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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Crônicas de Pangeia

Sinopse de 'Protogênises: Crônicas de Pangeia'
Um peregrino após ser arrebatado por um anjo guardião da ponte temporal com o passado narra eventos e fatos do Império do Amanhecer onde o rei é Lúcifer, uma entidade formidável mas entretido com sua condição enquanto busca alguém capaz de enxergar sua fronte sem ser cegado não percebendo que a visita do mortal antes da existência do homem será o prenúncio do fim de seu reinado sobre as terras de Pangeia. A jornada do Peregrino encontrará os mitos antes dos mitos na Terra antes da Terra como conhecida pelo homem. Segue abaixo um trecho do começo do livro:

Toda mitologia parte de um princípio, a do homem em sua ignorância inocente em procurar compreender a essência e origem das coisas, que por falta de ferramentas e métodos entrega à Imaginação a tarefa de responder dando o poder de toda criação a deuses da fantasia que imanam da mente humana. O tenebroso ganha forma e a esperança personalidade, lições morais emergem para acalentar anseios, logo toda um panteão surge rico de seres que vivem dos pensamentos humanos em sua transmissão, normalmente oral.
Toda mitologia nasce desse estado inocente e pueris que se torna fonte de religiões e culturas e mesmo seu ethos comum, turvado pelas névoas do passado a ausência de fatos os fortalecem no imaginário até ser revelado lentamente pela imparcialidade da ciência do homem, o que resta então, somente poderá ser a verdade.

***

Era uma vez um homem mortal, mas virtuoso que habitava uma terra distante, de coração nobre e corpo vigoroso, defendia os seus mas era de simples pensar. Nele não se encontrava qualquer sofia, mas o sentimento que permeiam os poetas. Desse homem pueris um ser alado observou e vendo que os maus tramavam uma crueldade contra ele e que sua vida estava enlaçada a emboscada eminente e injusta lhe ofereceu um acordo ante seu destino.

- Na história sua morte está escrita, todavia lhe ofereço outra vida para que seja seu cronista. Clamo para que com sua pureza e seus sentimentos poéticos relate o que veres, as coisas antes das coisas, do rei antes dos reis numa Terra antes da Terra.

O homem então, que muito amava os seus, fora tirado do seio de seu povo para esse outro mundo, por uma ponte que nele havia aberta entre eles. Uma terra única antes do Legislador parti-la com sua ira e cajado como quem dividiu Babel, uma Terra antes da Terra, a Terra de Pangeia onde habitam deuses antes de serem demônios e os mitos antes de toda mitologia humana pois a pré-Terra precede o paraíso do Éden num tempo antes do passado. Vendo isso o homem aceitou relutante o pedido do ser alado e viu a dourada Terra governada pelo seu único rei, Lúcifer, ser de suprema beleza e sabedoria antes de tramar seus planos que tentassem corromper os estatutos de Deus como sua estratégia. Assim então disse o ser ao homem.

- Numas das histórias serás testemunha, noutras participe, mas assim como os modernos de seu mundo juntaram as peças dos continentes a deduzir Pangeia, escreve com sua inocência o que veres e o que sentires. A terra que pisas antes de ser remexida pela fúria de Deus habita tesouros e lendas caríssimas que cabe a ti revelares batizando-as com as palavras de sua língua para que o tempo antes do passado seja memória daquele que era e não mais será.

Vislumbrando por esta terra dourada ao atravessar a ponte dos mundos, o homem o qual era Peregrino nessa terra, assim lá fora batizado para que em sua odisseia conseguisse compreender mesmo o mal antes de ser mal, de modo que num tempo futuro os degenerados seguidores do Degenerado, serão impiedosos e amassarão e massacrarão com ódio mortal os honestos, sem causa justificável mas como o diabo amassa o pão. Esses são de extrema crueldade, pois o rei deles, Lúcifer, quer tornar a seu mundo de outrora através do inferno o qual é cerrado.

Trecho de 'Crônicas de Pangeia' de Gerson Machado de Avillez

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