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sábado, 15 de outubro de 2016

A Origem da Matrix

Uma das metáforas mais afiadas de meus livros seria En-Migrom, um conto ilustrativo bastante emblemático na minha obra. Mas o que é En-Migrom? Para alguns soava como algo meio virtual o que não deixa de ser mentira, pois En-Migrom está em toda parte e em lugar nenhum como uma matrix do saber, mais como um grande jogo de cortina de fumaças e espelhos a se refletirem infinitamente. Mas em En-Migrom não se quebra lei universal como uma Matrix, para uns é um teste, para outros, filosofia, mas na realidade é tudo isso, mas também uma prisão. Muitos podem atravessar a fronteira de En-Migrom sem saber, quebrar seus supostos estatutos inocentemente sem notar e sem que ao menos saiba ser condenado, a vida em En-Migrom é injusta e a sobrevivência difícil e dolorosa, está repleta de guerras e combates infindáveis que reduzem constantemente a qualidade de vida e sua duração, são poucos os que se tornam velhos sábios em En-Migrom. Estes homens repletos de histórias realmente assombrosas são, sobretudo sobreviventes e seus guardiões mesmo que muitas vezes carcomido pelos seus mirmas se tornando como seres deste mundo, notórios sim, mas alguns se tornam amargamente repulsivos. Quando se apenas sobrevive não se trata de onde se quer chegar, mas sim do que se quer fugir.
    En-Migrom é conhecimento, por vezes estagnado e torcido, mas ele é vital para a sobrevivência como combustível para suas andanças, mas nada sem algo chamado criatividade e seu discernimento para jamais ser enganado por suas curvas, entornos, corredores, salas repletas de miragens e promessas vazias...
    Na mitologia grega também se menciona a descrição do que viria ser um dos primeiros conceitos de labirinto. O Labirinto de Creta também conhecido por Labirinto de Dédalo ou Deaddle, nome de Chartres o arquiteto do qual teria sido responsável por sua construção cujo objetivo seria para pender e ocultar um Minotauro (de Minos), um monstro metade homem metade touro que se alimentava de jovens que a ele era entregues a morte. O labirinto cujas formas seriam circulares e aspirais tinha suas estruturas criadas a fim de confundir as entradas e saídas deste na sua busca por seu início ou fim. O labirinto é feito para guardar essa criatura assim como uma religião de mistérios o qual se sucede por uma série de charadas, caminhos tortuosos, onde é fácil se perder. O que é verdade? O que é mentira? Mesmo a realidade torna-se questionável. O problema verdadeiro assim são os que estagnam o conhecimento quando não buscam soberbamente deleta-lo como se pudessem adulterar os fatos e tornar a verdade num estorvo falacioso. Mas as contradições estão para justamente expô-los, na natureza não existem contradições nem enganos, no máximo ilusões contraditórias a nossa percepção reproduzida por uma vã e obscura filosofia perpetrada mais pelas dúvidas que pelas certezas, uma filosofia cenográfica parecendo belo e real, mas sendo 'de mentira'.
    A figura de touro é Baal, venerado nas antigas religiões da Era de Touro, conforme o livro 'O Império Perdido de Atlântida' de Gavin Menzies teria dado origem as conhecidas touradas muito comuns em lugares como a Espanha, mas também em outros países. De acordo com este livro os minoicos são a origem do mito de Atlântida. Ainda estão decifrando a língua desse povo exótico, mas ao que se sabe é que a lenda do labirinto do Minotauro e Ariadne vem deles (Minos de Minoico, o Rei Touro deles), a localização de sua terra atestadamente se enquadra com o desaparecimento parcial da ilha de Creta que fora quase toda submersa e onde fica os sítios dos minoicos, fundadores da idade do bronze.
    Outro fato interessante era a obsessão deles com espirais em Pi, toda cultura e seu símbolo eram baseados nisso como prova de uma sofisticada matemática. As formas circulares, em similaridade a Creta parecem ser refletidas nos megalíticos de Stonehenge e tantos mais similares espalhados pelo mundo com vestígios de ferramentas minoicas como indício de que fora seus construtores.
    Nota-se que os labirintos de hoje são espirais ou redondos, não por menos o formato da suposta cidade deles conforme descrita por Platão. Labirinto, pois eles usavam machado que numa outra língua significa labrys de labirinto. Os Minoicos eram uma babilônia. Atlântida tinha aparência circular similar a labiríntica construção de Dédalo, não por menos a mesma designação de nome da Babilônia.
    Intrigantemente o Minotauro é uma designação fenícia para Baal-Moloch segundo arqueólogos, ou seja, Moloch, Baal e o Minotauro são a mesma entidade ainda que cultuados por civilizações distintas. Não por menos ao longo da bíblia vemos várias designações para Baal, para os judeus sefardistas (espanhóis) do século XV Baal era Satanás, isso explica o porquê de um de seus nomes, Baal zebude (Belzebu) é um equivalente a Satanás.
    Compreendendo a intenção da construção da torre de Babel – que deu origem a babilônia – era a de tocar os céus, uma conveniência com a pretensa de se obter o poder de Deus.
    Acredito que pela cristalização da informação em sua manipulação seja possível não somente dobrar realidades como cria-las, creio que este seja um princípio de Deus que enganosamente alguns esotéricos relacionam com energia, mas mesmo isto parte de um conhecimento deles. Ora os mecanismos ideológicos dos labirintos compreendidos são ancestrais, mas curiosamente se adequam aos mecanismos das realidades o qual chego a conclusão, a de que é a informação - neste caso de conhecimentos - o qual perpetuam uma realidade labiríntica. Sendo assim Baal é o centro dessa realidade como se, assim como Deus, ele quisesse construir uma realidade a sua volta sendo ele seu motor e que pela convergência de algo como um vórtice, tornando a realidade, ou trazendo a realidade e assim como Deus na criação dos céus e da Terra, e não seria essa a intenção da torre de Babel? A volta ao abismo do princípio é o mesmo justamente com a intenção de recriar toda criação.
    Acredito que exista secretamente uma "Aliança Negra" para a ignorância, que não é para meramente reter a informação da verdade ou parte dela, mas desinformar produzindo muito lixo de informação irrelevante e deturpada, vide internet, cinema, tv e etc. A dissociação da verdade é um passo para não somente não diferencia-la da mentira, mas o certo do errado. Num mundo de fantasias tudo é possível, inclusive o moralmente reprovado. O objetivo assim não é somente 'imbecializar' a população como vemos nos EUA, mas criar a dúvida, confusão e incerteza aniquilado todos paradigmas morais da sociedade a edificar uma ilusão que torne nossas vidas medíocres.
    Na prática vejo a atuação disso, lutando para impedirmos de conquistar e ser qualquer coisa importante, nos compelindo a uma vida medíocre e sem sentido pois a aparência da ilusão é diametralmente oposta a sua essência. Meu despertar disso fora compelido por sensações mais ou menos como as descritas em filmes como 'Matrix', havia algo errado com o mundo, com minha vida que me incomodava profundamente. E no grande abismo que foram os dez anos perdidos de minha vida quando coisas sem explicação aconteciam que finalmente despertei para o mal que me espreitava ansiando me tragar. A grande aberração insociável. E essa aberração funesta me espreitou por anos com seus desejos insidiosos e nefastos buscando tragar todo meu valor. O abismo e a ignorância é a nossa Matrix de hoje que separa duas realidades opostas.

Trecho do livro 'Memórias de Um Ilustre Desconhecido' de Gerson Machado de Avillez.

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