentre o oprimido e opressor, não está em atacar sua definição, mas corta-la pela raiz da origem.

O relativismo assim serve apenas de instrumento a um encantamento do qual a varinha de condão fálica do mágico poder etnocêntrico nos define contra nossos direitos e obras numa fantasia que desagua apenas em realidades trágicas ao tornar o conto de fadas, a fata da fatalidade, um feitiço egorrágico da vontade do mais forte sobre o mais fraco, o maior sobre o menor ao definir a si mesmo pela acepção e diferença que faz com alheios.

O qualitativo tanto como o equitativo busca dissipar a desigualdade ao criticar o que se eleva em poder e tamanho sem equivalentes qualidades e virtudes a exemplo de tiranos, déspotas e autoritários ou da corrupção que míngua economias e gera apenas crises - nem todo corrupto é autoritário, mas todo autoritário é corrupto, como agravo do primeiro. O poder regido sob essa hierarquização corruptora exacerba ao subverter a ética (quando não a lei) levando a uma relação incestuosa de poder. A desigualdade assim se perfaz pela relação de dentre a impotência e potência na ruptura qualitativa e de virtudes éticas por hierarquizações verticais artificiais e forçosas. A hipocrisia se atém na mesma diferença entre etiqueta e ética, que está entre o que xinga e os que praticam o xingamento como ações e atitudes como prática ainda que a pretexto do contrário.

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Nova Capa do livro 'Chronogenises' e 'Verbogonia do Filoversismo'

Publico a seguir a nova capa para o livro de não ficção 'Chronogenises: A Filosofia das viagens no Tempo', ensaio filosófico de minha autoria ao compilar uma revisão dos livros 'Kairos: O Livro do Tempo' e 'Os Infinitos Tons da Eternidade'. Abordando uma nova perspectiva astronômica e física sobre o tempo o livro amplia a relatividade geral de Einstein através de um conjuto de teorias demonstradas em experimentos mentais através de vários textos de ficção de minha autoria. Clique na imagem para amplia-la.

A Segunda capa é do novo ensaio de não ficção que dá continuidade ao livro "Filoversismo: Manifesto Sobre o Conhecimento" de minha autoria. O projeto em desenvolvimento parte de textos publicados inicialmente nesse blog e fazem parte do conjunto de teorias e hipóteses do autor.

Apesar que tais obras estejam registradas na Fundação Biblioteca Nacional e em blockchain no Registros de Obras On Line, o trabalho do autor que expressa sua visão,m pesquisa e experiências pessoais não possui qualquer suporte financeiro ou social, antes tendo sofrido frequentes crimes e perseguição a interesses de atender a demanda de charlatões de alte periculosidade.

terça-feira, 26 de outubro de 2021

Globalismo versus Universalismo



Historicamente um país invasor sempre subjuga a cultura do país invadido, como a exemplo dos povos exilados e refugiados que por choques culturais estes se aniquilam ou são assimilados. A globalização através da internet demonstra bem como esse etnocentrismo perfaz parte do classicismo hoje fragmentados em diversas narrativas. Logo, o globalismo pode se tornar uma ferramenta de centralização etnocêntrica de submissão, ao contrário de um universalismo que pondera aspectos positivos de convergência em todas culturas, pontos e denominadores do bem comum preservando a diversidade e identidade de cada cultura tanto como o coletivo da individualidade. Conservar a cultura como patrimônio não é torna-la uma caricatura xenófoba e discriminatória dos deméritos nacionalistas, através de deformações das tradições como ocorrido no nazismo. 

A acentuação radicalista, fonte do caos e dicotomias, devem ser refreadas por aberturas sociais que dialoguem com o mundo sem abnegar sua própria essência, a da cultura como a natureza do povo, a memória de uma cultura como parte de sua indelével identidade. Assim como supomos signos universais do Ethos pressupomos que mesmo todos somos indivíduos, todos nascidos no Rio de Janeiro são cariocas e todos brasileiros. Porém, a misantropia da diferença discriminatória abnega que todos são humanos em seus direitos individuais básicos. Ainda que haja uma observada evolução natural da cultura e linguagem este é um movimento espontâneo dos povos em seu zegheist, ao contrário do que impõe o extremismo e radicalismo como anabolizantes artificiais da progressão ou regressão. Tais como moléculas protocelulares que geram mais convulsões do que componentes de vacinas a males sociais são demonstrados pelo regressivismo mútuo nas liberdades e direitos individuais atestados como uma semi-antropatia ao ignorar os denominadores positivos comuns dos povos ao enaltecer arquétipos retroativos ao rebaixamento do pensamento de rebanho e dos instintos.

Caso observamos que a evolução de uma sociedade atende critérios de funcionalidade social mútua esta normalmente permanece maior tempo estável e assim sem grandes alterações de cunho cultural. Um exemplo pode ser visto geralmente nos povos indígenas ao possuírem um equilíbrio harmônico em coexistir pacificamente na natureza, ao contrário de convulsões tribais de gangues ou do expansionismo românico tanto como de tribos germânicas que contribuíram no mundo com os termos 'vandalismo' e 'barbarismo' (respectivamente os vândalos e bárbaros) dado seus frequentes conflitos. Tanto na sociedade, biologia e evolucionismo a estabilidade é longevidade. Tanto como uma gangue, quadrilha ou uma ditadura ainda que impondo sua própria ordem, é sensível a oposição ou críticas pois é volátil, sua natureza autoritária por ser radical sempre tende a instabilidade e por isso sempre vindo a queda ou assim induzida. Na harmonia a pluralidade tem na diversidade a reciprocidade do direito da individualidade mesmo que mediante o bem comum e a cultura que estão inseridos, de modo que críticas e manifestações apenas são agressivos a proporção da repressão até avolumar-se em convulsões e crises.

Abaixo alguns aspectos desses graus de evoluções culturais:

- Tribalismo
- Colonialismo
- Imperialismo
- Ditadura
- Democracia

O primeiro estágio pode ter regredido do último sob as condições que antagônicas a harmonia indígena advém de conflitos de regressão social do Ethos, expressos através da radicalização emergente de arquétipos e dicotomias iniciadas por crises e desequilíbrios. Tais fatores são universais de modo que mesmo um povo unificado de um país possui suas próprias tradições regionais como recortes de uma só cultura, tal universalismo perfaz parte intrínseca a cultura humana ao contrário da radicalização e discriminações que apenas tornam a cultura humana fragmentária, dicotômica e classicista.

Assim como as tradições são células de um organismo cultural, sua progressão a um colonialismo supõe uma maior extensão organizada do tribalismo, sendo este por vias feudais ou que se inclinem a aristocracia, monarquia ou teocracia por meios de um poder que centralizado gera um vórtice político as nações por eles colonizadas como satélites a estes.

Tal como os subúrbios, zonas rurais e favelas estão para a capital este efeito é ainda mais acentuado através do imperialismo, que opera, no entanto, por vias mais agressivas. Ao invés de colonizar, invadem como expansão de seu domínio.

A exemplo do império chinês na antiguidade demonstrado como uma exceção em sua estabilidade não expansionista, a extensão de seu império ainda que mediante eventuais conflitos regionais foram menos drásticos do que dos impérios romano e os da antiguidade, no Oriente Médio de Alexandre, o Grande e tantos mais.

Crescimentos cancerígenos deste tipo foram replicados por Napoleão, no século XX por Adolf Hitler e atualmente pela geopolítica norte-americana ao advogar pra si o título de “polícia do mundo". Tais nos trazem a repetida demonstração trágica do avanço autoritário de uma nova ordem centralizada. Ao contrário de democracias que devem ser predominantemente regionais afins de melhor atender a demanda de um povo e cultura, este último Estado em consonância com  constituição de seu pais demonstra que a cultura de uma nação antecede a sua emancipação como Estado independente, sendo em última instância o celeiro embrionário do país e seu povo. A cultura é anterior ao Estado, a nação, e de igual modo destrui-la é destruir o país.

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

A Lucrativa Indústria Reacionaria

Alguns “conservadores” não passam de conservantes enlatados de discriminação, quando quem não tem discriminação julga apenas os fatos dos atos criminosos, inclusive da discriminação. Assim o verdadeiro conservador deveria estar pra resistência em preservar direitos básicos como valores da dignidade humana, não o oposto, como reacionários ao defender discriminações que tem de diversa apenas si mesma num ato de misantropia.

O reacionário multiforme não defende tais direitos e dignidades, senão discriminações e transtornos antissociais enquanto criminaliza em neurofobia as sequelas de suas vítimas. É obra do cão impor uma vida de cão a quem não a faz. Como o totalitarismo ao pansincretista não é integral, mas generalista ao não discernir erros, pecados e crimes, tanto como sagrado de profano, secular e religioso, bíblico, de extrabíblico ao antibíblico. Todo fanático e radical não enxerga o direito alheio além de sua subjetividade, do qual suas crenças devem ser obrigação alheia. Mas os que induzem o pecado alheio por escassez e perseguição sempre serão os que acusam o próprio pecado em alheio pelo contrário. É como homem de fraude e sangue querer ensinar o caminho certo pra Jona, quando este não sabe o seu para a cova.

Seria como impor a criminalização (como escravidão o mero hobby) da liberdade artística e de expressão, e promover o roubo disto e exploração sexual como "libertação", como se a psicopatia, sadismo, latrocínio e estupros fossem meros tabus tanto quanto essa direita se posiciona a esquerda em prol dessa degradação lucrosa através do neoliberalismo e outras prostituições ideológicas e políticas. A síndrome de Deus é comum a psicopatas que destituídos de afeição e remorso julgam-se incompreendidos por sua crueldade sistemática, disso o medíocre pensamento de que é discriminado na busca por sua elevação onerosa as vítimas, por apenas ele ser o discriminador.

Se estes não são capazes de perceberem que somos gente é por estes provavelmente não saberem que os mesmos não são. Como o Tiranossauro, se acham grandes e fortes a proporção da ferocidade hedionda e pequenez de seu cérebro de noz. Sendo caluniadores fofoqueiros não sabem a diferença entre cocaína e leite em pó pelo mesmo motivo que se achando serem ouro, não sabem que são latão. Tais idiotas são do mesmo tipo que se acham grandes acadêmicos por dizerem ter vários artigos científicos, mas é tudo facilmente enquadrado como artigos 171 e 157. De nada adianta se acharem bola meramente por ser cretino esférico, sob qualquer perspectiva, a menos que o fure. Apenas o engano, mentira e discursos ensaboadinhos ludibriam seus crimes contra a humanidade. Como Paulo Frabcis diz 'a ignorância é a maior multinacional do mundo' pois a injustiça e mentira sempre será o negócio mais rentável na ausência de justo juízo legal, da indústria bélica da guerra, tráfico de informações, drogas e pessoas donde os bilhões de dólares que circulam na economia é o anabolizante do capitalismo desde a escravidão.

domingo, 24 de outubro de 2021

A Origem Demagógica das Elites Mafiosas


Assim como a maiêutica socrática conduz o sujeito a parir o conhecimento, os rejeitos demagógicos do falso intelectualismo através de falácias e sofismas (e outros agravos verbais) levam apenas o indivíduo a parir bobagens. A pedra de tropeço do legítimo pensamento é a indução volitiva como axioma da falácia do apelo emocional em múltiplas esferas. De modo similar a uma peneira de Sócrates que peneira apenas o intelecto da ética e integridade da informação sendo o seletivismo da parcialidade a surtos egorrágicos ainda que travestidos sob o prolixo da verborragia ao se abster apenas da ética e bem comuns ao conjurar apenas sua própria supremacia. O mesmo ocorre na política ao subverter direitos e a democracia.

Assim como alguém que desenha bem pode fazer um desenho ruim, quem não sabe desenhar dificilmente fará desenhos bons, por isso um idiota sendo tolo e burro pode até copiar quem é inteligente, mas dificilmente alguém inteligente e sábio copiará alguém tolo e burro. Similarmente o excentricismo não é charlatanismo, ainda que todos charlatões sejam excêntricos. Nikola Tesla acreditou de modo errôneo que seu raio da morte provocou o incidente em Tunguska, Thomas Edison inventou um fonográfo que supostamente se comunicava com os mortos, porém, a diferença entre esses e um charlatão é que o último produz crimes e destruição por meio de enganos, plágios e pseudociências, os gênios ainda que excêntricos proporcional saltos a humanidade.

A graça que custa caro, é a desgraça de preço a pretexto do oposto. O mesmo percebemos quando politiqueiros e populistas ignoram a verdade dos fatos e da lei a pretextos de posições políticas ou crenças. Assim como os direitos básicos e bem comum são inalienáveis, a suposição constitucional do direito a vida supõe não apenas a inocência até se provar o contrário, mas que o direito é anterior ao dever em razão de que tributações, taxas e impostos sempre serão sobre o ganho, de bens ou salário, ou mediante a aquisição assumida de serviços ou produtos - não sobre o direito ou o que se produz, mas encima da vendas do produto e serviço oferecidos. Tais são os cumprimentos legais (ante serviços e produtos obviamente legais) que mesmo Paulo de Tarso não negava. Ou seja, a inversão pelo oposto é a suposição do crime quando a exemplo da extorsão temos que pagar por um direito básico ou resgate do que é sua propriedade e direito legitimado por lei ao se fazer conhecida pelo Estado, ao contrário da sonegação. Do mesmo modo que no capitalismo o que custa muito caro pra um é muito lucro pra alheio, o que custa muito barato para um é as custas da exploração ou dolo alheio.

A politicagem tanto como o corporativismo abnega tais a pretextos ideológicos e políticos, sendo selecionista ao ignorar direitos alheios atendendo a privilégios próprios ou fins ideológicos e de crença, como a meritocracia. Seria como alguém estar infartando e os bombeiros negarem prestar socorro por não ter pago impostos ou ser de outra posição política ou religiosa, ou o clássico apelo a autoridade e tráfico de influência sob chavões como "você sabe com quem está falando"? Disso a desigualdade gera uma política de nepotismo e meras trocas de favores aos subornos que evoluem ao compor elites apenas a formação de quadrilha, cartéis e máfias. 

Logo onde não há justiça apenas o crime premia e pune. Disso a fachada da hipocrisia gera uma bolha da corrupção que por estar sob a fachada legaloide apenas tensiona seu estourar tal como esquemas de pirâmide.

Ante a escuridão da injustiça não se acham inocentes pois ante a escuridão são todos iguais, como o charco que nivela a todos apenas nos erros. Ante a escuridão da impunidade todos são iguais até jogarem luzes e revelar a justiça e o justo, a vítima e o algoz. Nisso a doutrina e filosofia benevolente é louvor aos autores, a doutrina e filosofia das trevas precisa de culpados e vítimas.

sábado, 23 de outubro de 2021

Teoria Literária do Filoversismo

Getty Images/iStockphoto/themacx
Dentre as teorias literárias, do formalismo russo, o estruturalismo tcheco, o pós-estruturalismo, o desconstrucionismo francês, a estética da recepção alemã, críticas de gênero e por último estudos pós-coloniais e culturais sendo perpassando os estilos realistas, impressionistas, expressionistas, simbolistas, românticos e futuristas (dos quais derivam a pluralidade de gêneros literários) consolidaram que desde o surgimento da linguagem um novo pensamento, como designado por Gardner, surgiu, discernindo o ser humano dos demais animais, a inteligência verbal. Esta afastou-se do pensamento visual e inteligência espacial ao buscar em algarismos e códigos combinados padrões que traduzissem em gradual precisão as coisas do mundo. Porém, não apenas tornou possível criar e traduzir o abstrato ou imaginário antes intraduzível no pensamento visual, como algo que fora potencializado com a solidificação permeada pelo advento da escrita ao permitir maior coesão e precisão da linguagem e seus textos ao longo dos séculos, ao contrário da distorção perpassada pela mera oralidade. Sobretudo disto emergiu o próprio ato da linguagem se tornar uma arte em si através das poesias e epopeias, de Gigalmesh a Homero. 

A palavra assim sempre expressa a objetividade, ainda que através desta o subjetivo e abstrato, mesmo que na poética em coesão estética de sua fonética musicalizada. Porém, se hoje a técnica fria denota uma ciência  literária (assim como a ciência produz literatura própria, a literatura produz ciência) a expressão dos anseios, dúvidas e subjetividades ainda transmutam o valor dela como arte que a exemplo da cultura judaica e românica ganhou peso sacro na letra escrita deixando claro que a literatura perpassa todos aspectos sociais humanos, sendo como arte, religião e ciência. Todavia, as teorias literárias postuladas desde a Poética de Aristóteles estabeleceu o vínculo filosófico perdido das poesias com Sócrates, não num sentido de mitos ou artes, mas como a Poética uma manifestação estética da verbalidade. Ainda mais além, muitos não negam a importância de seu estudo não apenas mediante o detrimento do contexto dialógico da subjetividade do indivíduo em seu contexto contemporâneo e conterrâneo, mas propondo na teoria literária do filoversismo um movimento dialético de transformação dentre os verbos e a realidade. 

Sobre tal aspecto a escrita fictícia expressa uma verbalização o qual a narrativa musicalizada não apenas traduz a orquestra do mundo em signos, como o induz ao influencia-lo. Quando a narrativa desde o arco do herói a outros aspectos expressam sabores que demonstram que sua combinação coesa e harmonizada origina o novo como uma estética narrativa própria a amplificando além poética, sendo uma estética prosaica, ou em dados casos combinam ambos, a exemplo da estética poética e narrativa da 'Divina Comédia' de Dante. Logo tal estética, não apenas a métrica (B. Tomachevski) ou o estruturismo fantástico (V. Propp). A prosa não se limita assim igualmente, de modo algum, a comunicação ordinária, simples, porém das grandes frases a eloquência ou erudição ao exprimir em sentenças axiomas ou mesmo paradigmas.

Sobretudo filosófica, pois seus anseios ao transcendente da subjetividade aspiram a questões não apenas existencialistas, mas significalistas e hipotéticas além si mesma. Tal ocorre pois toda literatura, ainda que feita a sós, nasce da relação eu-nós tanto como eu-eles, isto é, não apenas mediante alheios e suas coisas, mas o mundo expresso através da indelével identidade de estilo narrativo no irrefutável contexto da vida do autor versus o mundo. A idiossincrasia em caso do conflito busca exatamente isto, ordenar e organizar de modo significante donde o significalismo atribui valores e motivos a ação dos verbos tanto como a ética aos costumes e comportamentos. Quanto a obra ser eles-eu ou nós-eu a narrativa demonstra a aura opressora e sufocante, normalmente passiva à desarmonia numa tentativa de formalizar a realidade na disparidade de verbos predominantemente negativos na busca por suplantar o vão torpeniilista das nulidades significalistas ou existenciais. Os graus de alinhamento demonstram expressões subjetivas e volitivas próprias.

Similarmente disso o estudo da metalinguagem e psicologia determinada por um percentual inconsciente combinado ao autoconhecimento e consciência do indivíduo (de si para com o mundo) excede muito além a sua percepção e subjetividade, mas um dialogo em graus metafóricos e simbólicos determinados pela coesão alinhada em harmonia entre o inconsciente e consciente, interior e exterior.  O contrário dizemos da fragmentação pessimista e disforme (ainda que assimiladora) e ruídos informacionais desalinhados da objetividade entre a subjetividade, tanto como desalinhados dos preceitos demais, sendo uma prosa ou poética uma estética narrativa do dialogo ético por relacionar-se com o mundo real e objetivo. Assim a teoria literária do filoversismo versa o aspecto das relações verbais entre a psicologia do indivíduo e do coletivo, sendo a metalinguagem por signos, simbolismos coesos aos arquétipos como demonstrativos da encarnação verbais de tais anseios em ações ou suas pretensas.

A dialógica informacional é a relação interpessoal e lógica da linguagem eu-ele/eu-eles do qual quando versado transmite o embate verbal da conversa, ao contrário do degradado ao sofistico ou volitivo decaindo potencialmente a verbalização da agressão onde a ameaça e ofensa destituem a razão e lógica do diálogo ante o emocional. Enquanto na dialética expressam o embate versus, o diálogo induz direções meramente sintéticas de harmonização.

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Um Conto Sobre Gigantes



Havia um conto de fadas que dentre outros narrava sobre os malfeitores gigantes. Ainda que conhecendo sobre contos antigos de todas partes do mundo, aquele era diferente. Contava a história nos recantos mais isolados do litoral de um lugar de Sol e ventos, onde estes gigantes pela própria natureza pareciam aludir mitos ancestrais de um Império megalômano anterior a descoberta dessas terras pelos europeus. Donde a face de seu temível imperador se erguia esculpida na maior pedra a beira-mar do mundo. Seres duros e entorpecidos pela soberba como soberania do ego permaneciam inebriados sob seu próprio poder tenebroso o qual os afamavam de modo profano as distantes tribos nativas. Boatos de que todos que lhe cruzassem o caminho, não importando a inocência eram arrastados. 

Suas trilhas, eram assim conhecidas por sua destruição e miséria, do qual ainda sem vê-los o pesar era sentido ao silenciar mesmo os pássaros e ventos ao serem precedidos por um grande e amargo vazio, vazio do qual a chuva parecia ser as lamúrias amargas da natureza que os pariu como um acidente aberrativo ao empalidecer toda vida destituindo mesmo as plantas de todo seu propósito. Na abiose social a destituição era de todo significado, sentido e valor da existência. Era tenebrosa a sinfonia da morte ribombar por estes varões de fama do quais as vítimas que não eram devoradas se matavam ou enlouqueciam. Não restava um bravo herói que a estes se opusessem ou ao menos criticasse ao megaloclã que restava nos subterrâneos da floresta litorânea. A sensação de impotência e pequenez era o efeito iníquo mesmo de seus mitos repercutidos em contos de fadas desde a antiguidade. Tais desdenhavam de todo estilo de vida livre e social do homem o estarrecendo em suas atrozes zombarias sádicas ao se exaltarem ante a brutal diferença desigual de tamanho e brutalidade.

Sabia de contos dos quais eles devoravam famílias inteiras apagando mesmo rastros de suas existências e acumulando seus espólios latrocidas ante a ausência de viva alma capaz de testemunhar ante desolação de sua presença. Monstros alimentados pelo ódio movidos pelo medo de suas vítimas. Mas se todo o crime é um ato de guerra ao atentar a paz e a ordem social e pública o conto daquele gigante em particular chamava a atenção ao tornar prisioneiro escravizado uma jovem coruja que roubada sua liberdade viu com o passar dos anos sua juventude se liquefazer junto as esperanças de fugir. Antes todos os dias torturado psicologicamente sob humilhação e de seus, caso este revidasse como represália tal monstro buscava, entre outros atos espúrios, alguma donzela para se banquetear sob moléstias e torturas vis.

Disso os rejeitos residuais uma vez expelidos removiam-se num vórtice espiral privada a dentro ao transpassar a barreira para o submundo como se tais fossem movidos como oferendas ao rei-rato e o funesto Império de Hades que veneravam como deus.

O prisioneiro o mantinha refém ao ganhar dinheiro contando a seus amigos trolls e ogros histórias e ideias por ele criadas, sendo uma fonte de contos de fadas e preâmbulo das lendas urbanas como esta aqui narrada. Ausente de quaisquer direitos, da sua família, dignidade ou respeito este zombava dele dizendo que tais coisas eram demasiadas para alguém inferior como ele. E por isso quaisquer conquistas eram penosas, dolorosamente caras e morosamente justas, ante tais privações como luxo exclusivo dele. Assim incomunicável com o mundo exterior, sem amigos ou amores, sabia do labor desse monstro a devorar todas que lhe amaram ou tentaram liberta-lo de sua gaiola dourada num pé de laranja. Tudo enquanto eles se esbaldavam em banquetes ao lado de seus irmãos trolls e ogros, sob os auspícios de gargalhadas sádicas de seu anfitrião numa festa em prol das ideias da coruja aprisionada sob penas de iguais torturas caso não promovesse fortuna e fama fácil.

- Sobre você não aceitar cooperar não vou apenas te matar quando não tiver utilidade, mas vou te empalar pelo reto e cozinha-lo ainda vivo.

Assim a coruja Sorgen amargava sua solitária insalubridade psicológica fazendo com que suas penas caíssem sob o encantamento de uma terrível bruxa, sua esposa. Quando a última pena caísse o encantamento se consumaria e ele se tornaria o opróbrio dos malévolos. O vício é a necessidade deturpada do erro e do excesso, normalmente ambos.

Toda vez que o gigante lucrava as custas de seu prisioneiro ele o humilhava e caluniava chamando-o de bandido ridículo, burro, feio, maluco, velho escroto, cachorro. E gargalhava ao vê-lo em prantos, na verdade ele desconfiava que ante a dor e sofrimento alheio ele mesmo tinha ereções.

O conto tenebroso que narrava tais atos, teria sido perpassado pelo próprio gigante que sempre tendo uma história sábia que a coruja (drogada com ervas) criava, eram deturpadas em medíocres e enfadonhas interpretações de textos atendo a contendas de palavras, uma vez que a coruja chamada por ele de Asno alado via disso gerar tragédias. Como um conto onde um valente enfrentava o covem de bruxas de um rei mau, levou este a promover ideias que deveria estripar prostitutas em plena era vitoriana. 

Com o conto em mãos dizia Sorgen que mesmo que lá nunca mais morasse, lá sempre estaria. Do quarto onde habitava a parede feita com o tijolo da verdade, sob os pés os fatos da autoria ao lado da janela da revelia. A colina da trilha dos enjeitados da sociedade levava a sua propriedade da zombaria, mas não sem antes cruzar o hospício que isso conduzia, ao mar de areia movediça ante o portão fechado do chocolate dos amores excluídos.

Pesquisei arduamente sobre as charadas que pairavam aquele texto como migalhas de pão de um menino tragado pelo serpentear dos caminhos de um labirinto. Ao cruzar os dados ao mapa decifrei o que apenas o leitor decifraria como se fosse uma mensagem na garrafa que no fundo do poço apenas a inteligência pescaria.

Fora assim que após procurar entre andanças chego a um lugar protegido por suas vítimas convertidas, araras agora destituídas de pena ao se tornarem ordinários ratos pedestres reprodutores de males. Ao visitar sob olhares sombrios sob o véu dos encantamentos e magia percebi se tratar de uma história real. Assim soube então que o gigante chamado Noswill era na verdade um psicopata canibal que o segregava em oculto. Membro de uma seita de estupradores seriais sendo destituído de grandeza era desvelado no inchaço ego megalômano sob a fachada de metafóricas ficções como alcunha para pedidos de socorro eternizado em letras.

A coruja era um homem destituído de sua humanidade ao viver a ração animalizante da sub-humanidade, as penas suas esperanças em letras, a gaiola a riqueza destes por seu aprisionamento, e as laranjas os que vendiam o que era dele e ele, por outrem em falsidade ideológica enquanto os ególatras se exaltavam com suas ideias.

Naquela terra de gigantes, os opacos homens destituídos de sua humanidade da outrora polidez lustrosa se tornaram uma cruel caricatura de si próprios ao passarem serem acumuladores dos tesouros de suas vítimas. Medidos apenas pelo rastro de destruição deixada pelo caminho em prol de sua senilidade moral e nulidade de valores na decadência sombria do que eram. Os gigantes que não compreendiam as palavras dele o chamava de bandido. Egoístas não sabem, compreendem, entendem ou aprendem nada além da própria vontade.

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Artigo de Destaque na Obvious: "A Genealogia da Maldade"

A seguir disponibilizo o artigo "A Genealogia da Maldade" do blog esquina do Óbvio no site Obvious Mag. Selecionado sábado como escolha do editor para destaque o link para acesso está na imagem abaixo. O artigo fora postado originalmente em 2015, porém, apesar de defasado ainda possui contexto atual.



quarta-feira, 20 de outubro de 2021

terça-feira, 19 de outubro de 2021

Antologia 'Mapa dos Sonhos'

Dentre aberrações dimensionais provocadas por crononazistas a outras incursões proibitivas no tempo, elos de paradoxos temporais se fazem e desfazem. Porém, dentre as incursões corretivas de determinado grupo transtemporal, um ser liberto passou a criar uma série de variáveis possíveis no tempo. Tendo fins egoístas na tentativa de subverter mesmo as leis físicas ao suplantar tudo o quanto é legítimo na ciência, cultura e religião gerou uma série de variáveis, muitas vezes distópicas, ao evocar todo tipo de aberrações randômicas de violências, injustiças, crueldades e desigualdades. Esse livro trata desses mundos possíveis como realidades dentro de nossa realidade ao varar outros contos e livros do multiverso do autor. A antologia ao reunir contos que foram publicados em sites e revistas digitais mostra a aterradora visão do autor ante o predomínio da subversão cruel a harmonia e legitimidade da sociedade e natureza.

Obra registrada em blockchain como antecedente de autoria, para baixar um exemplar em pdf gratuito clique aqui. Não é sorteio, mas exemplares digitais gratuitos para leitura! Caso possam contribuir com o trabalho do autor adquira um exemplar físico em brochura desse livro clicando aqui.

segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Um Multiverso Numa Gozada


Entre a falsa dicotomia da pílula vermelha ou azul qual você tomaria se a azul fosse Viagra? A cada átomo ou entrada na dupla fenda da mecânica quântica uma possibilidade variável. Imagine então naquele encontro eu finalmente ter ao amor de minha vida consumado numa noite a dois, entre amantes eternos na efemeridade do momento perpétuo. Cada mililitro de esperma numa ejaculação pode conter cerca de 20 a 300 milhões de espermatozoides. São mais ou menos essas possibilidades de variáveis de combinações que o gameta pode ter ao fecundar o óvulo.

Da minha combinação das informações genéticas de cada gameta com os genes dela, donde a cada possibilidade de que um espermatozoide conseguisse adentrar o óvulo uma pessoa diferente daria ao mundo. Dentre as centenas de milhares de espermatozoides pairam várias possibilidades como o milagre probabilístico que para nós desse universo é apenas uma acidentalidade. Porém, dentre as flutuações da sorte pairam variáveis dos quais as tenras mudanças geram as maiores diferenças ante o remoto rompimento dos grilhões do destino.

No clímax consensual de um momento de entrelaçado carinho intimo daríamos ao mundo uma advogada. Essa mulher se tornaria engajada nas causas feministas pelo fato de meu amor, sua mãe, ter sido morta violentamente por um grosseiro ato misógino de agressão sexual, porém, seus esforços ao por vários na cadeia, e dois mortos levaria ela a ser emboscada e executada friamente. Noutro um infortúnio infeliz conceberíamos um psicopata que ao verem sua mãe ser acometida pelo mesmo se tornou assassino serial parado apenas ao ser preso. Noutro um cientista brilhou no mundo numa Ascenção acadêmica o qual o ápice em patologia descobriu a cura do câncer sendo o primeiro laureado pelo Nobel de medicina no Brasil. 

Tudo pelo motivo do misógino ter sido pego antes de violentar sua mãe e linchado em público pelo flagrante. Pena que numa outra variável desse mesmo gameta ela teria abortado numa clínica após brigar comigo.
Noutro um deficiente físico, parecia pouco prospero até se dedicar as artes ao ter obras vendidas a altos preços em galerias de pintura, ele parecia muito mais comigo de aparência do que a mãe ao contrário da advogada. Houve tantas  outras vezes variáveis de um só momento ele que ela não fora fecunda, mas dentre as centenas de espermatozoides que nesse momentum ad eternum adentraram em variáveis mil, das quais muitos se pareciam entre si, outros eram os próprios ainda que com sutis diferenças na vida.

Houveram influências também mediante o ato ou por fatores externos, tal como da variação do tempo de início ou duração.

Todavia aquele ato sexual de amor e afeto recíproco durou alguns minutos, mas nas possibilidades exteriores ao multiversos de variáveis uma infinitude como o consensual orgasmo. Disto concebemos de um médico, um historiador e mesmo um político que fora para o segundo turno das eleições presidenciais, e um outro que por um acaso se tornou um traficante que andava apenas com seus campanhas, que armados de AK-47 afirmavam terem fundado um ordem criminosa chamada Thug Nine. Ele me agrediu e deixou meu amor morrer na miséria.

Ao contrário dos muitos depravados viciados em sexo e parafilia fazem apenas uns, um pelo amor mutuo teria a probabilidade de vários.

Todavia, no fim a possibilidade maior, ter sido apenas uma masturbação como a que acabara de fazer onde ao ejacular, um multiverso da porra desperdiçado. Quantas informações e vidas possíveis teriam acontecido?

Talvez apenas minha imaginação seja fértil.
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domingo, 17 de outubro de 2021

Guerra Narrativa: As Palavras do Poder e da Razão

A guerra narrativa aparenta advir da fragmentação etnocêntrica iniciada desde a Guerra Fria como a progressão do modernismo etnocêntrico quando a ideologia política passou a ser priorizada em detrimento da lei e fatos, entre a propaganda cultural norte-americana e a da URSS. Da propaganda nazista o mesmo se tornou paulatino ao afastar-se dos fatos objetivos e leis isentas, sendo a narrativa em última instância o mecanismo com que o etnocentrismo se estabelece na seleção arbitrária, tendenciosa e parcial de factoides, leis e éticas como mera instrumentação orquestrada de vários setores públicos, como a corrida espacial na Guerra Fria, a propaganda nazista ou a lava-jato desviada de seus fins iniciais a atender demandas políticas. Com o acentuamento obtuso do relativismo como advento da pós-verdade pós-modernista as coisas ficaram ainda mais turvas, e social e psicologicamente crônicas.

E disso o neoliberalismo se faz valer com maestria jorrando seus rios de dinheiro no fluxo narrativo da história, confundindo pautas de direita e socialismo, não tendo efeitos práticos ao melhor de nenhum dos dois. Dentre seus meandros há elementos como o "cancelamento" que transpõe as ideias de exclusão e escurecimento ao tendencioso escrutínio público potencializado pelas volições de ânimos por elementos muitas vezes tênues ou inconclusivos, como a diferença entre um  Jeffrey Epstein e Morgan Freeman. Curiosamente essa narrativa faz pressão psicológica contraditória num "politicamente correto" que aspira ao tóxico quando sinaliza uma radicalização que assedia mesmo em prol do homossexualismo a pretexto de combater a homofobia, como se a ideologia de gênero neoliberal pudesse ser imposta a alheios, de modo contraditória a si mesma. Tais aspectos apenas fomentam a ideia da destituição da ordem social dos direitos constitucionais e democráticos. Sob os tentáculos neoliberais ao tencionar posições classicistas arbitrárias aos direitos e atitudes dos indivíduos, este impõe o novo cânone discriminatório através da alcunha hipócrita do aparente do oposto. 

O ato de discriminar, como se diz o significado, é a disposição de 'separar', ou seja, compele uma ideia de ordem de organização por critérios próprios que tal como a discriminação não se atém a aspectos de critérios de isenção jurídica ou ética das atitudes e feitos comprovados destes, mas a interesses de poderes políticos e sociais. Basicamente a discriminação assim almeja uma hierarquização classicista estruturada na desigualdade de direitos ainda que sob meandros camuflados do oposto.

Seria como por este por ser indesejado usa-se qualquer coisa sem base conclusiva e substancial (juridicamente) para execra-lo da sociedade de modo excludente e meramente censurador. Ainda que os meandros sejam diversos ao racismo ou machismo, por exemplo, este usa elementos vagos, mau entendidos ou mesmo aspectos criminais sanados juridicamente ao serem amplificados exponencialmente como padrão de conduta a exemplo de abusadores e estupradores seriais, mas sem estes os serem.

O cidadão denuncia o crime, o fofoqueiro apenas a si mesmo ao expor seus verbos do preconceito e calúnia sobre alheios. Assim a privacidade que preserva os direitos individuais, tem seu equivalente oposto no segredo que apenas protege a impunidade do crime sobre a vítima. Por isso o cidadão respeita o primeiro, não o segundo ao contrário do oposto.

Todavia, os problemas tem início quando o errado ao desejar ter razão inventa a culpa alheia, quando quer mandar, ter poder e lucro inventa a dívida ou extorque o oprimido. O ataque moralista é o festim legal da defesa do erro, como a mentira seu escudo.

No jargão destes é comum termos como 'deve', 'posso', 'perdeu', 'merece', 'precisa', 'necessário' e é 'útil' ou 'inútil', pois os mesmos que discutem mais posições, status, títulos e poderes sempre serão os que menos se importam com a isenção do certo ante a ética e direito e os fatos objetivos que isso atestem, enquanto a vítima e o oprimido carente ante estes são suprimidas. Por isso é preciso que troquem as palavras 'riqueza', 'fama' e 'vencer' por pagamento, reconhecimento e justiça, pois os primeiros a exemplo dos dominantes podem ser excessos e injustos, mas o segundo nunca. O bem comum e os direitos básicos não são riqueza ou privilégios, senão ante a desigualdade que nos alimenta com a ração do desumano por racionar em avareza ante sua ganância como garantia de seu caviar da desigualdade, tanto como a destituição de todos demais direitos alheios. 

Por isso ao invés de discutirmos direita ou esquerda, conservador ou progressista, socialista ou liberal temos que discutir a verdade e o certo como denominadores comuns apenas que interessa aos bons, pois dos rótulos vem pensamentos dentro da caixa. Temos que combater toda inconstitucionalidade intencional como crime contra a democracia, um erro contra o bem comum!

sábado, 16 de outubro de 2021

Offshore dos Pecados Hediondos

Quando ocorre um distanciamento entre discurso objetivo e prática emerge o práxis do duplo padrão moral acarretado num distanciamento entre ética e estética ao ponto da parcialidade e mesmo contradize-la. A exemplo das suntuosas fortunas das offshore onde a etiqueta é majoritária, a ética é turva, parcial e fracionada, disso discernimos a origens dos termos grandeza e grandioso, como a etiqueta ser a pequena ética e a verdadeira virtuosa. Disso leva aos mesmos critérios de todos os princípios hipócritas da Ilusão escorados em moralismos de duplo padrão moral onde como piratas as leis e a constituição deixam de ser a base única do práxis se tornando mais uma carta guia ao sabor autocrata ou plutocrata, onde deixamos de ter direitos emergindo a servidão para que estes o tenham em privilégios. Se os pecados e crimes dos pobres tem começo pela escassez e privações a dos abastados sempre serão pela intencionalidade e excessos.

Há os ricos que são ricos pelo que devem por apenas ganharem e nunca pagarem impostos sobre o lucro, e os pobres que devem por não ganharem nada que dê para pagar! Do primeiro é reforçado pela autoafirmação de merecimento e superioridade o que abrange inclusive dívidas jurídicas. O que leva apenas a toda desigualdade e ilusões perpetradas pela aparência de legalismo e ausência de transparência e isenção. A seguir alguns desses princípios da ilusão:

- Princípio da parcialidade e contraditório:

- Princípio da hipocrisia, ou moralismo e duplo padrão moral:

- Princípio da Omissão ou Secretismo:

- Princípio Demagógicos e Sofísticos:

- Princípio do Desvio da Atenção ou a Males de Legitimação:

Dentre os mais vivos exemplos em deter um senso de superioridade está na busca pela desigualdade em privilégios, apenas legitimada com vilões imaginários contra todos os fatos, a exemplo da infundada discriminação, ou onde o senso de urgência contra qualquer tipo de males e problemas leva a justificar desvios de conduta, opressão e por vezes Estado de exceção. Onde deixam de ter direitos na servidão para que estes tenham. O uso do medo e ódio são comuns para uniões bovinas do povo contra esse "problema" por vezes deliberado induzido pelos próprios. A discriminação é o medo da diferença sob a forma do ódio em prol da desigualdade, enquanto a vítima tem medo disso sofrido. A misantropia é a soma de todas discriminações.

Tivemos o "LuxLeaks” em 2014, os “Panama Papers” em 2016, os “Paradise Papers” em 2017, "Pandora Papers" em 2021 e daquipra frente parece estar agendado o "Pampers Leaks".

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Quando o Sonho do Oprimido é se Tornar Opressor

O reproducionismo demagógico sempre será uma hipocrisia delimitada e falsamente definida em discernimentos apenas aparentes por títulos e letreiros ideológicos, políticos ou de crença quando não passam de variáveis do mesmo moralismo hipócrita, no que sempre tem escapismo apenas a responsabilidade moral e social dos fatos, éticas e leis objetivas. Constitui na verdade a deliberada imposição classicista camuflada sob as muitas máscaras meramente míticas de um menticídio paulatino por narrativas menos falseáveis que a ficção.

O negacionismo dos fatos é percurso do mesmo a injustiça, inclusive social, da repetição de nulidades éticas do qual o único modo de combater uma injustiça sofrida é perpetra-la sobre alheios. É a consumação de tudo o quanto Paulo Freire combatia na máxima da educação libertadora, de que quando a "educação não é libertadora, o sonho do oprimido é se tornar opressor". É o conceito de que o combate a luta de classes é reforça-la. Exemplos desse materialismo histórico (que Marx combatia) é claro como práxis da tragédia catastrófica, dos alemãs a míngua da derrota pós guerra no tratado de Versalhes que culminou na Ascenção do Nazismo, aos próprios judeus que sendo dizimados, hoje possui um estado sionista igualmente opressor no Oriente Médio, ou um exemplo ainda mais contemporâneo e conterrâneo, a ascensão de Bolsonaro e sua trupe contra a "funesta corrupção" exclusiva dos 'degenerados comunistas'. O fato é que a hipocrisia é a única religião da ideologia falsificada independente da máscara, encarnada na doutrina do duplo padrão moral exprimida há décadas pelo senso comum de ditados populares como "faça o que digo, não faça o que faço". O embotado discernimento destes são meramente titulares e rotulativos, não éticos por isenção, se tratando, por exemplo da luta entre direita e esquerda, perdedores e vencedores, do que entre o certo e errado, o crime e a lei, contra a desigualdade e injustiça.

Parece um conto de fadas permeado por fantasias que tem de real apenas as tragédias provocadas. Como os três porquinhos alternam as casas das ideologias, mas como escapismo dos próprios atos ao temerem o 'lobo mau' da verdade e justiça isentas, ou falando em termos selvagens, caranguejos dos charcos pantanosos dos mangues da cultura da corrupção.

Entre estes o denominador mais comum como motivador, é advogar a meritocracia ante os males sofridos como pretexto para reproduzi-los sobre alheios e deter privilégios na substituição plena e total da justiça e legalismo, ainda que sob a fachada moralista e projecionista desse, como marco apenas regressivo a civilização.

O principio da suspeita na ausência de provas não condena, mas também não inocenta. Antes um indício isolado denota acaso, a sucessão deles pistas, pois o princípio de que para proteger um crime grave, mais crimes se devem cometer, pois assim como a mentira e a omissão visam esconder (por motivos suspeitos) o crime e a vítima. Um crime isolado mediante a gravidade não denota intensão, mas a sucessão comprovada desses comprovam a discriminação ou perseguição. Por isso os defensores da lei desejam que falem, os bandidos silenciam, pois para os criminosos o silêncio é direito, mas o silêncio imposto a vitima crime. Os que calam sempre serão mais suspeitos dos que falam, pois as palavras dos maus servem apenas de prova se forem calúnia, chantagem e injúria. Uma teoria não é mentira, mas o negacionismo factual é sucedido pela negligência ética e legal, pois se o oculto provasse a inexistência do crime quadrilhas anunciariam em revistas seus planos de assaltos, latrocínio e fraudes. Por isso nos recantos da escuridão as trevas do crime crescem no silêncio onde a luz pública e do Estado não adentra em juízo de isenção. Toda minoria é vulnerável por ser negado seus direitos, mas se tornam parte do problema quando a reproduzem sobre alheios.

A verdade das ideias para estes podem ser mais perigosas do que suas armas, ao menos para os que apenas são perigosos contra os direitos alheios, pois elas representam asas que podem libertar do peso opressor que empurra ao rebaixamento classicista da inferiorização.

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

As Leis do Caos

Fractais como exemplo de padrões de regularidade no caos.

Muita gente ao associar os ideais anarquistas ao caos reproduzem o senso comum de que o caos como tal é o oposto a ordem e a lei. Porém, tal suposição não é apenas equivocada mediante as origens semânticas e filológicas do léxico como filosoficamente o caos possuem padrões  tanto como a harmonia os tem em regularidade. Ainda que tal suposição de leis não seja no sentido de precisão estas estão para a delimitação de padrões de comportamento quanto a seleção natural para a teoria da evolução.

A exemplo do experimento científico 'Universo 25' que sugere que a vida harmônica é programada para suportar um limite ordenado de indivíduos dentro de uma margem randômica, vindo a degenerar a medida do aumento volátil no crescimento de densidade populacional desordenado, pois o caos atua atenuado em áreas menos densas e todos seres estão suscetíveis as leis físicas, a exemplo das pragas e infestações. Elementos de reestruturações de alta densidade desigual por área, hermetização social, e grau do volátil são fatores determinantes ao caos tanto na física, natureza e sociologia a exemplo dos chamados círculos fechados de ódio, ditaduras, quadrilhas e seitas. As leis do caos abarca a todos e atendem sempre pontos de desequilíbrios cíclicos, a harmonia e ascenção, o ápice (densidade e intensidade) e o dissipar.

Do mesmo modo que supomos que o desequilíbrio é acarretado pelo caos podemos dizer que a desigualdade é seu catalizador, tanto econômica, social, de poder e direitos. Não por menos podemos observar esse fenômeno em comunidades carentes adjacentes, especialmente a de centro urbanos, donde culminam condições propícias a criminalidade por fatores iniciados na desigualdade dos moradores de classes baixas, sendo nicho comum as realidades que recrutam a criminalidade àqueles que destituídos de direitos e oportunidades iguais tem apenas no caos do crime a oportunidade de ascensão.

Curiosamente esses nichos de ciclos viciosos sociais geram estruturas geradas a partir da desigualdade que as compele ao gerar organizações criminosas ordenadas num grau de fechamento volátil elevado.

Dentre estes podemos assim perceber que no cosmos e harmonia há padrões de regularidade enquanto no caos o oposto, padrões irregulares que perfazem comportamentos análogos a randômica de elevada variabilidade, sendo na entropia ou termodinâmica. Enquanto o padrão de regularidade apresente uma margem de previsibilidade maior por ser mais estável, o padrão de irregularidade tem a precisão menor e mais restrita, como a diferença nos estudos da previsão do tempo e o estudo das mudanças climáticas ou fenômenos do clima de periodicidade maior como El Nino.

Todavia os dois estados apresentam padrões que podem ser lineares ou não lineares, o último quando o fator de estopim de um desequilíbrio excede a causalidade direta acarretando em padrões de irregularidades em intensidade, tanto como de variabilidade maior e precisão menor, enquanto os padrões lineares ao se aterem diretamente as causas sazonais ou de interferências diretas do homem nas mudanças climáticas podem aumentar o número da incidência de padrões irregulares, sendo este porém um padrão linear de causalidade direta. Todavia, algo de efeito direto maior, como um supervulcão ou asteroide podem apresentar uma mescla perniciosa desses padrões. Por exemplo, as pandemias originadas no desequilíbrio são partes cíclicas do caos como reação do biomas para tornar sua harmonia original. Ainda que o percentual de infecção seja o mesmo o número de mortes aumenta em razão ao número populacional levando em questão fatores intrínsecos as condições de vida, hábitos sociais de higiene, desigualdade econômica e densidade populacional evidenciando que a peste não é o desequilíbrio, mas o efeito disso. Parte de causa direta do ser humano, sendo padrão regular ou irregular. Assim percebemos que são os seguintes tipos de padrões:

- Padrão de regularidade e padrão de irregularidade.

- Padrão linear e padrão não linear.

Apenas mediante pontos de padrões irregulares (que sempre serão assimétricos como toda desigualdade) com o aumento de variabilidade do caos este sempre será a curto ou médio prazo na compreensão de que o fluxo do tempo segue um padrão de regularidade constante e ostensiva a longo prazo. Tal fomenta a possibilidade de estruturas organizadas de informação e matéria ainda que, em parte, padrões irregulares assim levem a seu contrário favorecendo o harmônico cosmos. Os padrões irregulares são como ondas de impacto em intensidades diferentes num rio e os padrões regulares o próprio fluxo desse rio. Do mesmo modo que o ditado diz 'após a tormenta vem a bonança' percebemos intuitivamente essa verdade, nenhuma tormenta é eterna, ainda que se suceda na eventualidade.

quarta-feira, 13 de outubro de 2021

A Estruturação de um Totalitarismo Psicótico

O Flautista de Hamelin.

Se a inteligência é a capacidade de auto-organização e gestão da informação exterior interiorizada, a consciência é a habilidade inteligente de discernir os diferentes padrões dessas informações enquanto a autoconsciência seria fazer o mesmo sobre sua própria percepção em proporcional grau de autoconhecimento. Sendo este o último e mais elevado grau da inteligência, ao contrário da cognição que realiza essa gestão reativa e instintiva ao ambiente. Assim sendo a inteligência emergente da organização da informação em padrões orgânicos dando lugar a vida para que por fim o nível maior de organização surja através da cognição como passo primordial de reatividade informativa ao ambiente. Após esses passos exponenciais ainda haveria um hipotético grau ainda maior que seria uma transcendência a própria consciência (e corpo).

Apenas é livre quem questiona a própria liberdade. Por esse motivo a sistemática e intencional destruição da mente consciente demonstra um sombrio método regressivo cujo propósito de instigar a dúvida e medo visa substituí-las por ideias e atitudes diretamente opostas às ideias e atitudes sociais e amistosas da consensualidade, similarmente ao método de sujeitar as pessoas a torturas mentais e físicas, e extensos interrogatórios e sugestões. A aglutinação da informação alienante pelas volições abolem a inteligência na ebulição instintiva, o qual o apelo ao medo a violência simbólica visa neutralizar qualquer exemplo positivo do contrário. Disso visa a constituição de um totalitarismo psicótico sob o constante estado de alerta pelo medo e ódio permanentes como normatização da paranoia e outros cid psiquiátricos.

Ante a banalização da violência e do sexo ao favorecerem a cultura da corrupção e estupro abalizando a aguda crise de valores parece haver a intenção de buscar uma normatização de doenças mentais que apregoam o ódio noutras e na diferença, que em mentícidio promovem um aglomerado de cid psiquiátricos do "mal", de psicopatas de alta pontuação na escala Hare, tais como narcisistas, voyeurs, cleptomaníacos megalomaníacos,  mitomaníacos, sádicos com parafilia e síndrome de Deus no efeito Lúcifer da tríade sombria que sempre são os mais neurofóbicos, misantrópicos e misóginos. Os sintomas análogos a círculos fechados de ódio sendo amplamente pesquisados em sua nomenclatura científica e clínica tem sido bombardeada ante as décadas de trabalhos de pesquisadores e psiquiatras forenses ainda que mediante eventuais alertas de especialistas.

Quando a inteligência e consciência deixam seu potencial racionalizante de organizar a informação de modo autoconsciente, a ebulição volitiva eclode desfazendo o discernimento análogo, tornando a informação randômica predominante de modo opressor ao input sensorial, significando a destituição da humanidade onde a realização entre oprimido e opressor ao passar entre vício e trauma leva as relações predatórias e selvagens onde paranoias ao coletivo podem emergir psicoses em massivos frenesis delirantes.

A psicose como os vários tipos de loucura são dissonâncias cognitivas em desacordo de harmonia ao todo. Ainda que a ignorância e engano atenda parte desse critério a loucura porém almeja uma sobreposição aos fatos e leis estabelecidas de modo automotivado na irracionalidade, no ‘eu’ instintivo. Da hipocrisia que encarna uma duplicidade mitomaníaca exacerba a esse exemplo do qual a loucura como alienada apenas desconhece seu próprio estado. Basicamente assim um totalitarismo psicótico é a irracionalidade através engano que por volição não questiona, nem a si mesmo, ou a realidade e seus motores, antes o ambiente passa se reafirmar nessa loucura compartilhada.

A objetivação dessa misantropia é empurrar por efeitos pendulares de extremos, pela normatização da cultura da corrupção e estupro, ignorância e desinformação, por um capitalismo selvagem e doloso do pretiumanium, porquanto o reducionismo classicista e tecnicista ante a oligarquia da legitimidade permite apenas conhecer, no máximo, parte da verdade. 

Assim como a hipocrisia hoje é a representação do afastamento da ética e estética, senão como seus opostos, a quebra da harmonia e ordem social surge por essa distinção informacional rompendo a diferença como contrário, como conflito, como desigualdade, é em suma o conflito de interesses coletivo. A disrupção liquefaz o discernimento, pois o rompe ao sobrepor de modo conflitante o que por ele é estabelecido.

terça-feira, 12 de outubro de 2021

Conto 'O Berço de Monstros'


Aquele Império tirânico vendo que a medida de sua falência moral se tornara a brutalidade do ódio e medo com que intimidasse e passasse a se impor a força, sabia pois estar derrotado ante a lei e os fatos por agora se esgueirar em maior parte nas sombras da clandestinidade e informalidade normalmente velada. E por isso ampliou sua agência de espionagem e informações nas chamadas Operações Antissociais, que visava dentre outras coisas serviços sujos de terror e sabotagem, afim de se infiltrarem nos adversários e minarem ao criassem incidentes de falsa bandeira, com a intensão de desvalorizar e enfraquecer determinada região, religião ou política. Todavia por ser um serviço brutal e grosseiro quase ninguém tinha estômago para as missões, ainda que os chefes do programa usassem de métodos como do 'efeito Lúcifer' afim de gerar a cauterização de consciência necessária para a missão, muitos fora do contexto do treinamento desistia no percurso ainda que mediante promessas de recompensas robustas. Por isso o superintendente abriu uma extensão da Operação Antissocial para recrutamento de potenciais psicopatas e sociopatas. Obviamente os anúncios eram discretos, e o chamado na surdina de becos e lugares propícios era comum. Todavia eles aprimoraram o método de Adolf Hitler e sua S.A. que recrutava os marginalizados e criminosos da época, pois sabendo que determinadas circunstâncias e condições sociais eram favoráveis a identificar novos agentes potenciais. 
Com os estímulos certos e pressões corretas o candidato era selecionado a Escola Sombria da Psicopatia, onde todo o histórico dos selecionados, mediante juramento de sigilo, era levantado afim de atingir ao menos 17 pontos na escala Hare, e que dessem sinais irrecusáveis da tríade negra e Dark Tetrad, ou ao menos inclinações e tendências que pudessem ser "aprimoradas". As baterias de exame ao invés de buscar os melhores do caráter, integridade, inteligência, fidelidade e honestidade, mirava nos mais cruéis, basicamente os piores dos piores. Por isso nas avaliações psicológicas e psiquiátricas CIDs como narcisismo, sadismo, parafilia e voyeurismo tinham que ser predominantes. Sob a fachada de oficialidade onde figuravam funcionários que eram supostamente o oposto, em seus porões e rincões internos basicamente era um berço de monstros que durante o treinamento eram estimulados as facilidades da brutalidade sádica com desertores ou prisioneiros dos adversários, de técnicas de frieza a sistematização de tortura psicológica e sexual eram ensinadas a objetivar infligir o maior sofrimento possível as vítimas com fins de recruta-la e transforma-la em agentes "zumbis" programados pelo intenso e constante trauma. Quando terminavam com as vítimas elas eram pouco mais que cascas vazias, que com olhares opacos ou tristes, com olheiras, pareciam destroçados na alma a seguir de modo acrítico uma reprodução da programação como um robô. 
Os executores do processo eram ensinados a enxergar seu poder sobre a vítima como algo libertador, um verdadeiro poder sadicamente hedonista ao desatar quaisquer compromissos éticos, morais ou legais ao liquefazer a empaia. Era, em suma, o poder da escuridão absoluta. Obviamente drogas em ambos eram ministrados com fins de enclavinhar os CIDs dicotômicos entre algoz e presa, tornando a presa mais sugestionável e uma droga experimental chamada indopatia capaz de extinguir quaisquer resquícios de remorso e afeição aos atos do algoz. A aula era o medo e ódio e a dependência da indopatia de seus agentes tornava-os submissos a seus superiores a espera sempre da próxima dose. A duplicidade oficial da agência era de uma novilíngua orweliana ao ser chamado oficialmente de Centro de Controle Social. 
O CCS onde a Operação Antissocial era feita tinha assim por objetivo operar através do terror psicológico seus cidadãos e destruir as comunidades rivais ou adversárias por dentro. Assim enquanto uma face sorria a luz do Sol dizendo promover paz e bem-estar sabíamos que os dominantes davam óculos míopes para olhos são, os que faz a ilusão. A sede daquela surcuçal diabólica era onde outrora havia uma colônia de férias até ser tomada pela ditadura agora vigente.
O que não se sabia era o fato de que em tempos ainda mais anteriores, poucos séculos antes, operava uma Casa Grande onde a história relatava que a maldade desde então impregnava o engenho, um tomateiro onde escravos eram torturados, estuprados e mortos em rituais grotescos. Ainda eram frescos os relatos de décadas atrás quando um casal em Lua de Mel fora lá passar na então colônia, vindo a encontrar ao derrubar uma parede, sem querer, os restos mortais de uma negra grávida no meio de um pentagrama.
Parece que a crueldade era uma tradição localizada, de uma terra amaldiçoada de modo atemporal, perene como a ideia de um fascismo eterno.
Independente das mudanças e avanços no mundo a maldade imutável sempre trará mais uma rodada de atrocidades em ciclos perpétuos até se libertar. Algo nos porões por décadas transformava agora seres humanos em monstros. Tais criados sob constante terror e humilhação se tornam condicionados ao ódio para propalar atrocidades de seus mestres, e caso não aceitassem empurrar seus planos sádicos de sofrimento, eles seriam as vitimas.
Todavia, um desses Adailton Figueira, um negro que era filho ilegítimo e por isso era molestado pelo pai, o matou quando o pegou sua mãe sendo por ele espancada. Perturbado pelo crime cruel logo caiu nas ruas e pelo CCS logo fora recrutado por sua especial crueldade em torturar e matar vítimas do tribunal paralelo. Após ostensivo programa preparatório ele se tornou uma máquina sem remorsos e preferencialmente sádica para eliminar seus alvos como exemplo de violência simbólica aos que ousassem desafiar o decadente e moribundo Império do medo que punia o progresso livre, e limitava os direitos dos cidadãos como seu poder sem limites. A única limitação era o desejo dos poderosos que os controlavam e do qual qualquer coisa poderiam fazer contra a lei.
Todavia, certo dia ele recebeu uma missão incomum, a de eliminar um desertor do CCS que de alguma forma remorsos e afetos resistiam aos efeitos da indopatia e do treinamento da escola sombria. Era um amigo seu da comunidade pobre onde fora recrutado. Figueira adentrou e sem esboçar emoções o fitou ensanguentado e babando.
– Adailton? Me tire daqui! Descobri a verdade sobre esse profano solo maldito. O mal habita esse lugar, onde estão nossos descendentes!
– Você desobedeceu o Protocolo de Restrição Social e será neutralizado. Todo resquício de empatia e remorso...
– Espere! – Interrompeu ele vociferando amarrado nu e cheio de hematomas, numa cadeira. – O que está atrás daquela parede muda tudo.
Figueira olhou para o outro lado e fitou outra parede recém derrubada onde corpos negros pareciam mumificados. Curioso Adailton adentrou e pela primeira vez em anos sentiu medo ao fitar os corpos de um casal negro abraçado que fora morto emparedado. Ao seu lado um diário que ele o pegou desvelando a verdade sobre tudo aqui, daqueles que ele descobriu serem seus descendentes e pais de um escravo fugitivo chamado Anderson Figueira. Ele desfolhou o diário com acuidade e notou o que lá faziam.
"Eles queriam mudar o rumo do mundo do eixo de seu destino. Sabiam de coisas vindouras e de todas atrozes crueldades aleatórias rompeu os meandros randômicos do destino. Sorte a minha ter sido letrado ao contrário da minha esposa, porém, é tarde pra nós, mataram a todos e com o incidência como castigo do destino perdido aqui fomos sepultados. Essas últimas palavras a luz dessa vela expõe a sorte de ao menos ter conseguido entregar nosso último filho embora, Bruna Figueira. A tortura, sofrimento e morte desse lugar mudou tudo, antes sonhamos com um mundo onde poderiam haver mesmo escritores negros, mestiços e ilegítimos. Mas acabou.
Ao ler aquilo ele tremeu nas bases. Bruna era o nome de sua bisavó. Abalado, Adailton Figueira então gritou ecoando pelo lugar lúgubre e num rompante bateu uma barra de ferro nos tijolos de pedra que restavam na parede. Soltou seu amigo e pôs fogo no lugar, fora cercado pelos demais agentes da CCS e feridos de morte agora sabiam que o incêndio iria consumir aquele lugar de um mundo que não deveria existir. Então ele sorriu entre as chamas e expirou ante sua vingança.

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Melhores Frases do Mês de Outubro de 2021, parte 1

A seguir seleciono algumas das melhores frases e pensamentos reflexivos e filosóficos de minha autoria no periodo de outubro de 2021. Clique nas imagens para amplia-las.