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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

O Problema da Maldade

O que é a maldade? A procura por resposta sucede-se a quase toda linha de pensadores e filósofos humanos desde Sócrates. Porém, a maldade por si só é de difícil definição pois ela por si só luta pela indefinição, confusão, de modo que uma busca pela compreensão analítica e sistemática se faz necessária como crítica.

A maldade em seu ato, inquestionavelmente é um poder, pois o que move a maldade no meio humano é o desejo pelo poder ou satisfação. Naturalmente que a busca pela satisfação não se faz necessariamente uma maldade, porém, defini-se por isso a maldade estar presente no meio para seu fim. Assim digo que a maldade em sua natureza  é como a causa inicial de um desiquilíbrio pela ausência de proporcionalidade, de modo que a maldade poderia ser facilmente aplicável por métodos maquiavélicos e manifesta pela hipocrisia. Daqueles que dão sermões que não se vive ou compreende de fato a realidade justificando a relação bíblica da maldade com o ato de mentir.

'Fins justificam os meios' e 'faça o que digo, mas não faça o que faço' seriam retóricas comuns a esta pois a maldade em seu fundamento impõe que nunca sofra o que faz padecer, nunca seja afligida pelo que faz afligir. Assim como manifesto desejos de satisfação a maldade é essencialmente sádica e quando no poder, essencialmente maquiavélica demonstrado por um fim invariavelmente egoísta. A maldade personifica-se de modo metódico, sistemático ou instintivo, enquanto ela pela ausência de controle tem fatores de causa o ódio, por exemplo, quando pela ausência de emoções é personificada pelo método que segue uma lógica não ética e sempre egoísta para beneficio exclusivo a si mesmo a exemplo dos psicopatas. Mas de um modo ou de outro a maldade sempre causa a ausência de equilíbrio, por não ter proporcionalidade em seus atos e sempre excluir a possibilidade de igualdade permutada pelo equilíbrio pleno.

Mesmo que indefinível em seus muitos meios esse esquema poderia perfeitamente servir para demonstrar a essência da maldade de modo razoavelmente preciso, pois o caos que move sempre é de difícil definição clara, sendo faltosa imparcial e objetiva de modo que explica o porque dela não ter tais características. A maldade em sua natureza tem muito mais haver com o caos do que com o estado equilibrado, harmônico e consequentemente igualitário, de modo a apresentar uma problemática de natureza do poder a exemplo do homem ao exercer o poder com fins exclusivos a si mesmo ou seu bando ignorando a ética e a imparcialidade sobre os demais. Todos atos maus da civilização manifestam tais indícios a exemplo das discriminações, covardias, exploração, despotismo, humilhações, bullying, chacinas e etc. Se a exemplo do dolo hediondo é ausência de equilíbrio, a justiça, não a impunidade, é busca por ele.

A maldade entre homens é a falta na ética de modo a suceder abismos pela ausência desse equilíbrio sempre igualitário, ou seja, a exclusão, as acepções sócio-econômicas são exemplos comuns dessa maldade de modo que na sociedade a falta de oportunidades iguais poderiam também ser definição como uma manifestação da maldade ainda que mais implícita, sendo a maldade não necessariamente um problema imoral ou amoral, mas a presença de uma moralidade ou moralismo distorcidos e disforme do todo. A maldade, por fim, não é a presença de uma disposição dual de completar-se mutuamente, mas dual anulativa de seu oposto quando de relação parasitoide, como na natureza, não simbiótica de troca nos estados de equilíbrio.

Podemos observar assim como todo estado de ausência de equilíbrio na natureza é manifesto pela 'peste' e pela 'praga' que assola de modo avassalador em número e intensidade de força podendo aniquilar e espécies e biomas. Traçar assim um paralelo da maldade com doenças da natureza pode ser uma ponte coerente de modo a definir entre uma sociedade o conceito de um antropatia.

O exemplo do que passo - e que me levou a procurar compreender os 'porques' da maldade - é uma demonstração disso, a ausência de 'porques' que numa exceção tal como são as doenças que tira o equilíbrio natural alimentando um abismo que tende a me sufocar, abafar, excluir, sumir, acabar. Observa-se que assim como as doenças tal maldade apresenta os mesmos sintomas do mesmo, isola, incapacita, aflige e mata, podendo igualmente se espalhar a exemplo da antropatia. Assim defino a maldade do seguinte modo:

Características da Maldade
Causa inicial de desequilíbrio: Quando no homem personificado pelo desejo acrítico de poder e(ou)satisfação.
Poder sem equilíbrio: ausência proporcionalidade e igualdade declinando ao estado parasitoide e anulatório covarde.
Método: maquiavélico e (ou)hipócrita quando no homem.
Sintomática patológica: isola, incapacita, aflige e mata.

Gerson Machado de Avillez - 2015

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