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quarta-feira, 25 de março de 2020

Pandemia: Medidas Práticas Contra o Medo e a Ignorância

Mediante a situação grave que assola o mundo através da pandemia em 2020 temos que buscar antes de tudo a prudência e lucidez mediante a racionalidade e empatia para com todas vítimas potenciais. No entanto, enquanto um lado parece aludir ao medo e desespero mediante os riscos sérios da pandemia outro lado parece promover um relaxamento ao tentar amenizar a gravidade da situação ignorando verdades substanciais numa clara desinformação. Porém diria que ambos lados são imprudentes, primeiro pelo fato de que alardear os riscos reais de uma doença como sinônimo de desespero não ajuda tanto quando o oposto. Faz-se preciso mais do que nunca uma orientação que vise não apenas medidas preventivas legais como medidas objetivamente eficazes que diminuam o impacto da pandemia, tal como orientar de modo tranquilizador a população.

Medidas simples que valem para todos como evitar contatos físicos próximos são mais que óbvios, hábitos de higiene, e assim uma quarentena se tornam muito importantes. Porém, temos que pensar ainda mais a frente mediante o fato de que a quarentena apresenta seu revés evidente ao acarretar numa crise econômica em decorrência da paralisação da sociedade na maioria dos setores. Os impactos disso talvez sejam tão negativos, ou mais, quanto da Grande Depressão (1929) de modo que se torna preciso um planejamento e medidas urgentes como paliativo a estes problemas, especialmente as camadas mais pobres da população que por si só são mais vulneráveis também a pandemia, num âmbito global a exemplo da África tanto quando nacional a exemplo das comunidades pobres e de risco.

A quarentena se tornou muito importante para salvar vidas ainda que que o confinamento da quarentena tenha esse revés a médio e longo prazo para a economia, ainda que em primeira instância salve vidas. Se torna preciso um planejamento social e econômico à médio e longo prazo para que o mesmo não acarrete em miséria e fome e assim mais mortes.

Na primeira instância temos que ter estimativas e dados da pandemia em si, estimativas do percentual que seria a dos infectados. O percentual que viria a óbito que variam de acordo com classe social, de idade e afins sendo no geral em torno de 3,74. Se por exemplo o percentual for de 1/27 da população ao ser infectado podemos concluir que cerca 3% destes viriam a óbito. Mas isso varia de acordo com a região, concentração urbana, fatores sociais e econômicos. Condições demográficas favoráveis como conduta, informação, higiene, conscientização e cooperação sempre deverão ser promovidas persistentemente mediante os riscos tanto dos assintomáticos quanto das classes menos suscetíveis que são potenciais agentes transmissores. A colaboração de todos é vital!

Outro, se um país com um território e população como Itália teve cerca de quase 1.000 mortos num dia, não podemos esperar estimativas melhores caso tais orientações não sejam cumpridas em cooperação conjunta assim como propostas que venham melhor proteger a população carcereira, povos nativos, ribeirinhos e moradores de rua por serem evidentemente mais expostos ou poderem ser potenciais agentes de transmissão. Assistência prioritária a esses devem ser feitas e em seguida as comunidades pobres, autônomos e por fim trabalhadores paralisados.

Casos de desinformação e ignorância podem levar mesmo animais domésticos sofrerem sendo mortos a exemplo da China enquanto animais que realmente tenham risco da doença sejam primatas de grande porte. Por fim uma assistência humanitária governamental ou de ongs financiadas por iniciativas privadas se tornam mais importantes hoje do que nunca tanto na busca pelo amenizar da pandemia, quando na busca por uma vacina, e da crise decorrente que no mínimo comprometerá todo o ano de 2020.

O fato é que a desinformação, ignorância e fake news tal como senso comum que não ofereçam quaisquer soluções objetivas e verdadeiramente eficazes se tornaram apenas a parte do próprio problema que podem mais matar do que salvar vidas. Especialmente mediante o medo que torna esse período tão propício a discriminação através da redução humana aos instintos primários através do medo algo que historicamente acarretou muitas mortes a exemplo da peste negra que desencadeou a morte de milhares de judeus ao pretexto esdrúxulo que eles eram responsáveis pela praga como castigo de Deus. Caso determinado grupo, etnia, classe não apresentem comportamento de risco esses certamente não possuem qualquer responsabilidade nisso.

Conto 'Ardil Psíquico' no Litera Livre

Conto 'Ardil Psíquico' de minha autoria na 20ª edição da Revista LiteraLivre, página 214, baixem para leitura gratuita clicando aqui.



Melhores Frases do Autor de Fevereiro a Abril

Seleciono abaixo algumas de minhas melhores reflexões e frases do período de fevereiro a abril de 2020. Clique nas imagens para amplia-las.










































sexta-feira, 20 de março de 2020

Preâmbulo do Apocalipse?

Hoje mais do que nunca o medo parece tomar conta da população diante da pandemia crescente sobre o mundo. Mas ao contrário do que diz o senso comum a peste não é indistinta e sem preconceitos. A peste serve a desigualdade, pois a despeito da aparente indistinção de suas vítimas condições sociais, culturais e econômicas são divisoras entre os mais vulneráveis e não. Os ricos em caso de catástrofe se refugiam em sofisticados bunkers com todo suporte técnico, logístico e de abastecimento de alimento, provisões, água, energia, remédios e afins. O pobre por sua vez vive em condições mais vulneráveis de acordo com o grau de pobreza, sendo em grandes aglomerações de favelas a lugares com pouco saneamento básico. Uma vez sabemos como mesmo pessoas em determinadas condições de saúde são mais vulneráveis que outras, não somente de anciãos, mas pessoas cardíacas, com problemas respiratórios como bronquite entre outras. Financeiramente pessoas pobres não tem as mesmas condições de fazer compras que lhes previnam, como estoque de álcool, mascaras e medicamentos de prevenção e afins. Isso fomenta um quadro resultante com a diminuição drástica de pobres, doentes e anciãos que historicamente sempre foram indesejáveis pelas elites. Quem ao mencionar algo indesejado por eles já não fora chamado de "velho"? Ou ser colocado como um pobre sujo e maltrapilho tal como os tribunais nazistas faziam com seus réus?

Sendo assim parece ser interesse de poderosos que tais sejam usadas como armas, ainda que não tenham surgido artificialmente em laboratórios, mas o que sabemos de determinados grupos é um senso único de oportunismo em tirar proveito de todas situações possíveis a seus interesses egoístas. sobretudo usar os temores e medos para que se potencializem essas situações são aprazíveis através de deturpações, pressões e desinformação que elevem os ânimos e instigue discriminações e ódio. O povo se torna muito mais manipulável ao ser reduzido aos instintos primários de sobrevivência do que estando em são consciência, tranquilos e críticos ante tudo que possa acontecer.

Uma vez que fica clara a intensão de poderosos à redução populacional que antes era tão colocada como absurdo de teóricos da conspiração hoje parece se tornar cada vez mais tangíveis essa tendência (basta ver o exemplo das Pedras Guias da Georgia), sendo elas por guerras ou pestes, senão ambas combinadas. Tive a lastimável oportunidade de ter com esse tipo de fanático sedento por cataclismos e esses são momentos deles trabalharem instigando o medo, ódio e engano. Obviamente que um plano assim oportunista e engenhoso precisaria primeiro eliminar os que possam ter poder potencial para atrasa-los e impedi-los (como eu), sendo esses os primeiros alvos a serem tirados para que tenham o caminho livre a seus objetivos escusos assim como por interesses de algo de valor que esses possam ter para esses sádicos.

Trecho adaptado de 'O Segredo é a Maldade' de Joaquim Anderson.

Artigo 'Delírios do Poder' no Obvious Lounge

Um antigo artigo meu de volta ao destaque da Obvious Lounge, acessem o site para leitura gratuita clicando aqui ou na imagem para ir direito ao artigo.


Capas de Novos Projetos Literários

Publico a seguir as capas de novos projetos literários meus em desenvolvimento atualmente. O progresso se encontra pela metade de cada um ainda que já tenha finalizado um livro menos artístico de cunho pessoal e particular o qual não desejo a publicação em vida. Abaixo separo as capas feitas no site Canva, clique nas imagens para amplia-las.




OBS: Peço ajuda aos piedosos mediante a condição insalubre o qual tais trabalhos são feitos em anos de isolamento. Venho sofrido enormes pressões além de sofrer de depressão e síndrome do pânico devido a traumas ocorridos envolvendo tentativas de homicídio e agressões físicas e verbais. Preciso de vocês pois esse trabalho é feito muitas vezes sob choro e angústia. Tive pouquíssima ajuda e apoio ao longo dos anos de produção intelectual e alguns dos que tive suporte parecem me custar caro como prova de que nunca foram ajuda. Nunca ganhei mais do que 200,00 reais por esses livros o que nem cobre os gastos e trabalhos. E agora sobre sérias ameaças disso tudo ser-me roubado ante risco de morte.

segunda-feira, 16 de março de 2020

Artigo de Destaque Obvious: Da Beleza Sobre a Feiura

Após meses afastado retorno ao Obvious Lounge com artigo de destaque no meu blog esquina do Óbvio, acesse aqui para ler gratuitamente! O artigo é um trecho adaptado de um projeto literário meu que discorre de aspectos filosóficos correlacionados, da estética com a ética.

sexta-feira, 13 de março de 2020

sexta-feira, 6 de março de 2020

Sobre a Arte da escrita

Todo artista começa como fã, mas os que possuem luz própria não aceitam ficar a sombra de ninguém. Dos bons assim nasce a autenticidade. São os desajustados quem mudam o mundo pois por não se ajustarem ao mundo, ajustam o mundo para suas mentes. Os que seguem sempre a cartilha apenas veste o uniforme da mesmice, os que as rasgam revolucionam. O insight singular apenas nasce do rompimento do normativo e do lugar comum.

Mesmo em meus sonhos oníricos desvelam interesses e vocações que despontam como fomento as minhas criações literárias, sendo elas fictícias ou filosóficas.

Em fevereiro de 2020 tive um sonho intrigante o qual aparentemente conseguia ultrapassar a barreira da incerteza de Heinsenberg como se por uma dualidade de posição e velocidade da partícula fosse o caminho para uma dualidade de realidades ao romper as dimensões do espaço-tempo a uma variável paralela do próprio universo. Nesse outro mundo meu pai não havia morrido e ia na casa dele e observava as diferenças entre mundos como num programa de televisão onde variáveis de uma mesma história eram descritas assim como a observação de um fenômeno de luz no horizonte num dos mundos o qual ao descobrir sua natureza percebia se tratar de uma espécie de nave nazista camuflada. Contava para minha mãe que havia visitado meu pai, mas ela não acreditava em mim.

Minha produção literária mais do que uma filosofia de vida e uma necessidade desabafo ante atrocidades do obscuro se torna como meu fôlego vital não somente como sonho e meta, mas uma forma de combater os males do mundo que me cercam. Se trata de ser um guerreiro da pena ao contrário dos guerrilheiros da impiedade, como literatura da resistência ante um mal.

Uma ineptocracia nasce de ambições maiores que a aptidão e talento, pois quando se almeja a excelência da qualidade não se buscar ser o maior, mas o melhor. Mas seria muita presunção minha considerar-me o melhor autor da atualidade mesmo pelo motivo de que os critérios e gostos variam e são relativos ou subjetivos ao definir um bom autor. Porém, certamente sou bom o suficiente para não precisar depreciar gratuitamente e plagiar ninguém de modo que aos meus critérios que uso para com obras alheias me satisfaz nos livros que sou autor, mesmo pois tais critérios com obras alheias julgo bastante justos. Tudo o quanto gostaria de ler em livros que nunca li produzo eu mesmo de modo que meu primeiro público alvo sou eu mediante tais critérios que não costuma desagradar os bons leitores.

Determinadas fantasias são máscaras de desejos que visam ordenar e dar sentido a torpeza ilógica da mera discriminação.  Minha ficção é um modo de dar sentido ao niilismo da ilusão conflitante a realidade. Significa achar-se ante a insignificância imposta das niilidades de lógicas egocêntricas. Transcendo assim uma realidade interior. Por vezes de fora da realidade busco viver o que nunca vivi, os prazeres que nunca tive os amores que nunca encarnei, corro do mundo fugindo para dentro de mim mesmo. No entanto, estranhamente não me identifico com dramas cotidianos de vidas comuns de pessoas que possuem amigos, passeiam, se casam e têm filhos, pelo surreal de minha vida, e sim com a ficção científica. Também busco me conhecer melhor explorando minha mente como astronauta de meus próprios pensamentos. Você não pode se achar no exterior, através de opiniões alheias como seu reflexo no espelho, mas apenas olhando para dentro de si mesma. Espelhos podem ser tortos e refletir erroneamente.

Similarmente disto nasceu a ideia da Caixa de Auster que seria uma demonstração que inspire a fé no sentido de esperança, pois a caixa simbolicamente representa o depósito do mesmo na caixa, dos anseios humanos das pessoas, ao contrário do débil duvidoso que evoque apenas medo e insegurança. O que une corações em Deus não é o medo da condenação, mas esperança da salvação, pois Ele é amor, não ódio. A implicação demonstra-se do interior humano de modo bíblico pois a fé bíblica representa exatamente isso, 'o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem (Hebreus 11:1).' Nisso se demonstra como uma quase-manifestação do poder de Deus pela fé das pessoas tornando-a similar a Arca do Conserto, não se tratando de uma mera manifestação ilusionista, mas efeito placebo. 

Mas vender mentiras como realidade é ilusão ao contrário de vender realidades como mentira que se chama ficção. Mas dessas ilusões moldadas sobre as nuvens da mentira, do abstrato e do engano é que como castelos nas nuvens ficam sitiadas as galinhas dos ovos de ouro, a exemplo de 'O Código da Vinci' como uma fantasia totalmente oposta a realidade. A metáfora tenta demonstrar e exemplificar, a dissociação fantasiosa justificar um desejo e(ou) erro ou oculta-lo. Muitos tentam dizer e pregar coisas feias e injustas em belas palavras suaves afim de não parecer ser preconceituoso ou injusto como é. Por isso melhor a ficção que exponha a verdade do que a fantasia que promove a injustiça a pretexto da ilusão. Talvez por isso os temores tornem autores no geral tão pessimistas no tocante ao futuro que sempre se apresenta sob a forma de alguma distopia, sejam em livros, filmes ou séries.

Ainda que no meu estilo de literatura não use palavrões pois ela configura a linguagem limpa e destilada de modo conceitualmente condensada, busco por meio dessa apresentar determinada realidade absurda pelo irreal.

Há muitos tipos de distopias, mesmo a ineptocracia demonstra-se como uma variável ainda que sob aparência de normalidade. Um conto que demonstra perfeitamente uma Ineptocracia é 'Uma Cidade Qualquer' onde muita referência, informação e reflexão está cifrada. A parte o qual um homem precisa apagar e acender manualmente todas as luzes da cidade de modo individual expressa a criação de atividades inúteis que visam impedir o indivíduo de exercer sua verdadeira vocação.

Mas o pessimismo também pode demonstrar-se como uma fantasia para o conformismo, o pragmatismo dos passivos a realidade. Por isso não tenho mais fé na humanidade, mas sim na verdade e na lei, as únicas coisas que mantém algo ainda.

Assim a verdadeira crítica ficcional assim não tem necessário rigor com detalhes históricos, mas de determinados valores, hábitos, comportamentos e tendências históricas identificáveis como males, problemas e injustiças.

Busco assim que se transforme no que é sendo rei e senhor de sua própria mente, sua verdade de seu ser vem de dentro enfrentando os dragões do engano que se impõe contra sua essência. Mas a mentira nunca se tornará a verdade ou realidade, mas a ilusão. Ainda que o exterior lhe diga o oposto o único refúgio que importa sempre será sua mente. Não deixe que o exterior determine sua essência, pois você sempre será sua mente, não o ambiente que o cerca. A última palavra sempre será da verdade e da razão.

Deixe que sua ficção se torne o espelho de sua verdade interior. O verdadeiro reflexo chora e ri comigo, sempre estará comigo num espelho, o resto é apenas sombra que assombra que não segue, mas persegue, que pode tomar meus contornos, mas distorcidademente. A sombra deve estar abaixo dos pés, mas a luz difusa a multiplica maior que eu.

Trecho do Preâmbulo de minha nova antologia.

As Possibilidades de Exploração Espacial e Temporal

Penso na ficção científica como cânone de inspiração a exploração científica. Desse modo visa testar hipotéticas possibilidades não somente negativas como positivas como modo de motivar o esforço da civilização como espécie a superar males comuns em prol de avanços significativos. Sendo assim a ficção científica não tem somente o papel de criticar mazelas morais e éticas possíveis ou existentes, mas também de promover soluções e propostas para avanços que como exercício de imaginação pode se tornar precursores lógicos para feitos reais. Fatos históricos anteriores prova isso.

Um exemplo disto pode ser visto nos livros de Space Opera que testam hipóteses de explorações espaciais além sistema solar. Porém, para uma espécie ser capaz de viajar pelo espaço ela precisa evoluir o bastante como civilização superando problemas e conflitos internos da própria espécie afim de debruçar-se no além. Mas não somente isso, implica sobretudo a possibilidade de sobreviver a apocalipses de seu mundo, sejam por problemas civilizacionais ou cósmicos como quedas de asteroides e afins. Sendo assim o percentual de uma forma de vida simples se desenvolver até a uma forma de vida complexa e inteligente capaz desse feito cai vertiginosamente segundo a equação de Drake. Similarmente propostas de Fermi reduzem drasticamente tais possibilidades. O grau de apuro científico e moral de tal civilização exigira um empreendimento único como espécie ao ultrapassar as barreiras de diferenças e discriminações interiores a espécie como civilização, superação de males que entravem o mesmo, mas que substancialmente poderiam levar a descobertas que expandiriam os horizontes cientificamente exploratórios a ângulos não somente espaciais. Um exemplo disto seria a possibilidade de buracos de minhoca que viabilizassem não somente as viagens no espaço, mas no tempo, ao abrir horizontes de exploração não somente interespaciais, mas potencialmente intertemporais ou interdimensionais ante a possibilidade hipotética de um multiverso habitável. Isso se torna uma possibilidade plausível mediante o fato de que grandes distâncias de anos luz não demandam apenas energia enorme, mas tempo e uma vez que as viagens no tempo poderiam ser muito mais curtas tornariam mesmo as viagens espaciais mais fáceis, porém, não necessariamente preferenciais em razão da possibilidade de explorar outros tempos ou mesmo outros mundos possíveis dentro de um mesmo 'espaço'.

O fato é que o grande salto para as viagens espaciais tem sua chave no tempo pois mesmo mediante a possibilidade de viagens em anos luz viajar por toda Via Láctea exigiram 100 mil anos luz de ponta a ponta e uma vez que não é possível viajar acima da luz o único modo de consegui-lo de forma viável seria viajar pelo tempo, cortando não somente o tempo, mas o espaço. Fisicamente não existe outra possibilidade, sobretudo pelo fato de que toda forma de vida inteligente teria um período de vida útil antes de seu declínio, e uma vez que seu avanço a ponto de tal feito isso implicaria que no mínimo mais da metade de sua vida útil como espécie se esvaiu. 100 mil anos seria tempo o bastante para essa espécie se tornar potencialmente outra se transformando ou se extinguindo mediante a possibilidade de ter conseguido o transcorrer de tempo o bastante para esse feito. Ou seja, o percentual cai ainda mais vertiginosamente ante a possibilidade de viajantes do espaço, estando estes mais perto de terem a qualidade de poderes de divindade do que de formas de vida similares a humana.

Trecho adaptado de 'Cronogenises' de William Fontana.

segunda-feira, 2 de março de 2020

O Conhecimento Adormecido

Ainda que o fato de que em grande parte a personalidade de uma pessoa se formar mediante a construção cultural e social a qual ela está inserida fica tangível a influência genética de instintos que determinam aspectos de predisposição de características da personalidade e não apenas a doenças herdadas.
Por esse motivo não acredito integralmente em ideias como da ‘Ideologia de Gênero’. Não acredito que a construção sexual seja meramente cultural, pois o ato sexual sempre teve vínculos biológicos por razões reprodutivas. Ora, os instintos são essencialmente ligados a genética que em suma é a demonstração biológica da vida herdada. Ainda que não exista gene da homossexualidade conhecido, sua possibilidade ao remeter a ideia de herança genética seria impossível do ponto de vista biológico pelo simples fato de que a homossexualidade é incapaz de se reproduzir. Sendo dessa forma estou mais inclinado a crer que se tiver razão biológica esta seria por uma mutação aleatória explicando seu caráter anômalo na natureza ou de busca de equilíbrio , sabe-se que na natureza a raridade representada pelo incomum demonstra-se como uma exceção por mutação a qual apenas progride mediante melhor possibilidade de se reproduzir. Sobretudo isso explica o fato de que a homossexualidade poderia surgir mesmo num lar rigorosamente cristão conservador, o que a salvo influências exteriores isso implicaria ser algo de nascença. Ainda que hajam evidentemente casos de pessoas homossexuais por formação acredito que muitas delas não escolhem simplesmente suas preferências sexuais.
Houveram casos como a dos gêmeos Bruce e Brian Reimer nascidos em 22 de agosto de 1965 em Winnipeg no Canadá, em que quando um deles teve o pênis queimado ainda bebê o operaram tornando-o mulher, o fato é que mesmo sem saber que era originalmente homem ele declinou a todo comportamento masculino típico.
Tais casos remetem a um conhecimento que adormecido abaixo do limiar da consciência se manifesta de alguma forma, seja no coletivo ou indivíduo. Sendo ele exceção ou padrão, mas sempre manifesta de forma voluntária ainda que por vezes com razões intrínsecas a desejos instintivos.
O mesmo se aplica na construção da própria cultura em si manifesta como identidade de um povo. Toda criação coletiva espontânea determina a autoria de uma cultura e identidade de um povo. Uma língua tem origem na associação inicialmente sonora que transcreva as coisas do concreto ao abstrato, ganhando gradual precisão mediante a crescente complexidade por estruturação semântica que dão razão, por sua vez aos verbos, advérbios. Parece evidente que o advento da escrita é posterior cristalização desse processo em constante mutação que favorecem o entendimento que deu razão à sociedade, mostrando o motivo pelo qual até hoje o diálogo é sinônimo de acordo ao contrário do oposto, como o medo do qual discorreremos mais tarde.
Muitas vezes um saber adormecido no inconsciente manifesta-se intuitivamente pelas artes como precursores de descobertas, como modo intrínsecas ao inconsciente e compreensões que escapam a percepção objetiva e consciência. Exemplos históricos disto são demonstrados de Van Gogh em sua pintura 'noite estrelada' ao demonstrar aspectos da mecânica quântica apenas descoberta de modo tardio após sua morte.
Muitos outros padrões similares parecem demonstrar espontâneo pioneirismo inconsciente como percepções arraigadas na subjetividade do inconsciente como algo inato ou adormecido. Talvez assim poderíamos postular que em similaridade aos instintos como normas de condutas escritas abaixo do limiar consciente existiriam outras informações e conhecimentos mais complexos em tais estados? Seria deveras absurdo afirmar a existência de uma memória genética de vívidas de lembranças ainda que traços de personalidades poderiam ser transmitidos, porém, e se houvesse em remotos tempos conhecimentos amplos tão profundamente arraigados na sociedade que foram cristalizados de modo inato como o condicionamento a imprimir similares diretrizes instintivas nos genes?
As sensações por vezes parecem sempre estarem associadas a memórias talvez por um fato implícito a instintos como mais que normativos comportamentais, mas de informação ou conhecimento atingido por um inconsciente volitivo. Tal como o medo remete a possibilidade de morte como previsão de possibilidade em similaridade ao reflexo outros instintos poderiam instigar uma contemplação não de uma possibilidade futura, mas ancestral, mas arraigada a fatores intrínsecos aos genes.
Tal hipótese ainda que altamente especulativa parece demonstrar aspectos evolucionários não somente físicos, mas mentais e mesmo psicológicos até mesmo ao modo de sentir e pensar. Afinal quantos sentimentos e emoções possuímos e tal como as cores quais os limites entre um e outro? Como disposto no volume anterior poderiam haver sentimentos e sentidos perdidos entre genes incógnitos em nosso DNA .
Outro exemplo de um conhecimento adormecido que parece emergir por padrões comuns está num estudo realizado em 2019 pela Universidade de Harvard (EUA)  no que parece indicar a existência de uma “gramática musical universal”. Ao se utilizarem de 5.000 cantos de 60 sociedades diferentes os pesquisadores traçaram um paralelo com quatro tipos diferentes de músicas provenientes de 30 regiões diferentes do mundo ao disporem de um algoritmo computacional. Os estilos de música que iam ao ‘de ninar, de amor, de cura e de dançar’ resultando numa série de padrões coincidentes ao demonstrarem estruturas similares. As mais predominantes eram as músicas de curar sendo mais repetitivas que as de dançar que por sua vez eram mais agitadas que a de ninar.
W. Tecumseh Fitch, da Universidade de Viena (Áustria) explicou que “da mesma forma que todas as línguas do mundo têm um conjunto de fonemas – todas as palavras do mundo são compostas de pequenos conjuntos de sons de fala – o mesmo ocorre com as melodias. Todas as melodias podem ser construídas a partir de um pequeno conjunto de notas. Isso sugere que há uma base biológica que é constante em todos os seres humanos, mas interpretada de maneira diferente em diferentes culturas humanas”.
Outro exemplo de padrões potencialmente universais na humanidade está na beleza, ainda que variável ao longo dos tempos o senso estético como filosofia compreende padrões e harmonias que remetem a simetrias ainda que associado a elementos sociais ou culturais de sua época, mas que podem ser um reflexo do mundo físico a exemplo do Pi e tantos outros elementos uma vez que o cérebro humano busca por padrões. Sendo assim parte do cérebro humano replica o universo exterior de seu interior, do indivíduo ao coletivo.
O que se conhece é a definição, pois a existência anterior a definição independe disso, nosso conhecimento limitado e parco não abrange toda extensão do desconhecido. Mas por isso devemos procurar definições mais precisas como modo de conduzir o pensamento a verdades mais relevantes assim como o passo adiante na descoberta do que antes não era conhecido.
Assim como há aspectos da história humana que permanecem desconhecidos nas brumas do incógnito há de mencionar a possibilidade de uma história morta que possa viver adormecida sob camadas genéticas como uma herança desconhecida de nossos ancestrais pois compreende que a essência do DNA é informação. Objetiva a ciência como intento de seu empreendimento (tal como historiadores) desvelar a verdade.
Assim como a verdades exteriores inatingíveis por percepções limitadas poderá haver verdades interiores ancestrais sob as brumas de instintos, intuições e do inconsciente onde mesmo arquétipos expressam parte desse conhecimento adormecidos inerente ao inconsciente coletivo, desde tempos imemoráveis eles parece demonstrar aspectos comportamentais padronizados em dado grupo ou individuo como uma espécie de programação inconsciente dos instintos.
Diversos mitos ancestrais parecem aludir a esse conhecimento essencialmente de qualidades duais o que fomenta curiosamente preceitos morais de valores naturais em sobreposição a esses maus instintos. Um exemplo pode ser visto na ideia de Ying Yang que conota ideias moral antagônicas que sob equilíbrio é dominado pelo indivíduo ao sobrepor tais instintos primordiais. Curiosamente mesmo a bíblia alude exatamente a isso com a ideia da experimentação do fruto da ciência do bem e mal que alude a emergência tanto de bons instintos quanto os maus que fora de controle levam ao pecado. Similarmente a ruptura entre os dois levam a conflitos onde ambos possam ser encarnados separadamente como arquétipos do herói e vilão que serão abordados adiante. A falta de controle sobre o mesmo como extinção do autodomínio conota não menos ao mito da caixa de pandora que espalhou os males ao mundo. O fato é que o mesmo ser humano capaz de coisas maravilhosas, de criações, descobertas a feitos também é historicamente capaz das maiores atrocidades.
Sejam mitos ancestrais ou não isso alude a um mal antigo e adormecido dentro de nós do qual sem harmonizar sob controle exacerba a liberta-lo em atitudes insociáveis, o mesmo ocorre no coletivo sob a forma de imagens primordiais de arquétipo que deformam o Ethos. Sob as camadas do aparente o ser humano guarda em si potenciais monstros que sob condições e pressões podem emergir como as figuras dos demônios que conduzem o homem através de maus instintos como ódio, inveja, ganância, luxuria a sequestros, homicídios, roubo, estupros e outros graus de crimes e crueldades. Todos os aspectos confluem a padrões universais conforme serão abordados mais adiante.

Trecho do livro 'Os Signos Universais do Ethos' de Gerson Machado de Avillez.