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quinta-feira, 3 de abril de 2014

Trecho de 'Advento de Reis'

O trecho do apócrifo 'Advento de Reis' retrata lacunas não preenchidas do cânon bíblico do que levou os reis magos ao menino Jesus e seus motivos, oferecendo detalhes dos presentes entregues por eles e uma suposta conspiração para mata-lo.


Adventos de Reis
1. Havia nas mediações da Etiópia um templo o qual outrora guardará a Arca da Aliança. Vazio o lugar então passou a ser habitado por estudiosos de um fragmento de um pilar antigo encontrado e atribuído a Seth.
2. Mas após o surgimento de um homem misterioso lhes concedeu conhecimento, e esse conhecimento da decifração de um homem o qual deveriam matar quando nascesse.
3. E esse homem era sem pelos, com grande nariz e sua face era simétrica, um lado era como o outro. E seu conhecimento era do futuro e após ensina-lo, o homem desapareceu.
4. Aconteceu que numa noite, tempos depois, na Etiópia um homem chamado por Belchior enquanto observava os céus notou com seus escritos que a estrela do advento surgia nos céus.
5. De acordo com os escritos derivados do pilar e da interpretação do misterioso homem o qual referiam-se por Bar-Sefirot dizia que este homem traria o caos ao mundo e sendo proclamado messias deveria ser morto.
6. O sinal para seu nascimento, a estrela do advento indicaria onde ele nasceria e assim ela surgiu levando Belchior, mago desse saber a buscar seus amigos.
7. Ao ser inquerido pelos reis do conhecimento perfeito, este lhe disse que deveria oferecer-lhe presentes ao menino a fim de enganando-o mata-lo e assim Belchior procurou a pedra dos sonhos.

Um quarto rei e a pedra dos sonhos
1. Belchior procurou então, Bar-Hesbron, o rei mago que guardava a pedra dos sonhos. Todavia ele, relutante estava dominado pelos seus encantados e não quis cede-la a missão.
2. Belchior então vendo isto chamou Gaspar, e notando que aquele homem tomou uso contrário a Topos Uranos, buscava ligar-se as camadas mais baixas do espiritual.
3. Então disse Belchior a ele: Eis que vos digo, homem, como podes contender com a herança de Jacó? Dê-me o esfênio para que tenham a encarnação do mal.
4. Negando, Bar-Hesbron parecia contrariado e dominado por um ímpeto vil desejava em seu íntimo abrir pontes para camadas infernais, mas então fulminou ao tenta-la, pois era contra a moral divina.
5. Assim Belchior tornou-se guardião da pedra dos sonhos e procurou um substituto para ele na jornada que alçariam a Belém quando assim surgiu a estrela do advento nos céus.
6. Todavia no engano, Belchior não conhecia que o nascimento era de fato do Messias, e engando pelo saber embotado procurou Gaspar e Baltazar.

Os três reis magos e seus presentes
1. De modo que eram quatro os reis magos, Bar-Hesbron sucumbiu sobre sua própria corrupção moral e assim fora sepultado no monte que lhe deu seu nome.
2. Quando Baltazar e Gaspar viram-se na jornada que teria sido o apêndice de suas vidas, seguiram eles ao contemplar a estrela do advento rumo a Belém, pois para lá apontava a estrela e assim o fizeram conforme dizia ao lado de Belchior.
3. Todavia viram eles que a pedra dos sonhos era pouco a presentear o rei dos reis, e procuraram eles peças e artefatos, joias e gemas a lhes oferecer.
4. Vendo assim estes, Belchior disse: peguemos esse cajado, herança do patrono de Israel e assim como abriu águas abrirá o caminho para nós. E esse fora o primeiro presente.
5. Vendo isto então, Baltazar disse lhe mais ainda: Pegamos então as sobras das túnicas de Bar-Hesbron e digamos que é de Elias. E esse fora o segundo presente.
6. Assim Gaspar vendo que Baltazar mentia retrucou: Ora, sendo isso mentira e esse o messias de verdade como todo véu não há de perdurar, testemos ele.
7. Gaspar então vendo pegou uma joia e lhes disse: Assim como a pedra que lhe deu sonho a Jacó, essa pedra chamaremos que caiu dos dez mandamentos, como um mandamento perdido.
8. Assim eles aceitaram e viram naquilo a oportunidade do messias identificar o verdadeiro Messias, pois sendo verdadeiro isso exporia, pois nada dele se ocultaria. E levarão então o esfênio junto.


A jornada a Belém e o homem da caixa;
1. Partiram assim eles montado em seus jegues e cortaram o deserto rumo a Belém, e passaram eles questionar o que teria dito Bar-Sefirot.
2. Todavia quatro dias após cruzaram eles do deserto viram então uma aldeia dizimada e dela sair um homem misterioso, um estrangeiro peregrino o qual a língua era de difícil compreensão.
3. O misterioso então veio a eles ter, e lhes pediu para entregar igualmente um presente nas mediações de Israel e assim fizeram eles.
4. A Caixa porém, que era um presente, tornou-se pesada no questionar dos três reis magos e inquiriram eles quebra-la ou não, mas ela lhe era seu teste ante o destino.
5. Foram eles e assim a deixou nas mediações de uma cidade na colina e seguiram eles adiante temendo dar aquilo ao nascido do advento.

Os três reis magos encontram Jesus
1. Belchior na quinta noite então adormeceu sob a pedra Esfênio e teve dela um sonho enigmático, como de um espírito surgir dos céus guiando e libertando a estrela do advento como parte do mesmo e um menino apontava a ela.
3. Tomado pelo espanto, Belchior levou seu sonho a Baltazar e Gaspar e discutiram eles sobre isso, e viram no esfênio a causa como relacionado ao nascido do advento.
4. Aconteceu que na noite do sétimo dia, chegaram os três reis magos a cidade do nascido do advento quando a estrela tinha seu maior brilho até que no dia seguinte cessou.
5. E procuraram eles o nascido, e os rumores apontavam a um nascimento virginal e ficaram eles espantados que o menino, pobre, estava nascido numa manjedoura.
6. Questionaram então eles se o messias seria um abastado cuja família tinha concubinas, rebanhos e edificações, mas antes sendo ele filho de rejeitados.
7. Assim foram eles recebidos por um menino chamado João que parecia lhes aguardar pois teve com Belchior em sonhos. Ele os levou a Maria.

Jesus revela o verdadeiro presente;
1. Vendo então os três reis magos foram tomados por uma comoção, e mesmo os animais que envolta estavam pareciam lhe prestar reverências em temor.
2. Assim Baltazar lhes tirou a manta de Bar-Hesbron, e o menino chorou rejeitando. Intrigado então pegou a pedra e dizendo ser das tabuas de Moisés o menino novamente chorou.
3. Belchior viu então que ao afastar o menino cessava o choro, e então ao entregar o esfênio sobre o menino a pedra brilhou e o menino sorriu.
4. Belchior vendo isto disse: Temo eu a este, pois certamente eis o messias, filho de judeus rejeitados, entre pobres nele há riqueza.
5. Baltazar então ficou de joelhos diante do menino e entregou o cajado e o menino o pegou sorrindo, e Baltazar chorou e disse: eis o Filho de Deus!
6. João vendo isto sorriu a eles e disse que aquela pedra guiou seu nascimento e Ele mesmo era o cajado pois dividiram os maus de bons.
7. Assim renderam-se os três reis magos diante deles, e temeram, e viram que aquele misterioso homem que lhes disse ser a maldade era o próprio mentiroso.

Trecho de 'Adormecidos 4' de Gerson Machado de Avillez

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