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domingo, 4 de maio de 2014

Trecho de 'A Batalha das Palavras'

O Livro infantil, exemplar único deste gênero de minha autoria, parece aludir no conflito de palavras em suas castas, estirpes divididas em dois grupos conflitantes onde o cruzamento de cada uma destas concebe termos amalgamas ou evolução deste. A síntese o que atribuí-se o poder das palavras alteram o mundo ainda que como representações de emoções ou atitudes relacionados a seus valores morais e éticos, mas substancialmente implica na transformação de sentimentos e emoções numa genealogia cujos braços a alterar realidades não por menos que cada uma destas palavras tenham conotação com dimensões o que carregam seus nomes em 'As Mil Palavras demonstrando essencialmente a importância do verbo em suas mais variadas matizes quer relacionadas a emoções como a valores direta ou indiretamente, assim como a importância etimológica de mitologias grega, por exemplo a inspirar concepções destas morais. Na evolução da ética relaciona tais verbos-palavras a formação e evolução do próprio consciente humano até o vindouro atrelado a verbos que compreendam o infinito.



Dar-se-á valores filosóficos e morais aos personagens mitológicos, a etimologia ganha vida como uma genealogia própria numa mitologia que dá entonação as relações das palavras entre si. A construção da síntese da mitologia brasileira através da ficção evidentemente não agrada aos que não desejam que uma nação e(ou) cultura tenha uma identidade própria, mas antes desfigurada pela hipocrisia numa cultura dupla face mas que serve apenas de tampax. Mitologistas para formar um panteão mitológico de palavras. A mitologia não pode ser cientificada, seus valores tem que ser mais filosóficos e morais. Hoje em dia a história de toda família é contada nos melhores dicionários etimológicos, pois o texto demonstra o amor aos verso, ao verbo, as palavras.

I
Havia o céu, e o céu era vazio como o abismo, até que foram feitas estrelas e do céu que se fez o mundo o qual apesar de considerar-se estar abaixo do céu, o mesmo habitava o céu, pois era parte do mesmo.

E aconteceu o primeiro dos primeiros a surgir fora a Paz, a Paz, como se diz era pacifica, e da união dela com a Harmonia nasceu o Ócio e o Tédio.

Ócio e Tédio eram gêmeos, na verdade nas lendas mais antigas diziam eles ser siameses de modo que foram separados por uma artimanha o qual chamaram por Caos.

Sendo Paz de dias avançados, pensou ser Caos um filho ilegitimo dele com Harmonia, todavia a criação de Tédio e Ócio é quem ganhará vida.

Temoroso então, Paz conclamou Harmonia, mas ao encontra-la havia sido morta por Caos não sem antes pelo sopro de Ócio fecundar Tédio e desse incesto com seu criador surgir Guerra.

- Declaro Guerra ao Caos! - Disse Paz, porém, sendo idoso faleceu ele sob o sorriso tenebroso de Caos o qual esperava por sua morte pois de Paz não poderia vir Guerra.

Ingênuo como era a Paz não conhecia adversidade, sobrenome que ganhou Caos e Guerra, pois na verdade o caos já existia mas era suplantado com Harmonia durante seu sono.

Mas a pobre viúva ao ver o amado falecido disse consigo mesma: "a Paz morreu, e a Guerra e o Caos domina!"

Assim então caiu o corpo sem vida de Harmonia ao lado de seu esposo amado, pois o Caos através da Guerra queria libertar as vísceras de seu pai Ulterior, o Abismo. E aqueles foram dias tenebrosos e Tédio e Ócio arrependeram-se amargamente disto.

Tão amargos ficaram eles que mudaram então seus nomes para Medo e Angústia e deles surgiram uma linha de palavras tenebrosas. E foram eles seus filhos: Aflição, Tremor, Melanconia.

De todos estes viveram perseguidos por Caos e Guerra que assolou a Terra e se perpetuam entre si por meio de incestos, dando luz a Catástrofe, Desastre, Tragédia, Cataclismo, Desolação, e elas tinha por Deus o Abismo.

Porém, durante a fuga de Melanconia, por saudades do tempo em que viveu seu patriarca, Paz, Juntou-se a uma forasteira de origem não conhecida, a Nostalgia e através dela nasceu primeiro Peregrino e depois Esperança.

Esperança, brilhante como era reuniu as qualidades de Nostalgia, quer era nobre contadora de histórias e escreveu as primeiras palavras de sua história e ao lado de Peregrino viajou o mundo narrando para que trouxessem Paz a memória que com ela, Esperança, poderiam ter um futuro melhor.

Surgiu então naquele momento, como antagonista, o maior de todos os vilões, o maligno e tempestuoso Inconstitucionalicimamente que algo lado de seus adversários proibidos de se quer ter seus nomes ditos sem que fosse considerado xingamento formaram uma quadrilha muito poderosa que ambicionava mudar o mundo.

Sentindo seu império gradualmente afetado por Esperança, Guerra então enviou o filho de Desolação com tragédia, Massacre, para que desse cabo da vida de Esperança e Peregrino.

Todavia apaixonada por um ilustre desconhecido, Esperança casou-se com Virtuosidade com o qual teve um filho muito desejado chamado por Coragem e sua irmã Bravura.

Durante a longa jornada de Massacre pelo vale da Sombra, onda habitava seu reino, Bravura cresceu e casou-se com Peregrino com quem teve Intrepidez e Honra com o qual formularam uma tese que ganhou vida chamada por Heroísmo.

Assim como Caos, Heroísmo antes habitava inerte na centelha dos melhores seres e tinha uma predileção a defender, o fraco, o oprimido e o menor que eram massacrados pelas lendas que vinham de Massacre.

Precedido por Medo, Medo era o tipo de senhor que apenas impunha obediência sob castigo e pisando. Por ameaça obrigava seus servos a realizar as tarefas que como escravos não eram pagos, mas antes era imposto sob pena de agravar suas condições caso não fizesse a vontade dele.

Acontece que quando começou o conflito ele passou a ter por hábito mandar estes se dobrarem diante dele como seus novos discípulos tornando-se os primeiros medrosos, seguidores de Medo, pois dobraram-se ante o Medo.

Muitas mulheres foram tomadas a força naquele tempo, porém, fruto dessa violência o pior dos filhos fora Dor, Violência e Covardia, esta última filho direto de Medo e eles seguiam e serviam a Guerra.

Trecho de 'A Batalha das Palavras' de Gerson Machado de Avillez - 2014

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