Páginas Sobre

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Quando Todas Ideologias e Crenças Viram Opinião

Um dos principais expoentes do
utilitarismo, Jeremy Bentham.


Vivemos o tempo em que as pessoas não mais discernem opinião de gosto ou especulação. Por sabermos que ciências humanas e sociais não são exatas pelo fato do livre-arbítrio e a subjetividade serem algo individual e relativo e assim imprevisível, isto no entanto, leva a diversidade ideológica tanto como a religiosa pelo mesmo motivo o qual o conselho pessoal ou político não é apoiado numa fórmula ou equação infalível, sendo mais uma mistura de opinião e especulação acerca de sua ideologia política. 

O inconsciente tanto como a subjetividade que são fatos fenomenológicos da mente humana inexistiria sem quaisquer emoções, vontade ou sentimentos, de modo que mesmo a racionalidade totalmente isenta é uma impossibilidade. Por esse mesmo motivo a diversidade ideológica e política arraigada em visões podem seguir lógicas e razões próprias dentre liberais e socialistas, conservadores e progressistas tendo estas mesmo dentre si variações de pensamentos. 
Mesmo um psicopata ausente de sentimentos como amor, ou remorso e afeição possui desejos e vontades, de modo que é capaz de criar meios lógicos a seus fins egoístas tanto como se opor a uma lógica possa ter motivos lógicos próprios.

Quando o elemento sociopata possui o 'A' do desejo pode construir um caminho lógico por 'B' tendo fins de atingir 'C'. Porém, ao contrário de 'B' sendo racional ao abalizar a lógica de meio aos fins de 'C' é o contrário de quando 'A' é justificado na razão pura e objetiva, que sendo exterior com fim de atingir uma solução lógica em 'C' sendo igualmente justificado na racionalidade isenta. É quando a argumentação sucinta passa a ser substituída pela opinião volitiva/subjetiva.

Todavia, alguns podem ver os meios iniciados e objetivados lógicos ('A' e 'C') a justificar atitudes irracionais em 'B' para atingir 'C' a exemplo do radicalismo ou maquiavelismo. Quanto mais radical mais irracional e volitivo são os apelos dos adeptos a penumbra incongruente do contraditório e antiético. De modo que o envolvimento volitivo e pessoal torna a cegueira intelectual a determinado fim em 'C' podendo minar a própria causa que o justifica em 'A'. 

Um exemplo dessa prática é muito comum ao utilitarismo ético do qual por esse motivo seus resultados muitas vezes são negativos.

Quando o 'A' é justo mas perde-se em 'B' ao contrário do sociopata o qual toda sequência pode ser contaminada desde o motivador, como a inveja ou ganância, mesmo que travestida de preceitos supostamente "lógicos" para atingi-lo em "C", como inventar calúnias e outros meios que visem legitimar um fim ilógico e eticamente errado e doloso. Esses denominadores são comuns em todas as classes tanto quanto diversidades ideológicas, religiosas e políticas podendo ser um fator que conflagra a quebra ideológica, corrupção ou ruptura na cadeia de ações, tanto como o contrário ainda que a tendência seja a decadência do práxis ao duplo padrão moral. Logo, todas as discussões de cunho político e moral podem ser meramente opinativas quando a lógica e ética comum são quebradas na cadeia racionalista de ações.

Assim toda crença e ideologia pode declinar a opinião e essa a crimes, contradizendo assim a si mesma em suas premissas ao anular-se tornando-se impraticável efetivamente.

A busca pela subjetivação de definições exteriores e objetivas torna necessária a reafirmação explicada do que outrora era óbvio como o retorno ao bê-á-bá. O que é ser humano? O que é uma loira? Um cão? 

Há conceitos abstratos e subjetivos como a maldade, todavia não comportamentos e práticas que isso deduz. Caso contrário a própria mente como fenômeno emergente seria falsa quando o abstrato sabemos não ser algo que necessariamente inexiste.

Por isso a formalização de definições objetivas e exteriores, a exemplo da lei como de aspectos que aspirem a universalidade, tanto como o bem comum, independente de variáveis ante uma alma cultural, Ethos ou zegheist. As ideias e valores de comportamentos podem ser subjetivas, não estes em si. Ainda que todos universalmente saibam o que é a cor azul de modo unânime (a salvo daltônicos), cada um crê num valor a este atribuído ou mesmo gosto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário