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segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Devaneios sobre a Matrix

Matrix mesmo que conceitualmente não tenha sido inteiramente original, paradoxalmente levanta questionamentos e reflexões pertinentes a inúmeros elementos inerentes a realidade, liberdade e destino como partes de um mesmo sistema ilusório ou não. No diálogo travado entre Neo e o Arquiteto evidencia-se que a Matrix fora criada com a intenção de sustentar um sistema escorado de elementos que alimentem a energia de máquinas sob a falsa pretensa de uma vida de causalidades, a ilusão.
O novo é o original, o autêntico, o singular verdadeiro, mas na ilusão paira o mesmo em reprodução, seu novo é uma sucessão cíclica e infindável do anterior em vulgo de males que acentua-se em espiral que envolve limites de liberdade e destinos a medida que se torna agudo. Dos mesmos erros que são repetidos em escala e graus diferentes às mesmas práticas. Nesse sistema todos os parâmetros são o passado e assim nunca o original, do feudalismo, nazismo, Sodoma a crucificação de Jesus, chega-se apenas ao mesmo lugar num círculo completo. Neo assim representa o que é realmente novo, não somente em etimologia, mas para romper o ciclo ilusório do mesmo, de modo a ser a anomalia nesse sistema de perpetuas repetições.
Naturalmente que evidencia-se que alguns elementos pertinentes a natureza são replicações de causalidade assim como determinados valores que por serem fixos são imutáveis, todavia a falsificação do mesmo sendo artificial é não menos ilusória, pois somente a verdadeira natureza é real, não uma fachada oposta ao interior inerente a falsificação da real natureza, a ilusão exposta por Neo.
Observa-se igualmente que assim paira no mundo um sistema que alimenta similar "energia" que como uma máquina vive de criar males para combater, tropeços para acusar quem cai, assim como a policia não tem trabalho sem bandido, o médico não tem trabalho sem a doença e a Matrix não o é sem a ilusão que envolve e induz a todos tornando a própria liberdade questionável para alimentar seu próprio poder.

Trecho adaptado de 'Memórias de um Ilustre Desconhecido' de Gerson Machado de Avillez.

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