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sábado, 4 de junho de 2022

Conto 'Fobogonia'

Esse conto é sobre alguém que leu um conto o qual acreditar nas palavras pelo medo torna-lo-ás reais. Como um espúrio e profano grimório donde uma fobosofia evoca tornar os pensamentos sensíveis em demônios criados por nossa própria mente. O medo ardoroso como crédulo no sombrio da lugar a uma profana fobogonia dos quais os versos necessitam do nocebo de nossa psiquê agora parasitadas pela sugestão a encarnar na fenomenologia da psicossomática, um universo de verboversos donde a ideia germinada ganha vida própria na nossa consciência a se tornar uma persona em si. 

Como psicóloga estudei com acuidade um paciente possuído por tais ideias alimentadas no incendiário fogo do medo e ódio. Usava meu jaleco e crachá de pesquisadora sobre a natureza e origem das desordens da insanidade humana que sobrepujava em sua mente toda verdade e justiça dos fatos e lei. Ajeitei meus cachos dourados ruborizada ao sentir o medo daquele sujeito quando por meu nome fui solicitada, Katia Alvarez.

O paciente que alegava ter fugido dum lugar chamado 'Buraco da Cruz' constei não existir em quaisquer mapas e suas deletérias vítimas cujas vidas esquecidas eram inversamente convertidas em meros versos donde habitava a bizarra biblioteca de seu anfitrião, Ozak Fortuna. Alessandro Mendeiros Jr. tinha todos os sintomas de estresse pós-traumático, porém, após exames observei um agudo desenvolvimento moral retardado entre a atrofia das articulações sociais ante reações de obtuso afastamento semântico da objetividade linguística. A loucura é uma possessão de ideias desordenadas ou a possessão é uma insanidade desalinhada aos fatos e lei? Ao indagar isto a ele este com olhos vidrados em ódio fixou em mim e falou.

– Pela fogonia vi nascer todas as possibilidades variáveis de distopias que libertará a humanidade dessa mediocridade social, onde você deixará de existir senão como uma relés obra de ficção e a ficção distópica se tornará realidade!

A vitima que permaneceu encasulada sob abusos permanentes parecia estar se metaforizando no próprio mal que ostensivamente sofreu ansiando saciar seus traumas sobre alheios na reprodução viciada do que sofreu. Parecia outra paciente, a Tatiana Silveira que após sofrer abusos por anos agora espumava a boca desejando sofrimento e a destruição de pessoas sem culpa.

–  O senhor sabe bem que tais atos cruéis e vilanescos são mal vistos por maior parte da população e atos tais de injustiça geram revolta e repulsa do povo? Por qual motivo nega a realidade dos fatos e da lei?

–  Pois é preciso! É necessário para alimentar Osak, o mais forte dos maiores, e apenas assim nossa realidade emergir. O medo como punhais penetraram minha mente por tais ideias para ser capaz de entender o que nunca será capaz, sua burra! Apenas o batismo do medo e sangue fará emergir nossa realidade. – Terminou ele de falar em ódio compenetrado contra mim. 

Ele desejava que eu fosse cancelada, apagada e silenciada para me tornar relés verbos fictícios esquecidos para que os verbos do medo encarnassem. Antes o verbo divino em sua encarnação do que a do medo e ódio daquele vício entorpecente.

A ignorância resiliente que independente de toda instrução e fatos parecia ganhar força do ego interior o qual os sintomas narcisistas sempre serão negligentes aos direitos alheios em qualquer empatia e afeição. Sendo estes em surtos psicóticos egorrágicos que se aproxima da psicopatia como uma insanidade autoconsciente.

Como ele ao ler aquele conto sobre ideias que ganham vida independente dentro da mente dele este passou a ter sintomas análogos pela sugestão ou verdade? Era esquisito como o medo e ódio impregnavam aquele lugar de modo que parecia afetar a realidade randômica, não apenas através do comportamento daqueles expostos aquelas volições que irradiava aflições, e buscava suplantar ao todo que há de bom.

O medo e o ódio parecia ganhar vida psíquica independente por se aglutinar em padrões randômicos a partir de densidades emocionais. Em alguns casos surgiram da mente destes e se tornaram independentes, minando na dupla personalidade por rupturas informacionais entre as diferentes densidades da psiquê que busca elimina-la. Como os processos mentais da amnésia que tenta desligar traumas, alguns dizem abrir as portas das percepções e consciência à mentes flutuantes de camadas espirituais dos demônios, outros dizem ser um demônio criado pela própria mente, como a lenda de Asmofobos. Enquanto as portas de todas coisas aprazíveis eram fechadas para aumentar as tensões, apenas ansiavam abrir as portas do inferno. Similarmente algumas ideias ao se instalarem na mente humana. Temos que ter a mente forte ao não se deixar dominar pelos verbos vernais do inferno e expô-los para definhar antes que drenem a vitalidade do hospedeiro. Apenas espero que eu não me torne palavras num texto, quando apenas tais males deveriam nunca sair do acetato e tomar a realidade. Porém, naquele momento alguém me ligou identificando ser de uma instituição chamada "Escola dos Mistérios da Loucura" dizendo ter agora jurisdição sobre meu paciente.


Conto da antologia 'Verboversos' de William Fontana (Gerson Machado de Avillez). 

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