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sexta-feira, 28 de julho de 2017

Os limiares da cultura e do inato

Ainda que uma primeira versão do livro 'A Filosofia e História do Ethos' tenha sido finalizada ao estudar mais fatos sobre o assunto dissertado observei algumas coisas muito interessantes sobre a visão antropológica da cultura, etnocentrismo e seu Ethos pois subentendesse que uma moral é presente em quaisquer grupos ainda que tenham "morais" opostas. A baixo uma breve dissertação sobre o assunto, no tocante aos limites de cultura e instintos, o inato:

"O homem é o resultado do meio cultural em que foi socializado. Ele é um herdeiro de um longo processo acumulativo, que reflete o conhecimento e a experiência adquiridas pelas numerosas gerações que o antecedem. A manipulação adequada e criativa desse patrimônio cultural permite as inovações e as invenções."
Cultura: Um conceito antropológico - Roque de Barros Laraia -  Ed.Zahar. Pág.45

O vital é o biológico (orgânico) e o social (cultural), um representa a força orgânica da biologia, inata, instintiva, e outro a força social. Notável observar apenas o último nos tornou mais evoluídos que os demais animais a uma condição de transcender a natureza biológica se tornando parte da identidade da espécie. Ora, promover assim a força biológica no ser humano é um retrocesso evolucionário. A hiperssexualização da cultura machista é um retrocesso evolucionário, assim como qualquer redução a instintos primários o qual atrofie a cultura e o social.
A exemplo da sobrevivência põe o ser humano aos limites da identidade da espécie ao reduzi-lo a força biológica motriz inata, situações extremas poderiam deformar a identidade humana a longo prazo?
Há uma implícita relação do sexo com a violência ao ser reduzido aos instintos primários como de sobrevivência tornando o ato do coito uma espécie de elo entre a vida e a morte, o que dá vida ante a possibilidade da morte ou escassez como uma eficiente dicotomia que justifica os pobres e sua prole como proletareado. Uma vez compreendendo que o social retrocede parece ser um denominador compreensível de uma cultura baseada no instinto que por isto é antissocial. Assim a cultura tem o papel regulador dos instintos e do inato no que resulta numa moralidade de modo que qualquer cultura que faça o oposto passa a ser um problema para sociedade.

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