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sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

A Genealogia do Poder

O poder onipresente força motora de toda história humana deixa não apenas um rastro de destruição em sua busca insana, mas também na língua. O estudo da problemática do poder pela óptica da anarquia também abrange sua etimologia onde conseguimos compreender melhor suas origens. Veja um trecho do livro 'Críticas Ao Poder' de Gerson Machado de Avillez:

A etimologia das palavras deixam um rastro em nossa língua sobre o poder e suas essencialidades. O termo'poder' se originou do Indo-Europeu poti comumente aplicado, então, a chefes de algum grupo social. Por isso, posteriormente surgiu o termo grego pótis para designar um 'marido' que por sua vez originou despotés, ou, 'senhor, chefe de casa'. Por compreender uma estreita relação de machismo tal ideia de poder sempre fora hierarquizada, neste caso acima da mulher, e por isso posteriormente deu origem ao termo déspota, para designar tiranos orientais. Nota-se que tais termos caminham lado a lado como adjetivos a maldade, afinal a maldade é um poder.
No latim o mesmo 'potis' serve para designar alguém poderoso, capaz de algo, o que originou inúmeras outras palavras, como potestade, potência, potencial, possante e naturalmente uma discussão comum a anarquia, as propriedades, pois 'posse' deriva-se de mesmo termo.
Não por menos 'potentado' designa aquele que é muito rico carregando a conotação implícita de quanto mais posses, mais poder, ainda que inicialmente econômico, o poder capital. Posse deriva-se diretamente do latim potere, 'ter a posse' para designar algo que está em seu poder. Se apoderou demonstra com uma conotação de quase dolo de furto, enquanto 'empossado' traz a atribuição de um poder conferido, naturalmente hierárquico. Como a ideia de psicopatas verem pessoas como objetos, algo a possuir, pois o desejo nestes é mais vivo na busca pelo poder. Obviamente que a tirania torna impossível a liberdade e mesmo o direito pois tal palavra é igualmente derivada e pode denotar justamente algo que tenha poder de compelir acontecimentos a não ocorrerem.

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