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terça-feira, 2 de junho de 2015

O Ethos das Mitologias e da linguagem

A desconstrução da mitologia é necessária para a investigação de seu Ethos e a este ponto chegamos a cerne das religiões naturais mais primitivas. Mesmo hoje toda fantasia é alimentada por uma centelha de instinto. Somente desconstruindo o passado podemos construir um futuro melhor aprendendo com ele. Esse conhecimento mítico espontâneo e arcaico era a forma primeira de se ensinar valores e conhecimentos a ser sucedido posteriormente pelas escolas filosóficas até chegar a ciência atual. A filosofia surgiu posterior aos mitos como a evolução natural do conhecimento e do Ethos, um próximo passo além dos deuses de Homero, sob o aspecto ocidental.
Freud percebeu no indivíduo o que é a manifestação coletiva do Ethos instintivo, pois na infância o ser humano nasce apenas o inato o qual é oriundo, nasce animal e forma-se homem, de modo que até mesmo as construções de arquétipos dos pais são figuras igualmente similar as míticas de quando o ser humano aprendia a ser homem. Os pais são como quase deuses dos filhos, não por menos essa transcrição pode ser vista no coletivo a exemplo da bíblia como os 'Filhos de Deus' ou 'Pai do céu' demonstrando a necessidade de uma figura paterna coletiva como forma não somente de responder anseios mas regular comportamentos em sociedade, justamente o primeiro papel, em instância, da religião. Mesmo alguns padrões de símbolos e figuras de sonhos padrões podem ser atribuídas não ao indivíduo mas em decorrência desse Ethos mítico coletivo.
Mesmo a manifestações dos sonhos sob o conceito Freudiano tem aspectos coletivistas em símbolos que podem ser universais ao Ethos. Assim poder-se-ia fomentar determinados tipos de padrões oníricos que denotaria possíveis alterações positivas ou negativas no Ethos em seu estado mítico, algo que de modo intrigante em algum grau parece interligar mentes. O conceito parece ter respaldo em experiências como 'Consciência Global' o qual emoções coletivas intensas parece de alguma forma empurrar padrões aleatórios coincidindo a ser explicado pela teoria dos campos morfético num aspecto mais amplo. Isso abordei através da ficção nos livros da série 'Adormecidos', mais especificamente 'Adormecidos: Tormenta Onírica'.
O Ethos social é posterior, um regulador moral e comportamental do Ethos instintivo edificado sobre ele, se a sociedade humana edifica-se em tais níveis, o mesmo se faz no indivíduo. De modo que assim como Freud falava de uma 'arqueologia da alma' pode-se falar de uma 'arqueologia do Ethos' que ao invés dos sonhos de Freud estudará os mitos coletivos. A medida que o Ethos social é aprendido e assimilado na infância esse começa a se formar homem, normalmente em primeira instância pela educação familiar assim como a figura dos deuses, ou Deus, ensinou o homem a se conduzir e se comportar numa escala coletiva.

Trecho da monografia 'A evolução e Formação do Ethos pela Educação e suas deficiências no Mundo' de Gerson Machado de Avillez.

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