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sábado, 5 de junho de 2021

Conto 'O Filicida'

Segue abaixo um conto relâmpago da antologia "O mapa dos Sonhos" atualmente em desenvolvimento.

Ainda que com idade avançada sei o quão inteligente e perspicaz sou com minha memória de elefante. Por isso venho notando que aquele meu filho bastardo (fruto de meu maior erro ao transar com a esposa de meu filho) se tornar a personificação de todo mal na Terra, um demônio, como se a consequência de meu adultério por aquela mulher que a todo instante me instigava a trair seu marido, tivesse no ensejo manifestado a possessão demoníaca que fora a real concepção daquele pequeno nefelin. O pobre diabo que sendo dotado de um intelecto menor, sem moral ou ética apenas passava aprovado na faculdade colando, e agora estava roubando minhas ideias e teorias como um psicopata mitomaníaco me acusando de eu fazer isso com ele. Um monstro que eu criei, sádico, psicopata, um tarado com parafilia que mandava várias garotas para exploração sexual pelo mero prazer disso, sem ganhar nada.

Sei que ainda não tenho provas desses crimes, mas as armações e intrigas desse demônio vão para o parricídio ao destruir a família e espalhar calúnias terríveis, um valentão escroto que não respeita ninguém e possivelmente estuprou várias mulheres tendo envolvimento no tráfico de drogas.

– Ele é um lixo, estrume, um cão! E quer me matar, tenho que dar cabo da vida dele antes! Nem que seja usando meus contatos com aqueles policiais corruptos que ameaço expor os crimes deles. – Murmurei e voz baixa. – Nem que plantemos provas disso!

As pessoas parecem não acreditar nisso e sou obrigado a força-las a enxergar a verdade em plena razão de minha vocação moral e dogmática, elas tem que aceitar e acreditar a qualquer custo e a força! Afinal sou o doutor Lúcio, um dos maiores intelectuais que esse mundo já viu e nem toda inveja e ganância irá me destruir. Esse "meu filho" abnegou minha paternidade e deserdou de tudo que ele alega ter produzido e conquistado, mas eu vou herdar tudo de tal como esse mundo que me é direito!

Na verdade sei que ele está envolvido com tráfico de drogas, mas sendo um psicopata tão discreto engana mesmo autoridades que por isso só podem ser corruptas e merecem serem mortas como todos que defendem esse tirano louco pela ganância. 

Porém, nesse momento meu irmão Miguel Parreira havia entrado a me recriminar nessas atitudes, ele fala demais e merecia estar morto! Vamos ver quem está certo e diz a verdade, ele vai perder!

– Você está imaginando coisas, Lúcio! Por qual motivo gente de toda religião te odeia? Alguns apenas te puxam o saco por você oferecer privilégios e cobertura de crimes impunes! Eles são seus filhos, portanto largue de ser mentiroso!

– Cala a boca Miguel! Nem seu sobrenome presta, na realidade não passa de um Caim! – Acusou Lúcio exasperado de ódio e raiva.

– Não lhe condenei, você é quem traiu seu pai, lembra? Apenas por ele ter criado aquele casal no tempo que morávamos em Jardim Primavera! Desde então inferniza a família dele toda jurando destrui-los e escraviza-los tal como seu filho por ser parente dele! Sua fala mansa e promessas vazias a estes não enganam mais!

– É tudo verdade! Eu sou o maior e o cargo de seu pai sou eu o herdeiro! Seu pai é um monstro tirano, condenou aqueles sodomitas estupradores apenas por fazer o que era seu direito em seu culto apenas por ter estuprado! Não é apenas por ter criado aquele casalzinho de merda que prova o oposto! Pra mim eles não passam de barro!

Naquele momento vieram dois homens de branco adentrando alegando receberem uma denúncia de que seu alegado filho "bastardo", Gabriel Machado, estava em cativeiro e havia sido estuprado. Era a gota d'água para Lúcio que esbravejou e disse:

– Há um conluio para acabarem comigo! Ele é quem vai acabar, ele é quem quer reféns!

– Todos os crimes que acusa seu filho apenas você mesmo cometeu comprovadamente, dos estupros, tráficos de drogas, corrupção e fraude. Ele te deserdou por isso, ele não ama ou compartilha de suas mentiras, seus frutos comprovadamente dizem o contrário! – completou Miguel. – Sua mitomania se agravou com idade e se tornou uma senilidade onde você não discerne mais mentira de verdade, Alzheimer e demência embotam sua razão ante o ódio da velhice que lhe condena os ossos.

Aqueles dois eram médicos enviados pelo pai de Lúcio e sabia que suas acusações negacionistas contra todos os fatos que eram a prova da loucura senil que no estado avançado de demência sofria. Assim tornou um idoso doente após anos espalhando intrigas dentro de várias religiões o qual ousou por as mãos, lares e organizações o qual promoveu corrupção, orgias, fraude e mesmo mortes.

O velho senil vociferou pois sabia não dominar mais a narrativa, amarrado numa camisa de força ao quebrar os pertences de seu filho Gabriel, e agredir ele ao aparecer na sua frente sabia que tinha pouco tempo. Vociferou acusações dizendo Gabriel ser o louco. Sabia agora que todas as acusações misantrópicas contra seu filho e a família daquele casal eram mentiras de sua mente insana. Gabriel Machado tinha todas as provas da autoria de seus livros, teorias e hipóteses, tinha laudos e históricos do autismo que tanto como dos traumas que sofreu por aquele que ao buscar justificar seus crimes de discriminação e ódio partia para crimes de calúnias para justificar outros crimes mais. 

Espumando a boca o velho demente rosnava ameaças atrozes e vinganças nem que levassem mil anos. Seus olhos vermelhos de ódio mostrava que ele se tornou tudo aquilo que ele mesmo alegava combater ao espelhar nas suas vítimas a discriminação e ódio enganando a todos a sua volta. Ele era a única coisa que combatia em seu alegado 'filho', havia se tornado o próprio diabo em suas atitudes ao se opor a tudo de bom, verdadeiro e justo, se tornou em suas atitudes a encarnação de toda maldição. Por esse mesmo motivo o qual fora deserdado pelo seu pai como não sendo mais seu filho, senão um louco sedento para tomar o lugar dele. Porém, assim como este, seu filho também deserdou-se por atitudes oposta de seu pai, ante a herança que condizia unicamente a este, o inferno de seus atos, os únicos frutos dele!

Havia estuprado sua mãe para concebe-lo, torturou seus próprios filhos, mesmo que para alguns destes em troca oferecia privilégios, riqueza, fama e inimputabilidade como direito de reproduzir seus crimes contra a família daquele casal criado por seu pai. Pois como exemplares humanos apesar da imperfeição passou odiar a tudo o quanto os faziam humanos se tornando ele exatamente isso, a antítese da humanidade. O alegado filicídio fora o crime que lhe faltava para selar seu destino, ao pregar tais mentiras para si apenas ele se enganava ao crer que estes acreditavam nele contra os fatos, por isso havia se tornado louco, o cão do inferno!

Aquele que outrora era o primoroso de seu pai, pelo intelecto havia decaído por mais que tentasse subir alto usando-nos como seus degraus e assim roubar o lugar de seu pai, todo de toda terra que arrendava, mas ele faliu por sua imoralidade repulsiva e doentia.

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