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sexta-feira, 13 de setembro de 2019

O Significalismo Existencial Ante O Niilismo

Abaixo publico um trecho de minha autobiografia o qual a partir de experiência própria discuto como o niilismo pode destruir vidas por meio de baixas filosofias perpetradas por meio de sofismas que justifiquem a torpeza, desvalor, e injustiças. A resistência disto demonstra-se como enxergar além da camada de negatividade tóxica ao atribuir significado ao que realmente tenha valor por atos proporcionalmente valorosos por meio de atitudes com verdadeiros valores morais e éticos.

...O desvalor da insignificância imposta é a prisão ilusória do niilismo. Do desvalor e do obscuro nasce isso, o que alguns aparentam promover em nossas vidas. Ora os valores relevantes estão presentes na clareza objetiva de definições que não somente norteiam como transmitem valores. O verdadeiro valor dá significado justo e lógico, não o tira por ser caro. Nisso se discerne preço de valor, conforme costuma dizer o pastor Neil Barreto de uma igreja batista do Rio de Janeiro. 
Porém, esse niilismo é um existencialismo da insignificância, pois o niilismo é o vão existencial, pelo motivo de que na mediocridade do incoerente paira o despropósito. Há dois tipos de suicidas, os desesperados que desejam fugir de algo insuportável e os que desejam chamar atenção ante sua dor, e o que maior dor provoca senão o vazio existencial na ausência de propósito justo e valor?
Muito difícil compreender o sentido da vida mediante condições de trivialidade e desvalor, de abiose social e injustiças impostas na separação dos demais (arbitrariedades sempre são desiguais), assim como de inflação da futilidade como iminência do niilismo as ilusões que desembocam num fatalismo da realidade pessimista e negativa que apenas reproduzem tudo que é tóxico e tolo. A invenção de males tem a mesma importância niilista na insistência do desvalor. É irrelevante e contraditório dizer que não ter importância é importante. O caminho oposto da utopia seriam fazerem o contrário de que todos deveriam fazer, se meter na vida alheia apenas para ajudar. O mundo seria um lugar perfeito se todos se metessem na vida uns dos outros apenas para se ajudarem mutuamente, só que não, os problemas do mundo têm início pelo oposto o que se demonstra sobretudo como um dos preceitos de crime, se beneficiar atrapalhando e criando dano a vida alheia.
O rebaixamento da vida de indivíduos ante a banalização do crime, sexo, mortes e injustiças reforçam a sensação abissal de vazio. O niilismo assim se apresenta pelo desvalor por não ter significado ou lógica racional, na verdade lhe atribuindo por vezes valores antagônicos sendo comum assim ao tóxico, negativo e tudo que diminuía o espírito humano. Determinadas inversões levam o ser humano a servir o que deveria lhe servir, do dinheiro, desejos a tecnologia tornando fins meios e meios fins em sutilezas de modo que os mesmos problemas do passado encarnam no presente de maneiras diferentes desde a antiguidade a entregar o homem aos vícios, do poder a possessão. Por isso nunca exercitei ambições de poder, mas ambições intelectuais e artísticas, o poder apenas se torna um modo de sobrevivência quando se quer se consegue ter direitos básicos. Por isto opte por criar não ter, sendo autor não dono, por fazer, não ser feito que levam aos vis desejos de inveja, cobiça e ganância dos que apenas ostentam, mas sim por buscar a verdade intrínseca do universo e das causas que nele te norteiem.
O conhecimento nos permite saber o mal sem ter a necessidade de prova-lo, disto nasce a verdadeira sabedoria, afinal não temos de provar fumar crack para saber que é mal, ou morrer para entender que a morte é o fim nesse mundo. Antes nisso cogita o verdadeiro pensamento filosófico, de reconhecer algo por indícios, as vezes sem sonda-lo diretamente ou experimenta-lo. Ainda que suspeita não seja certeza, muito menos é confiança cega de que não exista ou nada está acontecendo, mas dúvida persistente que justifica desconfiar. Sobretudo a inteligência sem conhecimento é como um banquete sem tempero nem sal, horrível, assim como apenas o tempero sem substância pouca coisa.
Para isto requer o discernimento e definições ao fugir do obscuro, achar a verdade em meio a mentira, a luz na escuridão, o certo no meio do errado. Por exemplo, questiono seriamente aqueles que não discernem escrita de fala sejam capazes de discernir o certo de errado. 
Apenas quem está na luz tem sombras, mas apenas se a luz vier do alto as sombras estarão sob seus pés. O papel do existencialismo seria dar significado e propósito como ordem ao caos de seu oposto. O existencialismo normalmente não é invenção da religião, na verdade o existencialismo fomentou a criação de muitas religiões, pois compreende a religião ser uma dessas ferramentas ao existencialismo que pode estar presente mesmo no ateísmo. A um exemplo disto pode ser visto na busca por salvação/redenção, algo melhor numa esperança comum tal como a crença na vida pós morte demonstra-se como três preceitos comuns presentes nas verdadeiras religiões ao contrário das falsas.
Ora, creio que um verdadeiro existencialismo se demonstra como um significalismo que pode deter em si racionalidade, pois convém ao mesmo achar razões na vida. O existencialismo necessita de elementos mínimos a significância da vida, das verdades como busca ou memórias, de uma coerência lógica mínima, uma causa relevante e legítima a que defender assim como valores os quais visem nortear ao melhor. Porém, estes são somente possíveis por meio de paradigmas que são destituídos pela pós-modernidade que nada mais é que uma máquina que produz os mais tenebrosos filósofos, quando não sofistas. 
Sobretudo o existencialismo é indissociável da busca pela verdade. Mesmo Friedrich Nietzsche o defendia como compensação a sua desconstrução de valores. Mas ante o relativismo que destrói paradigmas parece apenas substituí-los por atributos dos relés desejos como ótica egoísta da verdade e moral como se a lógica fosse algo circundante ao ego. Óbvio que esse desejo não é o meu em meus direitos, mas do mais poderosos contra mim.
O niilismo que esse relativismo conduz divide pessoas em dois grupos, os que creem em “tudo” e as que creem em “nada”, ambos nocivos pois todos precisam acreditar em apenas algo bom para se nortear, pois as crenças benéficas são os faróis do significalismo.
Significalismo resulta numa felicidade racional ao buscar o valor e o amor, fugir da dor e da ilógica, mas fazer o bem para quem é do bem pois lhe fará bem. Significa buscar o invulgar e o singular pois a diversidade não é plural, mas identidades individuais. Mas a plenitude apenas se torna possível pela integridade de algo, único meio de atingir a felicidade indesejável pela arbitrariedade.

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