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terça-feira, 28 de abril de 2015

Trecho do livro 'Os Infinitos tons da eternidade' de Gerson Machado de Avillez


Toda ideologia de ação, consiste num movimento materialista de quase negação da consciência e suas consequentes responsabilidades, enquanto a abstração do ideal metafísico consiste mais na reflexão, onde a introspeção valoriza mais o inerente a essência, do que sua resultante. A busca assim é pela realização e contemplação, naturalmente muito mais enaltecido intelectualmente que a abrutalhada ideia exterior de mudança. O materialismo segue do exterior tentando transformar o interior, enquanto o metafísico muda de dentro pra fora, são vias filosóficas opostas e por isso não condizentes e de impossível reconciliação. A ideologia materialista que não se renova ou se revoluciona em reforma ao longo dos séculos, estagna sua própria moral enquanto a filosofia neoplatônica sempre se renova pela autocrítica reflexiva, pois questionamento é sua cerne.
Assim a proposta de uma filosofia dimensional e temporal resgata seus pares platônicos traduzidos sob forma do que está fora do mundo visível das três dimensões. Porém para alcançar um maior ampliar desse horizonte de realizar a de se tornar mensurável em algum momento de modo que se faz necessário para compreender melhor suas fronteiras, as singularidades.
Einstein postulou que a possibilidade de viagem no tempo se resumia ao relativístico paradoxo dos gêmeos. A aproximação de um buraco negro o qual a intensidade do horizonte de eventos proporcionasse uma defasagem temporal que compelisse a uma viagem irremediável a frente do tempo de modo que ao retornar o irmão gêmeo lançado a viagem aos arredores do buraco negro encontraria seu outro irmão gêmeo na Terra décadas mais velho. Isso é uma possibilidade física comprovada de modo que mesmo se testificou pela regulagem de centésimos em relógios ultra precisos em relação a orbita de satélites de modo que somente assim tornaria possível uma maior precisão no GPS.
Porém, uma viagem no tempo ao modo Einsteiniano demandaria um costumo de energia e tempo exorbitante de modo a torna-la inviável aos recursos humanos, mas enquanto as viagens espaciais demandam igual tempo e gasto de energia a alternativa dos buracos de minhocas surgem como alternativas viáveis a proposta estabelecida. O fato é que a sensibilidade dos hipotéticos wormholes são de frações de tempo e tamanho de modo que mesmo a mais fraca intensidade gravitacional o esmagaria. A tecnologia necessária para isso seria de um tipo de força antigravitacional capaz de estabilizar sua estrutura e complexos cálculos capazes de condicionar sua posição de destino no espaço e tempo.
Talvez um caminho mais sutil possa ser possível mediante as possibilidades abertas com a premissa colocada nesse livro. Comprova-se cada vez mais que igualar frequências opostas anulam, de igual modo que as fronteiras do universo pelas singularidades surgem em extremos onde as leis físicas aparentam se dissipar tornando possíveis truques científicos que as burlem. Imaginando o tempo como ondas de igualmente poder-se-ia romper suas frequências e assim transcendê-lo, talvez mesmo os buracos de minhocas sejam um exemplo deste acontecimento demonstrando uma fração de falha na película dimensional de nosso universo de modo que uma vez resolvendo paradoxos temporais encontraríamos um nível mais complexo deles, os paradoxos temporais.
Os paradoxos que mais impressionam são os CTC (Closed Timelike Cruve) ou Paradoxos de Curvas Temporais Fechadas também conhecidas como linhas lorentzianas do tempo do qual derivam o clássico exemplo do paradoxo do avô o qual um homem volta ao tempo mata seu próprio avô. Mas apesar de ter concepções próprias para resolver esse dilema, sua investigação em nível quântico pode nos fomentar algumas possibilidades o qual por meio de um evento quântico poderia uma partícula entrar numa CTC retrocedendo no tempo e reassumindo uma posição como uma das partículas anteriores influenciando sua própria interseção e consequente transformação. Num artigo publicado em fevereiro de 2011 por David Lindley no Physical Review Focus postula justamente isso criando uma conjectura o qual uma partícula quântica em estado binário chamado 0 e 1. Ao retornar no tempo numa CTC ele encontra uma partícula externa de modo que 0 se torna 1 e 1 se torna 0 alterando seu próprio estado, mas que se tiver numa superposição quântica pode alcançar o estado de ter simultaneamente 0 e 1, uma essencialidade da mecânica quântica. Mas para que o estado geral se mantenha inalterado a partícula externa deve estar em superposição ainda que surja outro problema derivado disto caso a partícula externa for medida de modo que é indicado que ambas partículas retornem em seu estado de 0 ou 1.
Nisso entra a concepção de multiverso o qual dois universos distintos surgem para manter a coerência de modo que num universo a partícula exista como 0 e noutro como 1. Lorenzo Maccone do MIT, Instituto de Tecnologia de Massachusetts, e cientistas da Universidade de Paiva, na Itália, propõe que assim não é possível alterar o passado exigindo que a medição da partícula que vai a frente no tempo produza o mesmo resultado que sua medição quando retorna no passado, um conceito que misteriosamente pode ser traduzido como destino.