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terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Quando o Sentir Torna Realidade a Mentira

Escrever sempre será meu ato de manifestação crítica (ou desobediência civil) ante o autoritarismo ineptocrata e despótico dos que promovem e protegem crimes. Estes sob a égide do oculto e obscuro como modo de oprimir, na ausência da substituição por algo melhor, a não ser o massacre de potenciais rivais a sua hegemonia incriticável e inexpugnável. Por si só uma obra de ficção sempre tem raízes nas interpretações subjetivas das experiências objetivas do autor em sua realidade por esse motivo, como um modo de diálogo e desabafo de seus traumas, anseios e medo de volta a essa realidade.

Assim mesmo a ficção fantástica tem correspondência como representações da realidade envoltos de signos metafóricos para estes, como toda arte. Todavia o oposto também ocorre, quando as vontades predatórias e dominantes usam esses signos intencionalmente para se impor na realidade, gerando deformações e condicionamentos niilistas. Tal ocorre em todos os níveis até a guerra cultural em si.

Quando os sentimentos e emoções dessincronizados dos fatos exteriores nos fazem tornar real coisas que muitas vezes não são a verdade ou o certo. Nisso consiste a baixa filosofia baseada em experiências empíricas volitivas e sensoriais que, por isso, sendo subjetivas passam a crer que a mera vontade (por vezes criminosa) é um fato e certo. Havendo apenas sentido, não lógica ou razão aos fatos objetivos, não passa de uma fantasia e ilusão equidistante da realidade, uma relés ilusão alienante.

A razão deve sobrepor as volições desordenadas como a busca dos altos prazeres kantianos, ao contrário da busca por interpretações sensoriais múltiplas nas cavernas platônicas da incompletude do saber e direitos. Educere, que significa conduzir pra fora, leva a compreensão plena ao contrário das Ilusões que ensinam condicionadamente a enxergarmos apenas a vontade dos dominantes como as únicas verdades e possibilidades precisas. Significa gerar uma bolha volitiva de ilusionismo que sob efeitos de luzes e sombras tiram o foco do que é realmente verdadeiro e certo ao barrar visões do fato concreto ante ao que apenas lhe desejam, como, por exemplo, fazer este enxergar que apenas todos os odeiam, desprezam, desejam seu sofrimento e morte por motivo torpe e fútil.

Assim como a fantasia metafórica de Platão expressa o uso de signos para demonstrar, ainda que através da subjetividade, a realidade e críticas a sociedade, alguns mesmos a deturpam sob o viés oposto a exemplo do obscurantismo, parcialidade, vago e ambíguo. Normalmente gerando dúvidas e anseios que ao apelar as emoções passam a dar crédito como realidade vontades dos dominantes que necessitam exatamente disso para reproduzir e condicionar os demais.

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