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domingo, 7 de setembro de 2014

Método científico não linear?

Como observar-se toda ciência a de apresentar um método científico para sê-la, caso contrário, em contrapartida, não há de ser ciência mas no máximo pseudociência. As ciências investigam questionamentos e problemáticas levantadas na busca de responder o 'como', 'pra que' e 'porque', ainda que o 'pra que' seja mais relacionado a sínteses mais complexas e o 'porque' apresente mais um teor moral por aplicar-se igualmente a disciplina ética. A pergunta nunca mente, antes é um clamor da dúvida pela certeza.
O método científico inicia-se pela observação que leva ao questionamento e ao próximo passo que é a experimentação. As observações científicas normalmente são sistemáticas por serem criteriosas no objeto de estudo em questão, não ignorando em qualquer hipótese qualquer elemento ou variável, pois supõe que causas iguais produzem, a priori, efeitos iguais. Onde postula-se por reflexão um raciocino coeso e coerente pela lógica.
Observamos assim que o método científico a grosso modo é variavelmente uma complexação especificada do silogismo (quer por indução ou dedução), levando, na experimentação provocar uma causa para estudar o efeito seguindo as tábuas de Francis Bacon onde estuda-se o efeito para compreender a causa, assim como a causa para se compreender um efeito. A indução, por exemplo, segue um raciocínio fractal julgando todos pela parte antes suas relações factuais de constante.
Mediante isso postulasse a ideia de que na mensuração as leis determinam constantes (e muitas vezes vice e versa) sem exceção. Assim fatos restritos podem ser generalizados mediante relações constantes, por exemplo, a esfera é redonda por ser um efeito generalizado por sua relação do giro ante o rompimento da inércia.
Porém, há exceções, pois na astronomia podemos observar convergências de singularidade onde independente das causas chega-se ao mesmo efeito, a exemplo, dos buracos negros assim como a experimentação, ainda que criteriosa, de fluídos ou de função de onda mesmas causas sempre chegavam variavelmente a efeitos diferentes, ainda que neste aspecto observar-se-á que as probabilidades fomentam hipóteses aproximadas das resultantes. Todavia algo não atingido pela síntese de uma complexidade caótica por serem experimentalmente irreprodutíveis com precisão, ainda que represente um percentual de erro insignificante na maioria dos experimentos fenomenológicos, mas em fenômenos quânticos (por exemplo) são imprescritíveis.
Enquanto o primeiro exemplo (buraco negro) poderia determinar como aberração o segundo aparenta sair das esferas de mensuração do método científico. Isso acontece porque o embate do método científico está entre a busca de constantes ante variáveis, nestes casos as constantes são de relação muitas vezes prescritas como leis ainda que neste caso sejam a causa e os efeitos as variáveis enquanto o oposto pode ser notado na aberração do buraco negro.
O método assim sendo em sua mecânica de formação dos efeitos almeja a compreensão do 'porque' de resultados diferentes como o próprio padrão quer por tábua de ausência de Bacon, ou não. Um exemplo de aberração seria a problemática da maldade que apesar de submeter mais aos princípios éticos ela mesma pode ser observada metodologicamente numa causalidade e resultantes assim como a estética, ora é compreensível que a maldade é um fenômeno previsto ainda que suas relações não parecem claras por não responder o 'porque' ainda que o 'como'. Isso porque as premissas que resultam no fenômeno da maldade não apresentam proporção consequente ou insuficiente de modo que declinam a premissas falsas ou superficiais a exemplo da discriminação e que independente das premissas os resultados consequentes sempre serão os mesmos, ou seja, negativos.
Naturalmente que apelos filosóficos ao predeterminismo tentam desvincular o fenômeno da maldade de sua moralidade buscando desqualifica-lo como tal, porém, ainda assim são falsos a exemplo do postulado da "lei" de Murphy. Naturalmente que mesmo sendo inerentemente humano, a problemática do mal pode ser estudada pelo método científico (talvez a psicologia e a psiquiatria ainda que o como pela criminalística), mas como aberração.
Uma vez observando que a maldade é uma problemática científica de aberração, como se determinar demais aberrações? Ou mensurar objetos de estudo caóticos de efeitos diferentes ante causas iguais? Ou mais, a não observância prova efeitos quânticos de caos iguais por toda observação se quanticamente participante?
Como observado não se pode recriar fenômenos caóticos com precisão pois os fenômenos resultantes nunca são inteiramente previstos, isso porque a relação constante no caos, não está nas resultantes mas no meio de transformação, em sua mecânica, assim como no tempo. A metodologia científica nestes casos falha porque é sobretudo linear sendo limitada a causalidade não abrangendo assim a mensuração do caos e singularidades. Isso acontece porque o método científico na realidade analisa a natureza resultante, vão de valores ditos intrinsecamente pela como metafísicos. O estudo metodológico linear em si deveria ser reavaliado nestes casos a exemplo numa eventual observância do rompimento das leis da termodinâmica como sugere alguns fenômenos de singularidade sugerindo assim não somente uma nova disciplina - a exemplo da temporal aqui proposta - mas por uma metodologia originalmente não linear ainda que não ignore postulados dedutivos ou sua lógica. Ou seja, semelhantemente a uma inferência, dedutivas ou não, que levem do conhecido ao não conhecido por uma ilação por meio de sínteses complexas necessitando, no caso, das teorias propostas no livro conjecturas conjuntas.

Trecho de 'Os Infinitos Tons da Eternidade' de Gerson Machado de Avillez

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