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quinta-feira, 23 de maio de 2013

As Fronteiras do Tempo - Parte II

Desde o começo o homem viu a necessidade de perceber o tempo para realizar suas tarefas, assim logo começou a se desenvolver métodos para medir e calcular o tempo por meio de ciclos, como as horas, os dias e anos ou fenômenos, períodos, eventos ou passagens determinadas pelas estrelas em sua posição no céu ao exemplo do Stonehenge. Já por volta de 3500 a.C. teria sido o período em que surgiu o primeiro aparelho que medisse o tempo num primitivo relógio de sol, que utilizava de um obelisco como ponteiro. Depois começaram a surgir engenhos mais complexos como o relógio de água uma vez que o relógio de sol apresentava limitações óbvias como apenas atuar durante o dia sob o tempo limpo. Clepsidra como é conhecido teria tido o primeiro exemplar deste relógio em 2679 a.C. no reino de Hoang-Ti, já em 1400 a..C, no Egito, e por volta de 400 a.C. na Grécia. Este relógio de água era construído num reservatório onde a água escoava em pequenas quantidades reguladas por um orifício onde uma bóia no recipiente que se enchia indicava o tempo. No entanto, ainda assim sua precisão era determinada por elementos climáticos como temperatura e a densidade do líquido mediante sua viscosidade, mesmo que chegou a ser utilizado em tribunais primitivos grego-romanos dando origem ao termo “Aquam dare” para os períodos de fala para cada uma das três partes, e “Aquam perdere” para tempo perdido, chegando ser citado por Platão nos seus escritos como uma crítica aos oradores em suas estipulações de tempo. Também era utilizado na astronomia e medicina como por Herófilo para determinar o sincronismo dos batimentos cardíacos se disseminando rapidamente ao ser levado para Roma em 157 a.C. por Scipião Násica.
Chegou-se também ser utilizado na China uma espécie de corda com nós regulares como forma de medição para o intervalo de tempo necessário para o fogo consumir a corda até o próximo nó.
Porém, semelhante ao relógio de água surgiu o relógio de areia ou como é conhecido por ampulheta, utilizados normalmente para se medir tarefas específicas como um tipo de cronômetro, mas curiosamente surgindo somente depois dos relógios de mecanismos, que tiveram seus primeiros exemplares no século XIII.
No entanto, mediante registros e nosso conhecimento o homem poucas vezes levou suas descobertas e questões para além de meras medidas ou cálculos sobre o tempo - no aspecto científico - tendo seus primeiros conceitos formulados por Issac Newton que teria resultado na física clássica onde determinava o tempo pela relação entre o espaço e tempo percorrido (v = e / t) conforme publicado no seu livro Philosophiae Naturalis Principia Mathematica, onde o tempo era considerado algo absoluto. Neste aspecto somente com Albert Einstein que inicialmente era apenas um empregado duma biblioteca de patentes na Suiça conseguiu trazer a tona o que seria uma revolução para a física assim como nos demais ramos da ciência pela concepção da Teoria da Relatividade Geral, onde num artigo propunha que o tempo era relativo de acordo com a massa e gravidade, onde determinava como única constante invariável à luz. Sua teoria que na realidade se comprova como resultante da observação de outros eventos se comprovou em 1971 por Joseph Hafele e Richard Keating num experimento onde se mediu por dois relógios atômicos - um numa base fixa e outro num avião que deu a volta ao mundo - a discrepância em que revelava que o tempo no avião havia passado mais lentamente. Ora, se do outro lado do mundo alcança-se primeiro o ano novo, significa que para eles instantaneamente estamos ainda no passado...
Sobretudo esta conjectura serve para descrever não somente a própria relatividade de Einstein, mas as próprias variações naturais do tempo, mesmo que neste caso o tempo seja limitado a geográfica, em sua posição espacial. Mas é esse princípio que rege a fictícia TEMPUS em Crônica dos tempos (Parallel Tales). Seguindo-se linhas temporais - passado/futuro - paralelas numa continuidade de interação atemporal, demonstrar-sei-ia a possibilidade.
Não obstante, noutros planetas as variáveis de medidas dos dias, e anos são diferentes da nossa, podendo ser mais extensas ou curtas mediante seus períodos de ciclos de rotação e translação – em torno de sua estrela, sol - tal como proporções de massa destes corpos, determinado que nossa noção de tempo é exclusivista ao nosso mundo, logo limitada. Talvez por isso personalidades da astronomia como Carl Sagan preferia se referir aos aniversários por voltas em torno do sol. Do próprio ano que se inicia de acordo com nossa contagem, quando está entre sua menor distância entre o sol, anteriormente como março até ganhar dois meses por Júlio César, no ano 46 a.C. sendo este calendário rê-adaptado ainda pelo Papa Gregório XIII conforme citado em Ecce Libro.
Assim conforme notamos nos capítulos anteriores surgem algumas discrepâncias neste conceito, de modo, que essa aparente inconsistência poderia determinar uma série de problemas mediante estas teorias que desde já o próprio Einstein percebia que necessitava de ajustes especialmente mediante a algumas "falhas" sob o aspecto da quântica.
Os ritmos de medida, das estações, horários, meses e anos são ritmos ditados por uma telúrica em disposição ao movimento ante o sol e os demais astros em algum grau interativa e influente, são ritmos resultantes de dentro dos ritmos mesmo que auto-inteferentes, do qual acredito haver simplesmente algo mais fino e imperceptível a estas medidas, mas talvez ligue-se aquela sensação de que o tempo está passando mais rápido ou lento, como propostos por Mesmer ou Schumann. Frequências dos quais os mesmos equipamentos e medidas estão presos assim como nós e por isso o senso comum e científico negará, pois não que esteja errada a mesma ciência que mede o tempo, mas está presa aos parâmetros de compassos resultantes, não concausuais.
Porém, a Relatividade nos concedeu nisso um passo importante para a compreensão destas interações não somente de energia, mas de tempo e espaço, percebendo que este tempo e sua percepção não é simultânea em todo lugar do universo como um fenômeno absoluto e sólido a transcorrer inflexivelmente para apenas uma direção, mas que para se notar estas diferenças só mesmo se medindo os tempos de lugares diferentes, e quem diria nos deu luz de que tais medidas não são tão astronômicas ao serem confirmadas em precisos relógios nucleares orbitantes da terra, para constar: mesmo que a diferença seja ínfima o tempo aqui é diferente do lá de fora, e assim quem não dirá que tal não interfere em nosso próprio tempo não somente da influência que dita marés e as estações?
O erro na concepção do tempo é comum no inicio da própria física, onde sua compreensão matemática inevitavelmente são por medidas comparativas em relação a matéria (massa) e espaço compreendendo que esta somente é alterada por estes elementos não vice-versa. Mas se um corpo celeste pode alterar o tempo comprovando que o tempo não é absoluto, logo até mesmo a luz não é. Mas o acerto diz que apesar do tempo e espaço não serem uma só coisa, estão sim dependentemente interligados.
Óbvio, que sob os aspectos cronológicos isto poderia soar até óbvio, mas refiro-me a interferência a nível quântico mediante oscilações que seriam imperceptíveis a nossa consciência-comum, se não por alguns fenômenos. Justamente neste aspecto de obvialidade um elemento não passa pelo senso comum dos instruídos e cientistas do ramo, o tempo pode não ser um "elemento" completamente a mercê de outras forças, mas talvez apresente padrões e até mesmo leis próprias, que se interfiram mutuamente. Estes poderiam ser determinados por analises de fenômenos de singularidades e paradoxos, ou melhor, muitas das aparentes discrepâncias e contradições nas leis e astronomia poderiam ser indícios desta influência, perante a maior força regente que existe.

“Sem a matemática não podemos penetrar no fundo da filosofia. Sem a filosofia não podemos penetrar no fundo da matemática. E sem as duas não penetramos no fundo de nada”
Gottfried Leibniz

Muito se estuda na física sobre as propriedades do universo que nos cerca, mas poucas vezes o tempo em si - não refiro-me ao tempo climático - se não quando encontra-se nas concepções da Relatividade Geral. Mas se toda a física em si depende do tempo de modo que suas equações sejam formuladas sempre tendo-se em vista estas, sabemos que o tempo é justamente o que permite os movimentos, a velocidade, o próprio clima, de onde depende a luz, energia, eletricidade e a tudo que se dá por existir no universo. Ou seja, podemos nós apenas controlar, medir e calcular as resultantes, mas quem controla ou gera tempo? Qual o marca passo que o regula? Mas afinal de onde vem a vibração das partículas? Mesmo em dizer que uma pedra seja estática esta é formada por partículas que vibram de modo que, e se estas não vibrassem? Ou melhor, o tempo que a permitia ganhar forma, é o que poderia as fazer vibrar - não somente permitir - em suas partículas e somente das vibrações se criar a energia e a matéria, um universo sem tempo, não vibra e assim não pode nem existir. O Tempo assim é a meta-existência para todas as coisas. Talvez o único modo de se comprovar isto seria possível se fosse investigar o interior de um Buraco negro onde o tempo poderia se extinguir e assim a matéria numa inexistência, mas assim como sua própria concepção pode ser apenas teórica, esta concepção aqui demonstrada inicialmente também.
Neste aspecto o tempo não poderia ser trabalhado como uma propriamente dita dimensão, mas em sua concepção seria definido como ondas vibrações (jamais partículas, mas que as fazem vibrar) do qual advém sucessões indefiníveis e ilimitadas podendo esta ser alterada por corpos a seu caminho, de modo que o tempo presente é resultado da sobreposição de diversas camadas (não dimensões) do tempo anterior (passado), como na geologia, e de igual modo com o seu ser - que é resultante do somatório do eu anterior (EL XII.7). Essas ondas atuariam nas demais dimensões propostas por espaço, cada onda a qual vibrando numa frequência de onde seria responsável pela modificação de algumas partículas, se não a criação destas do qual depende assim sua existência permitindo-se na quântica sua rápida inexistência como a exemplo da Energia de Ponto Zero como se saísse da dimensão conhecida, em algum tipo de singularidade. O segredo dos Tempos!

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