Páginas Sobre

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Processo Criativo do Autor

Fico observando esses sites literários para autores que anseiam se projetar no mercado quase sempre com ideias superficiais de escrever obras primas sem o menor conhecimento dos clássicos do gênero que ambiciona. Daí usam a pontualidade do rigor das regras ortográficas/gramaticais para criar obras "engomadinhas" que sempre passam na peneira senso comum da técnica, mas não da originalidade e escrita. São no máximo competentes, mas longe da criatividade que beira a genialidade de obras realmente inspiradas de quem tem conhecimento mínimo do gênero. Sinceramente peco na gramática mas sei que se passar por uma revisão profissional não tenho pra ninguém, sem falsas modéstias. Não se trata de apenas dominar a narrativa mas manipular as palavras para transmitir mais que ideias, mas sensações de modo que não foge necessariamente dos clichês que conhece, mas os dominando os usa quando necessário a algo mais original. Dai esses sites possuem em sua maioria autores mornos numa criatividade rasa a salvo poucos que se destacam. Não escrevo nada sem ter algo novo a produzir ao contrário dessa maioria.

Muitas vezes ideias para algumas obras surgem ao quase acaso, quando menos se espera. Seja ao assistir um filme, ler um livro, numa conversa ou mesmo quando estou a refletir sobre algo. A verdade porém é que de acordo com o potencial dessa ideia a ser desenvolvida a transformo num diálogo, conto ou novela a medida que outras ideias se aglutinam a sua volta. Mas sempre tendo fontes inspirativas no meu dia a dia, vida, predileções e gostos, de modo que se diz com certeza que compreender a complexidade das ideias de um livro faz-se necessário compreender a vida de seu autor e sua visão de mundo. Por vezes uso até mesmo a ficção afim de compreender coisas da vida e do mundo numa tentativa de racionalizar principalmente o que de mal ocorre, o que leva a muitos de seus aspectos morais tanto como de crítica social, normalmente comuns a bíblia.
Como possuo a vantagem mentalmente visual do autismo muitas vezes chego a construir todo um texto em minha mente, quando não a trama construída visualizada, como se contemplasse algumas vezes um livro inteiro em minha mente. Porém, obviamente que com o desenrolar da escrita após pesquisa e reunião de arquivos que fomentem um roteiro do que será escrito muito se modifica, em parte pelo fato da trama ao ganhar vida com seus personagens seguir rumos inesperados, algumas vezes ficando abaixo da qualidade por mim desejada e outras vezes melhor do que planejei. O fato é que por mais rápido que escreva meus pensamentos excede a velocidade que os traduz em palavras num texto de modo que algo pode ser perdido ou vindo a ganhar com as intempéries do desenvolvimento textual, mas sempre deixando alguns erros, especialmente de concordância ou gramática, porém, normalmente apresentando um grau de fluência e eloquência nada distante dos grandes autores, algo alegadamente por profissionais e estudiosos literários como professores, mestrados e mesmo editoras.

Maior parte desse processo discorri na minha autobiografia 'Confissões de Uma Mente Autista', mas que a velocidade do pensamento curiosamente não é o mesmo tratando-se da leitura - que é feita normalmente na velocidade com que falo assim como a escrita, mas raramente o pensamento.
Outro aspecto vantajoso do autismo são os 'hiperfocos' nos assuntos de interesse o qual discorro, considero uma forma de canalizar o pensamento de modo amplificado podendo se tornar em alguns casos uma alta habilidade, mas no mínimo favorecendo uma contemplação de algo como uma lente de aumento aos assuntos que lhe apraz trazendo uma clareza e detalhes que muitas vezes escapam aos NTs, isto fomenta uma visão única de algo que por vezes pode ser comum.

Se tratando da criação de ideias os parâmetros exclusivamente pretéritos não levam a originalidade, pois somente o original sendo o novo, é o futuro. As raízes das ideias podem se ater no passado do existente, mas não consiste repeti-lo, mas transforma-lo. A medida de seu alcance da previsão determina seu grau visionário. A originalidade é o passo a frente que leva e eleva ao novo. Sua originalidade passa a ser medida então por sua singularidade.

Editorial da Semana

Tenho ideias progressistas defendidas por ativismo, mas não o suficiente para ser liberal, pois busco conservar a moral e os bons costumes o que faz de mim por um lado observador. Religiosamente digo e reafirmo que meu hobby literário não tem a pretensão de substituir Jesus como único salvador ou ser uma nova bíblia, mas alguns me culpam pela generalização mística a alheia, os mesmos que dizem ao atacar a raiz do problema ao expor a verdade de que somos bêbados. De nada adianta circundar o problema atacando apenas seus efeitos, é uma luta inútil. Não me culpo por isto nem pelo que fazem de meus textos.

O problema de determinados misticismos é misturar o mundano e secular num sincretismo que torna o banal (quando não vulgar) "sagrado". Mas o cristianismo de Jesus não se trata de sua "carpintaria sagrada", ou como se um hobby e gostos pessoais meus definissem uma doutrina.
 
Não sou anticristão, mas da maneira como alguns intrometidos gostam de determinar o que alheios são, se me pegarem não garanto mais nada a julgar pela maneira como controlam alguns.  O senso comum e o raso permeia essas prerrogativas sempre apelativas a sofismas e falácias, quando não ofensas e ameaças. Mas não eu, defendo que a verdade seja dita ainda que proibida na invisível ditadura da ilusão. Mas eu apenas assumo pelo que digo e faço, não por terceiros que acham fazer por mim e de mim, já que não tenho feito nada de imoral, antiético ou criminoso nenhuma culpa no mesmo pode recair sobre mim a não ser pelo vil acusador, mas que por ser pai da mentira apenas incorre a calúnia.

Gerson Machado de Avillez