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segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Ciência, Religião e ambiguidades

É justificável a separação entre ciência e religião, todavia não em serem contrarias, pois ambas, quando legítimas, buscam respostas e a verdade. Isso porque compreendemos que sendo quatro os tipos de conhecimento (empírico, científico, filosófico e teológico) o teológico segue um caminho próprio, definido pelo ritual, não metodológico como a ciência ainda que a ciência pode sondar os antigos do conhecimento teológico que não diferenciavam do filosófico, e consequentemente científico.
Há irrefutáveis diferenças entre ciência, gnose e sofia, mesmo a mentira pode ser uma forma de conhecimento (empírico, por exemplo), sobretudo determinado por sua contrariedade absoluta ou parcial aos fatos, provas e evidências. A objetividade de dado conhecimento direto, exato e preciso convém a realidade experimentada diretamente, porém um conhecimento especulado pode formar um corpo de expectativas teóricas tanto quando guiar a formação de uma realidade por via viral, em sua fonte não é conhecida, sendo assim, na realidade, um conhecimento incompleto e parcialmente oculto por ser proveniente de uma meta-realidade ou realidade alternativa. A concepção da especulação das águas forma o próprio conceito da especulação em si, que é refletir pela luz, 'espelhar' não somente a uma direção assim como as ondulações das águas. Não é uma interpretação das águas, mas uma forma de interpretar como as águas, uma ciência o qual somente as pontas reveladas na realidade podem ser sondadas, assim, de modo objetivo, sendo assim mais sofia do que gnose, pois ao ter conhecimento de parte de um fractal podemos especular com certa precisão o todo.
Uma discussão muito mais profunda sobre o tema fora abordado no livro 'Ars Ad Speculum' de modo a determinar os motores que formam a realidade numa metafísica de corpo teórico plausível o qual as resultantes são mensuráveis pelas ferramentas científicas vigentes.
Pra cada conhecimento religioso, normalmente conhecimento pela fé, isto é, crença, tem seu par esotérico, o islã o sufi, o cristianismo a gnose e o judaismo a kabala. A kabala em suas sefiras propõe 32 caminhos a sabedoria que lá poderia ter equivalentes a estrela dos tempos e as 32 direções dos ventos. Coincidentemente, ou não, creio que a especulação parte em diferentes direções com equivalentes mais temporais por sua intima relação com o caos do que espacial, um princípio presente na ficção pela 'Ordo Christianistas Ad Ventus' como linguagem e meio de comunicação a ideias especulativas.
Pelo caos a de se formar, e parir, a realidade, todavia não pela aleatória nela presente, mas pelo propósito. O sistema caótico não somente elementar, é simples de funcionamento da parte e complexo na interação do todo, fomentando sistemas complexos graduais de modo que podemos conjecturar por uma correta aplicação da navalha de occan sobre sua funcionalidade, não no seu mapa.
Na verdade esses sistemas de conhecimentos místicos que leva a interpretações do mundo conforme ele não é mais válido do que as especulações sobre conspirações, por exemplo, se segue a navalha de occan quanto a validade de evidências.
Na realidade observavelmente nenhum desses sistemas misticos, esotéricos ou ocultistas me trouxeram quaisquer respostas ou explicações levando a formar o próprio sistema de compreensão especulativo. Pois religião que não busca respostas e verdade é inútil, principalmente as que não redimem.
Sou um crente de credo sistemático, nesse sentido nem homem de fé ou ciência, mas de ideias por ferramentas teóricas da lógica. Ao acreditar numa fé professa sua equivalente escritura sagrada deve ser seguida a risca, quer o cristianismo a bíblia sagrada e o islã o Alcorão. Por isso tendo compreender o porque a medida que uma religião cresce ela se distorce onde ao se tornar cultura se diluí seus valores a exemplo do extremismo muçulmano. Ora, o problema não é a religião, mas o fanatismo de todas as matizes que dela vem, como um eco distorcido da mesma. E quando algo não produz resultados positivos - a não ser em doenças -, independente do que se diga ser não é bom.
A dificuldade é que a cultura favorece ao senso comum, de onde advém parcialidades e falhas, quando minha busca mais que saber, é um saber reto, objetivo, não ambíguo do senso comum, mas do criar e descobrir por esforço próprio, não pelo pisar ou humilhar alheio, mas do auto-sacrifício.
Naturalmente que ao mundo da abstração onírico/psicológico/espiritual é subjetivo, mas não ambíguo, ambiguidades não se compreendem, se interpretam ainda que como nos sonhos, mas não mesclam a figura do material, pois é abstração. Assim é pensar o imaterial em termos de matéria quando o relativismo é presente a física, disso distingue-se a mística do espiritual, o espiritual se abstém da matéria dominando sobre ela (vide mente sobre corpo), o místico sincretiza material e espiritual, de modo pagão. Isso não penetra qualquer mistério o dissipando, apenas o amplifica e torna a crença não numa certeza, mas na dúvida como se a confusão fosse uma definição paradoxalmente indefinível. O pleno discernimento dos detalhes, tal como de tais palavras, são toda diferença.

Trecho de 'Mistério das águas' de Gerson Machado de Avillez

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