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sábado, 14 de fevereiro de 2015

Ethos dos mitos

O paganismo e as superstições tentam preencher de significados o que não se compreende - ou se nega - sobre a origem das coisas e qual sua mecânica, envolvendo a natureza e os locais dela. A ignorância nega a verdade científica por não ser capaz de compreender e (re)produzir o mesmo mistificando por inabilidade própria, o manancial do senso comum. Atribuí-se poder ao solo, e personalidade as forças naturais numa visão embaçada da realidade, tais noções pertencem a um ethos infantil de intelecto e conhecimentos pouco desenvolvidos por não ater-se a verdades e sempre arriscados à sociedade por alimentar discriminações e fanatismo. O foco da ciência é preciso em sua objetividade e epistêmica ao contrário de tais crenças arcaicas que não apresentam quaisquer resultados práticos mas apenas um conjuntos de temores numa moralidade alimentada por sacrifícios. Curiosamente essa visão arcaica e primeira é a que torna possível o surgimento do ethos civilizado ainda que fetal, pois não há riqueza de parâmetros para definição mais precisa das observâncias de fenomenologias naturais sendo essencialmente por necessidade fabulosa ao se observar algo incomum ou inédito que por consequência não se há definição. Assim observa-se que tais visões se aperfeiçoam a medida que a língua evoluí como novos termos e palavras que melhor delineiem tais relatos os tornando gradualmente mais claros.
Um mesmo objeto pode ter nomes diferentes em épocas diferentes cada qual baseado em parâmetros de sua cultura e língua.
O ethos é formado por informação moral de modo que a linguagem tem papel vital em sua transformação a acompanhando em feedback constante e por vezes exponencial. A linguagem clara e precisa favorece melhores conhecimentos e sua transmissão qualitativa a exemplo do meio acadêmico e sua objetividade com ethos exemplarmente maduro.
Porém, não é esse o propósito de uma mitologia desenvolvida e deliberada, mas de transmitir a significância do 'porque' como raiz comum da moralidade e mesmo de conhecimentos verificados pela ciência sem jamais ignorar suas fontes epistêmicas e de autorias ao contrário das lendas sem origem para explicar origem do que não se conhece ou se comprova. As mitologias são as primeiras fontes do Ethos coletivo humano onde o mítico e o místico se confundem.
A próxima idade do ethos é a do empirismo...
Ainda assim permanece traços desse ethos primeiro que sobrevivem de maneira lúdica e principalmente em crenças espirituais. Os mitos não devem ser mortos mas re-interpretados como lembranças de um ethos adormecido e por isso dominados por símbolos muito semelhantes ao freudiano, eles carregam traços que permitem compreender as origens e personalidade do ethos atual assim como lados mais primitivos do ser humano ainda como animal.

Trecho da Monografia do curso de pedagogia de Gerson Machado de Avillez

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