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segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Trecho de 'A Genealogia da Maldade'

O livro que tem a pretensa de discutir o problema essencial da maldade, uma das questões mais antigas da filosofia faz um retrospecto da maldade na história e discute suas ideias para tentar compreende-la. Abaixo um trecho do projeto:

A Problemática da maldade está presente no livre-arbítrio onde justamente paira a responsabilidade e culpabilidade, fazer um mal consciente, é fazer um mal livremente por vontade, afinal se o homem fez algo sem escolha este se ausenta de culpa. Epicúrio assim como Russell definem bem essa essência em relação do propósito do mal para a eleição do homem por livre-arbítrio: "Ou Deus quer remover a maldade deste mundo, mas não pode; ou Ele pode, mas não quer; ou Ele não pode e nem quer; ou, finalmente, Ele tanto pode como quer. Se Ele tem a vontade, mas não o poder, isso demonstra fraqueza, o que é contrário à natureza de Deus. Se Ele tem poder, mas não a vontade, isso demonstra malignidade, e também é contrário à sua natureza. Se Ele não pode e nem quer, então, tanto é impotente quanto maligno, e, conseqüentemente, não pode ser Deus. E se Ele pode e quer (a única possibilidade coerente com a natureza de Deus), então de onde vem o mal, ou por que Ele não impede?"

"A existência do mal neste mundo e no homem, tanto do mal natural quando do mal moral, leva-nos, aparentemente, a ter de confrontar entre si alguns dos atributos divinos pondo uns contra os outros. Deus sabe de todas as coisas que devem ocorrer, mas não impede o mal. Se Ele é Todo-Poderoso, por que não o faz? Se Ele não sabe tudo quanto sucederá, isto é, se o mal 'pega-o de surpresa...' isso é difícil de imaginarmos acerca de Deus. Se Ele sabe o mal que ocorrerá, mas nada faz para impedi-lo, então podemos supor que Ele não é Todo-bondade, conforme a Bíblia declara. Ora, se tivermos de nutrir dúvidas sobre o próprio Deus, então não restará muita coisa de valor dentro da religião, com exceções, talvez, dos seus aspectos éticos, os quais podemos cultivar sem o acompanhamento de qualquer religião formal."
Russell

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