Páginas Sobre

sexta-feira, 15 de julho de 2022

Cognição e Percepção

Exemplo na psicologia Gestalt sobre a relação
entre a percepção  e cognição.

A conscientização, conhecimento e autoconsciência potencializa a habilidade de influenciar e gerir o próprio livre-arbítrio pelo autocontrole e autodomínio. Fato na física quântica que a mera observação agrega a incerteza ante a posição e movimento, porém, não por imperícia ou imprecisão, sendo do contrário, o poder de saber ser uma capacidade definidora a natureza da própria realidade sendo a prova inegável de que conhecimento é poder. Ainda que não existam provas factíveis disto a nível macro, fica inegável como o conhecimento humano da natureza é capaz de modifica-lo ao contrário da ignorância ou dos seres irracionais limitados apenas a desejos e instintos acríticos. Tudo isto, porém, apenas é possível pelos sentidos sensoriais.

Os sentidos sensoriais são a maneira como os seres vivos são capazes de captar, perceber e interpretar as informações do mundo exterior e material com fins cognitivos de trabalhar meios de locomoção, interação e subsistência no habitat.

Porém, quantos sentidos sensoriais há no mundo? Sabemos que tais sentidos devem ser limitados as dimensões do próprio espaço-tempo sendo qualquer sentido fora do lugar-momento considerado extra-sensorial, a salvo memórias. Pela ciência mesmo que o reflexo é um meio instintivo de estabelecer previsões a curto prazo para ação e autoproteção, não podendo considerar este uma sentido que transcenda o lugar-momento como extra-sensorial em razão de ser fruto do raciocínio a partir de dados captados previamente, ainda que numa escala inconsciente.

Como postulado anteriormente esses dados são racionalizados por meio da organização por padrões que possuem os aspectos primeiramente relacionais, referenciais e reprodutivos. A reprodução de determinado dado ou comportamento visa reforçar padrões estereotipados por referências anteriores ao torna-lo bengalas para o senso comum ao extrapolar o conceito de medidas para a discriminação. Pelo fato de determinado dado uniformizado em padrões reproduzidos a diferença passa a ser separada. A generalização vem da uniformização vulgar de padrões. Disto um conhecimento que não melhora nada, salva nada e revela nada, antes apenas reproduz em reprises os erros e problemas como axiomas do lugar comum.

Disso, contraditoriamente mesmo a discriminação em si passa a ser construída em padrões de entronização antagônicas a determinada hegemonia, gerando dicotomias baseada em critérios análogos a apofania ou pareidolia. Seguramente podemos afirmar que, por exemplo, o critério padronizado construído para formar estereótipos taxativos, como de etnias, são caracterizações preconcebidas de preconceitos de apofania, ainda que vise se apoiar em circunstâncias culturais ao atribuir elementos e fatores sem associação substancial, ao contrário do que não é plenamente conhecido, do obscuro e sombrio que assim levanta dúvidas justificáveis aos anseios.

Todavia, além da incompletude ou parcialidade informacional há as distorções como gerações de apofanias e enganos, tanto dentre sentidos, percepção e cognição, a exemplo das volições e os preconceitos.

Há o exemplo das ilusões ópticas. Os sentidos sensoriais captam os dados que ao serem organizados no cérebro ocorre uma distorção ante os limites funcionais deste sistema sensorial, deste modo ocorre uma compensação que pode gerar as ilusões de ótica. Embaralhamentos informacionais dentre sentidos também ocorrem a exemplo da sinestesia que ao cruzar dados informacionais estes sobrepostos e confundidos entre os sentidos sensoriais. Ainda que aspectos de problemas visuais físicos nos glóbulos oculares, como a miopia entre outras deficiências visuais, a diferença entre as distorções informacionais entre os sentidos, percepção e cognição são distintos, sendo de ordem neurológica ou psiquiátrica onde mesmo a exemplo de entorpecentes, como alucinógenos, alterem a percepção e assim a consciência. Disso sabemos o significado do termo 'torpe' donde a desconexão relacional entre elementos informacionais, como dentre a subjetividade e objetividade, são alienações autoevidentes, como o que será discorrido sobre a origem das desordens mentais.

O exemplo claro no Mito da Caverna de Platão se perfaz nas análises de tal obscuridade vaga ou distorcida das informações. A exemplo das sombras, fonte de anseios, receios e dúvidas pela incompletude dos dados ao favorecer a aglutinação de intuições de apofania enganosas ou totalmente ilusórias.

A percepção distorcida leva ao raciocínio deturpado por uma racionalidade parcial tanto quanto dados inconclusivos, falsos e incompletos justificam a dúvida ou receio. Ou como visto de ‘Verbogonia' a análise de dados falsos sempre levarão a ilusões de respostas ou as mentiras. O mesmo aspecto central da origem da loucura sendo de ordem neurológica, perceptiva ou de cognição, tanto o desalinhamento volitivo, quanto o perceptivo e cognitivo são origem de alucinações e delírios em agravo da alienação a proporção do afastamento do discernimento e raciocínio objetivo no predomínio do inconsciente, subconsciente e subjetividade desconectada da realidade. Quando o afastamento da percepção e raciocínio pela obtusa separação antagônica da subjetividade e objetividade é fonte de loucuras, crueldades e outras desigualdades. Sintomas similarmente visto a todo vício e trauma, tanto quanto social aos entorpecentes de ordem química.

Razões da incompletude e dúbio como o vago levam a alienações geradoras de anseios, medos e estresse mediante sua intensidade e duração, tanto quanto o contato discriminado da diferença gera atrito pela formação de padrões relacionais de antagonismo. Ainda que fatores viciados do ambiente alimentem em si mesma as circunstâncias que alimentem tais condições, o aspecto central desse problema está igualmente numa percepção viciada, arraigada meramente em critérios adjacentes da aparência perceptiva, tanto quanto associado padrões não relacionados a referência, sendo apofônica na negação do julgamento criteriosamente embasado na imparcialidade comportamental e dos fatos objetivos e equivalentes as obras e feitos, tanto quanto o contexto.

A percepção assim precisa estar alinhada a uma série de outros critérios cognitivos, não apenas da interpretação sensorial precisa dos sentidos tanto quanto do raciocínio adjacente ao dados capitalizados sem os excessos parciais das volições e desejos na sobreposição da razão. Todavia, por este fato assim condições de severidades e adversidades que enaltecem os instintos e volições ao reducionismo sobrevivencialista que destituem a racionalidade a critérios alienantes acima mencionados.

A percepção é apenas parte da verdade. Assim como no silogismo um fator isolado não é determinante a conclusão das premissas, a percepção (quando não enganosa ou ilusória) deve ser acrescida a outros dados para sua conclusão. Como uma investigação duma cena do crime, um único fato em si não basta em si mesmo, sendo preciso a avaliação de uma série de outros fatos e fatores que postulem uma redução da lista de suspeitos, dos contextos e motivos mediante o cruzamento delimitantes de dados, afim da construção de padrões coesos para uma narração plausível dos fatos. Pelo mesmo fato que uma bala mágica é implausível tanto quanto o agir na contramão da navalha de Ockham. O mesmo se faz valer em estudos científicos sendo meramente observacionais e matemáticos (como a astronomia), quanto materiais e físicos (como a química, biologia e física). Tais pesquisas e estudos nunca são apoiados apenas em provas observacionais (perceptivas) como na formulação de cálculos, probabilidades e afins, ao contrário da educação postulada no meramente teórico ainda que apoiada em fatos substanciais tanto como a filosofia que como este livro apoia-se predominantemente no pensamento sucinto a partir de fatos e denominadores reais, não experimentais ou pelo exercício exterior, sendo assim predominantemente teórico ainda que sua razão possa ser demonstrada pela aplicação explicativa, prática e preditiva.

Uma pessoa não é capaz de usar qualquer racionalidade na destituição total e plena dos sentidos sensoriais de nascença, restando apenas os resquícios de reflexos e instintos primários por não ter quaisquer meios de adquirir informações além biológicas e instintivas. O mesmo podemos dizer do oposto, um ser que dotado de melhores sentidos que os humanos tendo, porém, menor aparelho cognitivo, ainda que este seja capaz de capitalizar mais dados que os humanos, não será capaz de formular teorias, descobertas e feitos provenientes do aparelho mental do homo sapiens, sendo este limitado meramente a subsistência evoluída o bastante ao convívio dum grupo ou para a existência da espécie. A existência dos elementos (percepção e cognição) em harmonia, e os fatores da circunstâncias favorecem determinado pensamento, tanto como de teorias e filosofias ao contexto da época, quanto de determinada cultura a uma etnia ou religião.

Trecho do livro 'Processos Informacionais da Psicologia' de William Fontana.

Gostou? Comentem, compartilhem, sigam e cliquem nas propagandas para auxiliar o autor! Não aceitem imitações de negacionistas criminosos, custam caro ao trabalho do autor!

Nenhum comentário:

Postar um comentário