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domingo, 14 de junho de 2020

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Criando Universos Ficcionais

Para um universo ficcional ter verossimilhança mesmo numa fantasia não basta apenas haver regras coesas e rigidamente imparciais como leis físicas que estruturem o universo proposto, mas a riqueza mitológica que se propõe em profundidade e complexidade, não somente dos personagens propostos desde seus nomes as características e funções, mas de como os eventos e eles se enclavinham especialmente mediante camadas de entendimento por uma metalinguagem que vai dos simbolismos adjacentes. Para isso, no entanto, apenas uma narrativa planejada do inicio ao fim o que são raros os exemplos desse nível de engenho em detalhes. Ao meu critério no tocante a argumentações filosóficas que desvelam reflexões e críticas ao traçar paralelos com a realidade e questões essenciais da existência.

Não basta um plot bom, mas um bom desenvolvimento somente possível por pesquisa e a construção prévia de um esqueleto e roteiro do que seria desenvolvido, o que facilita o trabalho a justificar o motivo pelo qual raras vezes reescrevo histórias do zero. Ainda que num conto o grau de complexidade proposto tenha que ser menor os mesmos em meu multiverso funcionam como engrenagens que se enclavinham de forma fractal em graus e escalas diferentes criando uma identidade e marca indelével de impossível reprodução exata sem incorrer um crime de plágio. Talvez seja esse o grande diferencial de uma grande história ficcional pois a medida em que ganha profundidade a cada história, o universo ganha gradualmente vida seguindo rumos próprios. O autor então deixa de usar a história e passa a ser usado por ela guiando seus personagens e eventos numa linearidade (ou não) de encadeamento de eventos que se completam. A grande proeza final é amarrar pontas e explorar partes pouco conhecidas e desenvolvidas dos universos propostos como faço nos contos. Não basta apenas uma escrita concisa e clara ou eloquente, mas a reunião de fatores que convergem a qualidade do texto do plot ao desenvolvimento do universo proposto.

Há alguns tipos de histórias que facilitam essa estruturação sistemática da narrativa como as ideias as quais me proponho abaixo:

Tipos de história: 
- Uma antologia que consiste numa reunião de curtos diários e cartas de sobreviventes de uma tragédia que conta a mesma história por perspectivas diferentes;
- Uma história interativa o qual você escolhe as ações, mas que no labirinto de opções ao chegar no final volta ao começo de uma nova situação igual em loop;
- Uma história que conta 8 vertentes variáveis de história a partir de um evento com desdobramentos 'imprevisíveis';

Há muitos mais possibilidades plausíveis e coerentes de modo que a coesão em parte advém de conceitos prévios existentes anteriormente como uma construção epistêmica da criatividade ainda que muitas vezes se escondam sob a sina de referências sendo não mais que inspirações conscientes ou não. Mas sobretudo o resultado de uma construção intelectual do tipo somente é possível por intelectos compatíveis em grau de talento e ético, limitando-se o resto apenas a ter inveja e maldizer em desejos odiosos de destruição.

segunda-feira, 8 de junho de 2020

O Arquétipo da Liderança

Não há arquétipo mais belo que o da liderança espontânea e verdadeira ao remeter mais a um salvador e herói. Usemos um exemplo de um navio como um ambiente que reproduz numa escala fractal um Ethos de um grupo, empresa ou toda uma sociedade. O código moral dos mares se assemelhem muito ao do espírito esportivo de competidores que ainda tendo rivais apresentam respeito e cooperação na adversidade, como o capitão sendo o último a abandonar o navio à máxima que remete a do herói como o bombeiro até ter a última vítima salva do incêndio.

Grandes navegadores como Amy Klink não por menos são exemplos mesmo para o meio corporativista que a exemplo de seus livros expressam uma história de filosofia de vida inspiradoras. Justamente esse seria o papel do verdadeiro herói ou líder, inspirar e motivar, o que a exemplo de uma grande expedição no mar se torna vital para a coesão da tripulação ou um povo ante uma crise de qualquer cunho. O contrário significa a possibilidade de se amotinarem, ou como um grupo a rebelião, ou um povo a revolução ou guerra civil. Tais expressam a transição da figura arquétipa do líder para outro quando seu papel arquétipo é gradualmente convertido num arquétipo negativo.

Como digo o verdadeiro líder ainda que duro é justo, isso significa proporcionalidade simétrica, sendo nas relações, no prêmio ou no castigo. Disso os bons inspiram confiança e os maus inspiram apenas medo. Exemplos históricos não faltam, de Stalin que mandava soldados sem arma na Segunda Grande Guerra sob pena de serem mortos caso não fossem, a Hitler que julgava que seus subordinados (e o povo) mereciam sofrer por perder a guerra.

A diferença entre um bom líder a um tirano está no ato de ser justo, pois significa sobretudo empatia para com os seus, sofrer junto com a tripulação assim como compartilhar das vitórias, justificando a orgânica natural e espontânea da liderança que é confirmada pelo depósito empático de confiança da tripulação sob seu líder, em feedback, pois a hierarquia não se torna sinônimo de desigualdade, afinal o líder não está acima, mas a frente. Ele faz parte do grupo, não manda de fora dele, alheio as necessidades dos subordinados, mas sendo tão apto a liderança quando a pegar no pesado como eles ou com eles.

Mas se há um manual implícito ou não da boa liderança também há da má e parece ser ditado inconsciente por arquétipos interiorizados desses como ímpeto do caráter, assim há os que se fazem da autoridade autoritarismo, do assédio moral, dos que corrigem na frente dos outros os humilhando, dos que se aproveitam de seu cargo a benefício seu ou de poucos, do líder que sem responsabilidade moral delega responsabilidades (e culpas) aos subordinados, sem autocrítica  humilde mas com soberba usa do cargo pelos privilégios concedidos tendo o subordinado mais como presa do que extensão de si, pois ele não sendo líder não passa de um predador.

Como o viés do psicopata quando por baixo é puxa-saco, quando por cima assediador, ele passa desejar que igualmente lhe puxem o saco e o bajulem. Líderes como os bons exemplos são raros pois falta a eles auto-conhecimento ante a necessidade de contrastar seu cargo com a inferioridade dos subordinados julgando-se mais que os mesmos, os maiores, visando apenas se elevar através dos subordinados. O verdadeiro líder ele serve aos súditos em retribuição ao reconhecimento como tal, como Jesus lavava os pés dos discípulos enquanto os tiranos possuem apenas prisioneiros de uma cadeia de poder que se perfaz como corrente pela inspiração do medo. O arquétipo da verdadeira liderança não existe sem correspondente Ethos, pois a de oprimidos possuem apenas arquétipos de tiranos no poder.

Talvez por isso grandes líderes antes conheceram a si mesmos no isolamento e segregação antes de abraçar uma causa do qual ele mesmo era parte como exemplos citados anteriormente pois ao se conhecerem não necessitavam usar alheios como régua para sua essência mediante a singularidade que apesar de individual não era individualista. Eles não se comparam, mas se colocam no lugar do sofredor pois como todo líder faz parte do que lidera. O líder não justifica ao seu poder, mas a necessidade. Delega funções de acordo com a aptidão sem proporcional deveres e direitos, mas não isoladamente mas em cooperação pois o líder existe apenas num grupo e o grupo existe apenas pela cooperação mútua. Ao contrário de alguns políticos não possuem palavras onerosas sem valia ao distanciar teoria de prática, mas conhece tanto as dificuldades do cargo mais baixo quando dos mais elevados, pois palavras dóceis iludem e como se diz fomentam mesmo a escravidão amistosa, mesmo que não voluntaria, a exemplo do que alegam ao telemarketing. 

Similarmente o líder sem respeito demonstra-se mais como uma vítima do que os próprios a quem seriam subordinados. Enquanto o líder de um Ethos adequado ao clamor de um povo é confirmado pelo respeito, tal está mais como um subordinado apenas com responsabilidades do que direitos pertinentes a função, pelo respeito. Isso indica que no mínimo os liderados são incompatíveis com tal liderança na ausência de motivos justificáveis para o mesmo como a indisciplina, insubordinação, discriminação, ódio e etc.

Segunda Edição da Antologia 'A Arte do Terror: Apocalipse'


Segue abaixo o link no Amazon da segunda edição da antologia 'A Arte do Terror: Apocalipse' Volume 6. Antologia o qual faço parte com o conto 'Inominável do Além'. O livro ficará gratuito dias 09 e 10 e depois gratuito no KIndle Unlimited. Click aqui ou na capa abaixo para acessar!


sábado, 6 de junho de 2020

Melhores Frases e Reflexões de Junho

Segue abaixo algumas das melhores reflexões do período de final de maio a junho de 2020, feitas no celular Samsug Galaxy J10 Prime no Instagram. Clique nas imagens para amplia-las.

























segunda-feira, 1 de junho de 2020

Aspectos Filosóficos das Viagens no Tempo e a Bíblia

Os primeiros e principais problemas ao lidar com viagem no tempo são questões essencialmente filosóficas e éticas sobre o destino, o livre-arbítrio, o problema do mal que estão interconectadas. Caso haja destino ele não anula o livre-arbítrio necessariamente e assim a responsabilidade inerente ao problema do mal caso uma atrocidade seja destino necessário para o surgimento de um bem. Ainda que impedir seja moralmente correto anula o destino. A resposta para isso é a proposta de não interferência ainda que não anule a responsabilização posterior de seus perpetradores. O mesmo pode ser visto nos aspectos filosóficos das profecias bíblicas: Jesus poderia não aceitar morrer na cruz, mas se entregou (livre-arbítrio) por compreender o destino ainda que isso não anule a responsabilidade do problema do mal que o perpetrou em injustiça (vide Judas Iscariotes, Herodes e o carrasco).

Uma moral ética de viagens no tempo seria muito parecia com a proposta pelas filosofias das profecias bíblicas ainda mediante níveis inexoráveis ou variáveis, quando eventos inexoráveis a exemplo do sonho das sete vacas gordas de Faraó a José demonstra que determinados eventos não podem ser anulados ou impedidos (destino), mas podemos nos preparar para eles (livre-arbítrio) para sobreviver, semelhantemente a ideia da concepção da arca de Noé. Notadamente a significação do número sete a exemplo do sonho de José parece aludir mesmo a proposta de inexorabilidade, ou seja, destino. Isso intui que ainda mediante um influxo de tempo inexorável como a ancora do tempo, dentro disto há variáveis presumíveis no livre-arbítrio humano. Similarmente as revelações proféticas de Apocalipse alude a inexorabilidade de um evento final (destino) que, no entanto, exorta a preparação ante o mesmo restando ao cristão as possibilidade (livre-arbítrio) de variavelmente se adequar a uma das cartas do apocalipse ou não podendo ser condenado ou salvo.

A premissa de ciclos de viagens no tempo similarmente ao contemplar aspectos de destino e variáveis. A bíblia é o primeiro livro a demonstrar tais questões pertinentes a viagem no tempo, pois fisicamente compreendemos que a transmissão de meras informações ao passado, a exemplo das profecias, é uma forma de viagem por ser capaz de alterações tangíveis no mesmo. Ainda que olharmos para o passado compreendamos ele como imutável dar-se-á a falsa impressão de que o livre-arbítrio ante a possibilidade de livre-arbítrio ou destino inexistem o que é tão ilusório quanto a própria noção de separações de tempo entre passado, presente e futuro. De modo que assim a bíblia é uma fonte confiável em tais questões ulteriores a própria filosofia e ficção científica.

Publicação da Versão Beta de 'Verbogonia'

Publicado no Clube de Autores (CDA) a versão beta da antologia 'Verbogonia'. A versão preliminar apesar de registrada ainda carece de revisão do autor, mas quem pude colaborar com o mesmo adquira seu exemplar no CDA clicando aqui. Segue abaixo a capa e a sinopse da antologia.


Antologia que explora os limites da imaginação em curtos contos de universos cruzados o compartilhados de um mesmo multiverso. Contos publicados em diversos sites, revistas e antologias reunidos como metáforas e críticas sociais as realidades hostis e problemas sociais. São 27 contos numa seleção que explora o âmago do espírito humano e originalidade. Segue abaixo a lista dos contos presentes no livro:

Homo Omni
Despontar da Extinção 
Memórias de Uma Vida Que Não Vivi 
Mitomania
Guardião da Honra
Ciência do Post-Morte 
Apóstolos do Diabo
Prisioneiro da Madrugada 
A Droga da Maldade
Kriptohistória 
A Hora do Dragão 
Quarentena Cinza 
Arcabouço Apocalíptico
Do Fim ao Começo 
Visões do Inferno
Império dos Ratos
Dia da Mentira
Dia da Caçada 
O Controle 
A Cor do Medo
Filho da Madrugada
Dimensão Fantasma
Clube do Suicídio
Insanidade dos Deuses
A Mala
Projeto Akakor
ArquiVox