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terça-feira, 11 de julho de 2017

Nosce te ipsum: Autoconhecimento na Educação




O que mais tornou-me interessado na pedagogia fora o fato dela ser um amálgama da prática da psicologia e filosofia, duas áreas que sempre me interessei e que por isso me levou a escolher a psicopedagogia como especialização. Mas sobretudo um incômodo conhecimento de causa que orientou ante experiências pessoais a formar ideias sobre o que passei como um desajustado e problemático que me tornei. A latência de um autoconhecimento tardio me proporcionou problemas sobretudo ante um meio opressor. Por de trás dos desajustados há um brilho intenso encoberto por uma ignorância de si mesmo.
 
Os desajustados, rebeldes e muitas vezes marginais surgem do descontento, a sensação de inadequação a um papel social, do imobilismo, impotência ocasionando depressões, frustrações, baixa estima, ansiedade e insatisfação ante um meio opressor que deforma a essência do que o indivíduo de fato é. Essas opressões geram pressões do externo ao interior, e seus meios que instintivamente buscam turvar o autoconhecimento à ignorância self para que, por fim, o meio, externo a si próprio imponha o que ele é de modo nada harmônico. Assim o conhecimento externo não pode sobrepor o conhecimento self ocasionando pressões de modo que a verdadeira educação o alinha adequadamente favorecendo o desenvolvimento pleno do indivíduo e assim o adequando ao coletivo, mas para isso representações transformadoras devem acontecer em feeback da relação do indivíduo ao meio.
 
O assédio velado, as indiretas venenosas e a violência simbólica são ruídos que como interferência atrapalham o autoconhecimento de sua essência, como se uma força diabólica buscasse puxar para baixo e me definir pelo meio. Assim o autoconhecimento igualmente se torna uma ferramenta de resistência ante o externo que deseja dizer quem você é.
 
Não haverá perfeita inclusão ao coletivo e um papel a desempenhar na sociedade em harmonia tendo esses atritos do externo e self que eclipsam o autoconhecimento ocasionando deficiências em si próprio e consequentemente na sociedade, o coletivo. A exemplo da depressão e baixa estima são escamas aos olhos do autoconhecimento turvando à uma ignorância de si mesmo em suas potencialidades muitas vezes tornando o indivíduo seu próprio inimigo e consequentemente inimigo de todo mais.
 
Assim o verdadeiro autoconhecimento odeia a comparação e outras distorções, pois a individualidade é sua identidade customizada do conhecimento de si próprio como do mundo externo, em última instância o autoconhecimento é a definição da identidade individual que possibilita todo o mais, tal como reconhecer seu lugar na sociedade externa. Somente se pode saber seu verdadeiro lugar na sociedade a partir do perfeito autoconhecimento.
 
Quando o autoconhecimento atesta-se no indivíduo em sua plenitude as pressões externas apenas o transformará em diamante capaz de cortar todo o mais.

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