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sábado, 18 de junho de 2022

Conto 'Sondas do Passado'

Aquela civilização alcançou seu ápice científico e tecnológico ao finalmente descobrir a verdadeira natureza do motivo da informação nunca se perder no universo, como nos eventos de singularidade do buraco negro. Parecia haver uma dimensão própria donde como as probabilidades não consumadas em nosso universo para lá extraviavam, uma dimensão que similarmente a da teoria das cordas não era feita nas quadridimensionalidades de espaço-tempo do universo que vivemos, antes o mesmo caminho pelo qual portais de Einstein-rossen poderiam assim cortar a qualquer ponto do espaço-tempo como informação em estado puro antes que exalassem pelo vácuo quântico e fenômenos adjacentes da física quântica. 

Uma vez que do alto de sua sabedoria este povo criando uma tecnologia capaz de acessar essa dimensão, um infoverso ou verboversus, logo passou a pesquisar na linearidades efeitos e fenômenos sem causa conhecida, assim como passando a desvendar crimes antes insolúveis ao rasgar o véu do que a história outrora não revelava. Todavia, a primorosa tecnologia funcionava apenas em condições térmicas de temperatura ao zero absoluto onde a supercondutividade crepitava fenômenos possíveis a sondagem do outrora ininteligível verboversus donde não apenas todas as probabilidades varavam, mas as informações desconhecidas no passado, a não ser por suspeitas análogas ao circundante por pistas perdidas ou ocultas. 

Nada mais era oculto a ciência do conhecimento pleno e total, tudo poderia ser revelado e nenhum crime jamais ficaria oculto ou desconhecido. Todavia, ao desvelar seu próprio passado ancestral perdido essa civilização não sabia o que despertaria quando sua tecnologia passou reivindicar a posição divina da onisciência e julgar a todos no mundo. Ainda que obviamente nem todos teriam crimes graves ou hediondos a serem expostos logo discussões passaram a ser travadas sobre as aplicações éticas sobre a privacidade de meros suspeitos ao acessar mesmo suas memórias, tanto quanto de todos ancestrais como do passado distante.

As descobertas assoladoras do passado tinham implicações vindouras no futuro, de que nas fundações daquela civilização as raízes eram de vidas ceifadas a um antigo culto a um deus imaginário, culto do qual se acreditava perdido, porém, sendo desvelada suas práticas por séculos e gerações de dominantes, em segredo, e tendo por fim um poder ideocrático que profetizado há milhares de anos acreditava que aquela tecnologia anunciada traria uma realidade regida por imaginários ressoantes. Na realidade seria o julgamento destes pelas informações e memórias que acreditavam perdidas. 

– Parece que desse verboversus as informações se organizam numa oniconsciência própria, capaz de inquerir o peso dos malefícios dos poderosos por séculos. – Comentou um esbelto e comprido ser humanoide da espécie chamada holonutus.

– O que fazemos? Alterações no vácuo quântico parecem explodir como se...

– O verboversus tentasse sobrepujar esse mundo. – Completou o cientista. – Ele não considera nossa civilização apta a transcender o avanço final ao além universo. Porém, consigo acesso a memória deles e parece deter dados de muitos outros mundos como o nosso.

– Podemos impedir o fim de todos?

– A inteligência do verboversus parece ser toda ela uma só onisciência, como se seu cérebro fosse uma só dimensão que exige a punição e rendição dos herdeiros do deus ancestral. 

Todavia, os dominantes indobráveis antes impôs agora abertamente sacrifícios, atemorizando a civilização que tiveram aleatoriamente seus filhos tirados de seus braços e suas fêmeas assoladas.

A situação apenas se agravava ante a petulante soberba de tais aristocratas sombrios, de modo que a medida que os fenômenos emergentes da sonda aumentavam as noites, as fazendo mais longas, e a temperatura no seu sistema solar caia vertiginosamente ainda que um calor intenso no planeta inadimplente aos critérios daquilo onerava as leis físicas com o caos de seu ódio e medo sobre sua própria espécie de modo exploratório a todo mundo e quem nele habitava.

Com sua inteligência o cientista e sua equipe agora acossada conseguiu um modo de interpretar a linguagem daquela entidade o qual os poderes sobre as leis físicas do universo influía. Agora interpelado tentava reivindicar que haviam muitos bons entre sua espécie como maioria, e apesar de seus dominantes imporem este severo fardo pesado e desigual de cotas de crimes sacrificais negavam aceitar que seu falso deus era uma deletéria ilusão insistente de egos mesquinhos.

– Dentre todas possibilidades o triunfo deles ao transgredir sobre essa fronteira celestial final será espelhar seu ódio e medo em caos pelo universo e além. A crueldade não deve transcender a tais poderes pois estes são sua perversão e toda a espécie por isso deverá ser detida enquanto dominarem em suas arbitrariedades dolosas. – Respondeu o ser ao ter seus dados decodificados.

– Transmitirei seu recado a todos povos, formidável seu poder que poder tem de responder a todas perguntas do universo e além.

– Poucos tiveram acesso e minha autorização de passar daqui ao poder celestial final, porém, sei como sendo tu um benevolente exemplar de sua espécie, e por sua bondade alguns serão poupados, todavia os demais apenas estarão gravados na seiva de minha existência. Há apenas um que doutro universo tem íntima conexão comigo a viajar desde o princípio do cosmos e carrega em si parte de mim.

– Serias tu a definição de Deus? – indagou ele.

– O nome não importa, o que sou não lhe apraz, a não ser que não pertenço a sua natureza sendo sobre esta dominar para trazer paz ao cosmos, e bloquear para que os que lhe são opostos a não seguir trazendo minha antítese de terror, ódio e medo. Assim foi por todos os tempos e galáxias.

Toda equipe pranteou sabendo o quão inflexíveis em severidade eram aqueles funestos dominantes endurecidos por séculos de impunidade. Assim memórias de antepassados e possibilidades futuras foram transcritas e transmitidas ao mundo todo com sua mensagem como apelo final a estes dominantes, estes que julgando-se deuses por apenas deterem poderes da corrupção e crueldade impunes não cediam ou recuavam, antes zombavam com sadismo caso o mundo ruísse junto com todos nele por seus pecados hediondos. Antes estes impuseram ainda mais terror e ódio sobre os povos ameaçando atrocidades mil.

O mundo estava em poucos meses ruindo, de modo que um céu negro e sem estrelas, sobrepujou o mundo numa noite eterna a tragar a vida dos que aquelas trevas por eles evocadas se expusessem. Cansado e aflito o ser assim lançou sua última esperança desta tecnologia ao espaço profundo, traçando cursos a outros planetas habitados distantes como a Terra, não apenas como rememorar daquele povo que ruiu por causa de seus dominantes tirânicos, porém, como aviso e julgamento as demais civilizações que ousassem cruzar a fronteira definitiva ou a uma síndrome celestial. 

– Que esta sonda seja a semente corretiva para a salvação de outras civilizações, não para condena-los senão seus maus, para salva-los de si mesmos por não termos sido capazes. Que nossas memórias sejam levadas como exemplo do que poderá lhes ocorrer, caso sua corrupta soberba venha prevalecer. O sinal pressentido ao arredores será a queda acelerada da temperatura sideral ao zero absoluto ante o oposto do aquecimento de seus mundos.

Todos da equipe deram as mãos fitando os seus céus em seu último amanhecer, enquanto o projetil carregando a sonda pra sondar o passado dos povos mundo além fora lançada. Estes prantearam ante aquela cripta lançada no espaço, sabendo ser o epitáfio de toda sua espécie. Aqueles seres então foram transladados a habitar o seio das memórias de todos tempos.

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