Páginas Sobre

quinta-feira, 15 de julho de 2021

Senso Síncronos

No horóscopo os signos buscam sincronizar arquétipos de personalidades aos padrões astronômicos buscando uma forma rudimentar de predileção que resulta a astrologia. A deliberação da constituição desses arquétipos em relação aos astros talvez constitua uma das primeiras tentativas conscientes de postular padrões de símbolos aos padrões humanos desses arquétipos numa causalidade de relações não diretas. Em tese uma forma ainda que em si mesmo mítica de tentar associar a mitologia com a realidade estabelecida ainda que uma mancia ou adivinhação não atenda os requisitos de uma teoria científica falseável por sua capacidade preditiva.

Toda adivinhação e mancia busca parear sincronismos não resultando em previsões padronizadas mediante graus de precisão condizentes a de uma teoria, sendo no geral pareodolias. Ainda que hajam probabilidades percentuais de acerto estas normalmente não excedem o padrão caótico de coincidência.

Uma vez demonstrada uma possível fenomenologia da informação a organização dessa ocorre por sincronizações. Na construção de um corpo conhecimento a medida de sincronização informacional legitima aumenta o horizonte de realidade por vias preditivas, mediante a capitalização e racionalização de dados que torna possível um alcance dedutivo. Ao contrário do pressuposto sensitivismo a qual  a capitalização de dados por não serem empíricas, racionais ou sensoriais associa-se a ideia de empareamento de sincronização empática. Tal serve apenas como critério de uma parapsicologia afins de coleta de dados não sendo de possível verificação científica a não ser potenciais resultados falseáveis mediante o percentual probabilístico de acertos. Assim caso tal viesse a se confirmar cientificamente apenas por meio de verificação por controle e qualidade da experimentação (na comprovação de não interferência instrumental e de truques) afim de inquerir de modo laboratorial sua verificabilidade.

Um exemplo de aparente coincidência síncrona podemos observar num caso ocorrido em outubro de 2011. Um acidente ocorrido com uma Saveiro que colidiu com o Ford F 250 resultou na morte de William Fontana Machado de 22 anos e ferindo sua namorada de 26. Alguns veriam significados de padrões repetidos no fato de William Fontana ter sido adotado por mim inconscientemente como pseudonônimo literário sendo Machado meu sobrenome real. Estes também tentariam estabelecer uma relação de sua idade (22) que seria o código de área da minha região tanto como alguns associam a loucura. Ainda que estes dois sendo policiais rodoviários também havia sido aprovado no concurso da PRF anos antes desse acidente, ainda sem classificação. Porém, seria estes padrões falseáveis empiricamente ou meramente coincidente  ao associar pelo obscurantismo significados indiretos?

Penso na sincronicidade apenas possível mediante o grau de alinhamento harmônico das informações do universo, tal como na racionalidade de cientistas, filósofos ou artistas diferentes podem chegar a criações ou descobertas semelhantes. O modo de organizar dados racionalmente em padrões coesos de alinhamento permite resultados em graus diferentes de aproximação. Do alto grau de coesão advém o verossímil da credibilidade e veracidade ao contrário das incongruências irreconciliáveis. Ao contrário das incongruências que como sincretismos rocambolescos que se unem apenas pelo erro e contrassenso a verdade e ética (a exemplo das pseudociências) a multidisciplinaridade filosófica tanto como da busca da teoria do tudo não se contradizem aos fatos e éticas como prova da sincronização apenas possível por uma denominador comum, a verdade.

 Ao contrário do plágio que intencional e consciente que em desarmonia busca suprimir ou anular suas vítimas estabelecem uma espécie de pareamento empático por dados e raciocínios comuns a distância ainda que inconsciente, não entre si, mas sobre os mesmos dados. Ainda que mesmo a violência e caos possuam também tais manifestações síncronas de padrões estas destoam por uma assertiva essencialmente negativa de fatalismo, enquanto a harmônica de evento.

Os que repetem o passado é por nunca aprenderem com a verdade da história, os que imitam alheios é por não terem autenticidade e os que nada criam de original por não terem criatividade. Na realidade não passam de ecos que são do vazio de sua existência independente das novas roupagens. Um vinil enguiçado em ciclos paradoxais de existência que na ausência de identidade, por se acharem tudo, mas nada serem, por não terem identidade. Ainda que a substancialidade de arquétipo apresente padrões suas combinações infinitas aspiram a singularidade da individualidade mesmo que apresente uma genealogia tanto como o conhecimento o fator epistemológico. Tais padrões síncronos são inconscientes e involuntários como fatores que emergem à consciência ao contrário do sisifismo estoico.

O inconsciente individual pode revelar muito não apenas sobre si mesmo, mas o universo de modo que o autoconhecimento e uma hiperconsciência sejam melhor capazes de tais alinhamentos que aspirem aos sincronismos, similarmente o consciente coletivo que assim podem carregar em sua linguagem, folclore e cultura elementos de conhecimentos adormecidos. Desse modo a individualidade singular não é necessariamente dessincronizada, antes em entrosada harmonia.

Não por menos o termo corpo advém do latim sistema o que evoca essa ideia de alinhamento que  apenas se perfaz a ideia de um funcionalismo cooperativo e harmônico apenas por meio de sincronizações. Assim ainda que haja sistemas de confluências negativas tais evocam uma fenomenologia da informação organizadora.

As sincronizações artificiais por serem forçadas (sendo em sinais falsos, palavras dissociadas ou mentiras) normalmente culminam em synkhronos exitiale em algum ponto de si, por ser inorgânicas ao universo resultando apenas em representações vazias ao significalismo existencialista, quando não torpeniilismos. Uma vez que a exemplo do sincronismo legítimo se aglutina em torno da verdade e afeição o sinkhronos exitale se aglomera em opostos tendo por sintomas equivalentes negativos. 

Na física o efeito relacional pode ser uma demonstração plausível das sincronicidades. Para essas devem haver critérios, o synkhronos exitiale expressa sincronicidades negativas, de signos turbulentos e caóticos como influxo fatalista enquanto o synkhronos fati a harmonia da eventualidade simbólica como destino. Ambos atuam na aparente randômica ainda que a primeira em graus elevados de caos de ponto de convergência, donde padrões convergem ao mesmo ponto ou resultado inexorável e negativo ao reduzir a variabilidade ad paradoxon ab chaos. A ligação entre todos estes são por signos de padrões comuns que apesar de serem sempre únicos podem ser classificados como tipos tais como as nuvens no Climatempo.

Trecho do livro 'Filoversismo: Manifesto Sobre o Conhecimento' de William Fontana.

Nenhum comentário:

Postar um comentário