Páginas Sobre

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Trecho de 'Fantasmas do Futuro'

Segue um trecho do livro 'Fantasmas do Futuro' que narra um acidente provocado por uma sabotagem no evento inaugural das viagens temporais com repercussões além da compreensão.

Sítio X
Allan era experiente arqueólogo. Acostumado a longas viagens chamava atenção de muitos povos nativos pelo mundo por sua altura. Branco e de profundos olhos azuis era um homem sério ainda que descontraído e a vontade com o que fazia, decifrar mistérios arqueológicos. Mas ao sobrevoar os mares do litoral japonês se perguntava que raios de sítio arqueológico fora achado por seu amigo James, uma vez que por toda costa do litoral japonês não mais havia mistérios como a dos sambaquis da costa brasileira. O voo já durava meia hora e somente tinha por horizonte o azul infindo do oceano quando visualizou um navio levando ele a interromper o silêncio ao pegar o mapa e notar estar sobre as coordenadas dadas por seu amigo também arqueólogo.
    - As Coordenadas estão no mar, isso está certo?
    - Positivo. - Respondeu o piloto com um sorriso. - O Sítio X está submerso há alguns metros abaixo do mar.
    Allan Gomes pensou se tratar de Yonaguni, um sítio submerso na costa do Japão que alguns até mesmo especulava ser a Atlântida, mas aquilo se quer poderia fazer parte do mesmo sítio pois estava há uma centena de quilômetros de Yonaguni. Allan não tinha experiência em mergulhos de modo que se perguntou o que raios estava fazendo lá uma vez que era chamado por James apenas em casos que ele não tinha resposta.
    Allan Gomes fora tutor da tese de doutorado de James, a quem considerava um aluno acima da média e que tão logo se tornou amigo por nutrir ideias revolucionárias sobre os Ooparts, achados que não se enquadravam na arqueologia.
    O helicóptero se direcionou a pousar sobre o heliporto do navio e tão logo ainda em voo Allan viu James saindo de dentro da cabine do navio e acenando para o helicóptero com um sorriso estampado no rosto. Mas Allan só tinha uma pergunta em mente, o que era o Sítio X?
    Ao pousar James cumprimentou calorosamente Allan e caminharam para dentro do navio. Assim que se ajeitou com sua bagagem, Allan fora chamado a sala de Brienfing onde ao lado de outros dois experimentes mergulhadores passaram a limpo como seria o mergulho daquela tarde.
    - James, espero que tenha um bom motivo para me fazer mergulhar nessas águas. - Disse Allan Gomes a ele.
    - Prometo que não se arrependerá. - Respondeu James entusiasmado. - Bom, o motivo de estar aqui é que nesse lugar há uma quantidade que nunca vi de ooparts como isto.
    James pegou o que parecia ser uma placa metálica totalmente incrustrada de corais que cresceram durante séculos naquele lugar e prosseguiu.
    - Estimo que esse sítio esteja aqui há mais de dois mil anos, ainda que tenha submergido apenas há alguns séculos em algum terremoto ocorrido no Japão.
    - Isso parece ser talvez parte de um maquinário similar a Máquina de Anticítera. - Retrucou Allan - Um achado notável mas nada que justifique...
    - Olhe mais de perto nessa parte que tiramos da placa de metal, Allan. - Disse James apontando uma ponteira laser para uma grande tela projetada.
    - Parece um... chip! - Completou observando ser um pequeno retângulo com várias perninhas.
    - Sim, inclusive com o interior feito de ouro, carbono e cobre, os mesmos componentes de um chip moderno. Então, quer mergulhar?
    Meia hora depois, Allan estava sob o mar do litoral japonês se aproximando do que parecia ser uma ruína de metal, James levava Allan ao ponto onde achou a placa.
    Allan Gomes vira a formação peculiar que lembrava a porta de uma escotilha que estava caída em meio a corais que a absorviam mesclando o habitante natural com aquele artificial. Ambos entraram após o experiente mergulhador. A visibilidade estava ótima pois aquelas águas eram cristalinas e o sol na superfície ainda os iluminava.
    Eles estavam a 40 metros de profundida em meio a cações e outros peixes há cerca de dez quilômetros do litoral japonês. Allan viu o que parecia ser uma mesa dominada pelos corais e tendo agora como habitantes inúmeros peixes como moreias e outros mais. James então lhe apontou onde achou a placa, ao lado daquela mesa. Allan exultante se aproximou a nado, havia esquecido seu medo de mergulhos dada a empolgação com o achado. Enquanto observava ao chão, James pegou um pequeno martelo e quebrou o coral na dianteira da mesa levantando poeira na água. Ele mexeu as mãos para afastar a poeira quando viu o que parecia ser uma alça na parte frontal daquela espécie de escrivaninha. Allan olhou quando ele segurou a alça e a puxou abrindo uma gaveta!
    Fosse o que fosse aparentava em muito com um móvel moderno, e para o espanto de todos James ao investigar seu interior encontrou uma caneta de metal e o que parecia ser um... clipe!
    Allan virou-se para James e com seu traje que permitia falar debaixo d’água perguntou a James.
    - Quem mais sabe desse sítio?
    - Por enquanto somente nós.

Nenhum comentário:

Postar um comentário