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quinta-feira, 23 de junho de 2022

Conto "Ladrão de Destinos"

João tinha todos os requisitos e aptidões ao sucesso de sua empreitada ante a licitude de seu empenho. Um desenhista industrial criativo que enveredando a se tornar inventor logo registrou patentes sem saber que teria a infelicidade de algo funesto cruzar seu caminho de modo ímpio e implacável, a subjugar contra as leis humanas e físicas toda honestidade empenhada a viver de seu próprio talento e trabalho. Tudo teria o lastimável início com o desenvolvimento de um gerador de energia giroscópica que desenvolvido ao lado de seu amigo físico, o pobre engenheiro usou de elementos de supercondutividade e superfluidos de zero viscosidade como modos de potencializar a produção de energia sem perdas as leis da termodinâmica. Todavia, aquele poder escuso que lhe fitava as escuras também não aceitava menos que 100% de lucro e ausência nula e total de perda ou gasto. Sendo este de modo proibitivo as leis humanas viu no invento da dupla a possibilidade de unir os dois ao culminarem em aberrações a própria natureza do caos do espaço-tempo. 

Ao dissipar a gravidade abaixo da força gravitacional da massa terrestre, João Silvério viu a emergência do surgimento lendário de um moto perpétuo deletério outrora ao imaginário da ficção, e ao ludibriar de charlatões quando disto a iminência de destinos predeterminados ante a soma de aptidões, escolhas e circunstâncias que poderiam ser extraviados nas mãos de um funesto grupo obscuro de gananciosos corruptos e inescrupulosos, sendo capaz de influir indiretamente em eventos com fins de literalmente roubar destinos e como mencionado sem menor escrúpulos de não ter a menor perda ou responsabilidade pra si, e nenhum ganho para as vítimas. O ladrão de destinos era a convergência proibitiva as leis físicas e humanas numa representação multiplamente condenável de tudo o quando deveria ser abominado em uníssono pelos povos, em razão do simples bom senso. 

Todavia, como a ambição torpe de mesmo subjugar a verdade e destronar origens, aquele torvelinho capaz de quebrar a randômica se tornou a arma perfeita para profanar a realidade e elevar a ilógica imprevisível do caos a patamares do absurdo.

Há razões científicas e filosóficas para que a reatividade tenha pontos de convergência em comum as leis humanas e físicas, na ponderação do razoar da busca de simbióticos equilíbrios e harmonias, ao contrário de tais arbitrários no defraudar de fraudes a própria natureza observada, desde seus simbólicos de amálgamas aberrativos aos cruzamentos de animais em bestas. Quimeras de terrores sobrepostas na fusão das impossibilidades legais e físicas. Uma quadrilha de altíssima periculosidade pronta a qualquer atrocidade.

O grupo de nome intraduzível em ideogramas ao deter em seu ícone tal cruza proibitiva as vidas biológicas, igualmente cruzava o âmago da sanidade além dimensões do possível, como inveterados megalomaníacos que ambicionassem romper todos limites ao trono de Deus, para uma autocracia divinesca. 

Sem saber, João e sua equipe era espionada por aquele séquito ávido e insaciável por poder e lucro esfacelando a vida que estivesse em seu caminho, ao encalço obstinado de atender seus desejos licenciosos exponencialmente e insaciáveis as custas da desgraça e miséria de suas vítimas. Até que no dia 37 do experimento tudo começou a dar errado, de falhas em equipamentos, erros nos programas e sistemas, quebras da estrutura de encanamento e instalação elétrica, e mesmo problemas de saúde e nas vidas sentimentais e sociais deles que pareciam se liquefazer a proporção de sua cidadania, num caldo antiético invisível. Objetos caiam sozinho, pessoas os atacavam por motivo torpe, sofriam intrigas caluniosas, objetos apareciam quebrados, publicações saiam do ar ou simplesmente tinham súbito número de visitações erráticos e discrepantes, eram como se as sombras de algo funesto gerassem um horizonte de eventos ao sabor de todos azares, como o ganhar sucessivo, numa loteria de maus agouros.

– Não pode ser coincidência estarem dando tantos erros simultâneos  e sucessivos em todos aspectos de nosso experimento. Porém, deve haver uma explicação científica para isso. – Comentou seu amigo e físico, Azevedo Almeida.

– Ou uma explicação jurídica. Tenho motivos para acreditar que possamos estar sendo vítima de espionagem industrial. – Respondeu João Vidal. – Verifiquei o gerador randômico várias vezes e ele não está afetando eventos ao nosso redor.

Eles tentaram reunir provas e identificar responsáveis mediante os parcos motivos, senão torpes e interesses exatamente de fraude e plágio. Todavia, os processos não iam a frente e a medida que o tempo passava a reincidência dos sinistros misteriosos se repetiam, em frequência e intensidade maiores ao se tornarem onerosos como se fossem precursores de algum advento adjacente e vindouro, algo de uma funesto de aberração. E assim sucedeu de fato quando homens vestindo negro e capuz invadiram o laboratório durante a noite na esperança de encontra-lo vazio. Porém, quando João fazia suas horas extras sobre os desenhos e abordagens dinâmicas do protótipo uma vez que os cálculos ficava com seu amigo físico. Porém, fora levado sequestrado até o laboratório e sob insultos e humilhações daqueles predadores irracionais o obrigou ceder os códigos de acesso, encontrando João, pego de supetão, no assalto clandestino.

– Vocês são os únicos culpados por tudo que estão sofrendo! Burros! Não veem que temos direitos sobre tudo? 

Ao empurrar o físico amordaçado e de joelhos, o homem que pranteava em lágrimas tentou lamentar em murmúrios ao seu amigo, por ter sido obrigado a ceder acesso àqueles truculentos corruptos gananciosos. João fora esbofeteado e surrado enquanto o sistema dava erro e peças quebravam sozinhas, sem explicação plausível, mesmo ao acaso. Naquele momento um caucasiano obeso chegou ao protótipo tendo uma cópia do desenho e instruções do artefato e começou acioná-lo.

O físico se remexeu implorando para não ativarem o protótipo em potência máxima por nunca ter sido experimentado os efeitos práticos sob tais condições, porém na tentativa de explodir o lugar com uma sobrecarga o aparelho reluziu uma luz oscilante e intensa que parecia alterar movimentos aleatórios e reverter a gravidade ao redor. Ele gargalhava ante o ato imprudente e negligente quando o físico percebeu o inevitável.

– A ativação de sobrecarga do objeto ao reverter a reatividade está propulsionando uma retrocausalidade que provocou as discrepâncias randômicas dias atrás. 

– Por favor pare com esses crimes! Não sabemos as implicações que essa coisa pode gerar!

– Queremos energia infinita e poder de manipular os eventos a volta. É a peça que falta para Osak Fortuna romper todos os limites e triunfar sobre as leis físicas, legais e fatos! – Comentou o homem em profundo ódio. – Aprendam! Apenas existem nossa força, apenas existe o crime impune e nossa ilusão que triunfará como realidade!

– Vai levar apenas ao hecatombe de reações em cascata, as aberrações profanas a natureza que estão fazendo!

O homem virou-se e esbofeteou João que saindo sangue da boca caiu de cara no chão, o ego daquele maníaco fixado estava tão transbordante de si que nada enxergava em sua estupidez acéfala além de sua vontade. Antes parecia ficar excitado com poderes sem menor responsabilidade. Antes ignorando os avisos daquele monstro incriticável disse aos seus asseclas. Não tinham menor noção de justiça e das repercussões de seus atos, porém, em sua soberba ainda achava-se mais inteligente por menor incapacidade de se enxergar, como um vampiro.

– Ocultemos todos esses crimes promovidos para que em segredo usemos isto como modo de chantagem e poder velado a todos que descubram nossa crueldade iníqua.

Os homens levaram tudo que tinha valor e a medida que o lugar tremia, transformando aquilo numa bomba, estava prestes a implodir na sabotagem espúria que levaria décadas mais tarde ao fim do próprio mundo.

Daquele experimento roubado após os estuprarem e plantarem provas de pedofilia e tráfico de drogas, quando todo lugar implodiu num evento de singularidade. O monstro irresponsável do Ozak pegou então o projeto adulterado e fraudado e com seus ganhos criminosos investiu num grande gerador de eventos que levassem a um surreality show de misérias as suas vítimas. Triunfante contra toda lei e fatos em seu sadismo ele se masturbava ao assistir elas sofrerem até serem mortas.

A holística de alguns é apenas a abrangência multidisciplinar do erro em toda sua amplitude e espectro, independente da perspectiva de doutrina, filosofia e crença. E sua irresponsabilidade acarretaria na ruína de toda civilização humana. Aqueles ladrões de destino ao roubarem suas vidas e seus feitos para atos tão imorais não apenas selaram o destino das vítimas, como prova de que tamanha estupidez também selaria o destino da humanidade.


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