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sábado, 2 de outubro de 2021

Promoção da Ignorância Como Práxis de Controle

O valor é significado, preço é custo. Nem tudo que tem preço tem valor, assim como a maior parte do que tem significado não tem preço. Similarmente ao propósito de vida, o conhecimento legítimo que leva a verdade com respostas que transcendem a realidade ordinária ao resolver problemas e tornar a vida em sociedade melhor possuem valor intrínseco a um significalismo, ainda que possam ter algum custo intelectual ou de produção. Porém, seu valor transcende o monetário por ser em si mesmo um capital.  Ao contrário, uma pseudosofia ou pseudociência que por esse motivo tem por fins extorsivos as vítimas. 

Disso uma ectrosofia (echtrósophia) é caracterizada como uma aversão ética a verdade e conhecimento legítimo, uma espécie de antítese da filosofia na resiliência da ignorância. Sendo expressa na obstinação fanática de superstições e pseudociências de modo doloso ou, na ignorância cotidiana do senso comum, que repudia a instrução e educação crítica e reflexiva, tendo aproximação ao ser precursor da fobosofia, psicosofia, patosofia e todo tipo de pseudosofia, antisofia apenas ao legítimo conhecimento íntegro. Por esse motivo a liberdade de informação é indesejada. O secretismo é a principal caracterização da informação privilegiada ao vetar acesso público a pretexto de cobranças que não sejam de mera manutenção própria. 

Sobretudo gera uma desigualdade nociva e turva dentre os que tem acesso exclusivo e os que alheios permanecem ignorantes, motivo mesmo que a fobosofia e demais pseudosofias sejam disseminadas a pretexto de manipulação e extorsão alienante a realidade constitucional dos direitos de suas vítimas. Tudo que por exceder a relação custo benefício perde o valor pelo preço excessivo, sendo este deliberadamente, ou não. Da limitação ao acesso a educação superior a produção de conteúdo relevante vetado ao público ou publicado por vias antiéticas do plágio ou pirataria a fins de autopromoção exclusivo e enganoso, sendo este financeiro ou por crédito por direitos autorais roubados. O mesmo ocorre aos produtores de conteúdos, sendo estes puramente artístico ou não, que jogados a míngua ante os conglomerados de comunicação midiática, sobrevivem na internet quando não são francamente sabotados e plagiados (um fato mais comum do que parece).


Referência:

FONTANA, William. Filoversismo: Manifesto Sobre o Conhecimento, RJ, 2021.

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