No meio do cerrado do agreste uma forma fálica se erguia entre a aridez escaldante da região, uma catedral bizarra do qual diziam convergir no centro do multiverso a energia de todos universos em suas possibilidades. Um lugar segundo o qual alardeava que era aonde todas possibilidades ocorriam no mesmo espaço-tempo. Seu arauto proclamava um esquisito evangelho do qual dizia que todas religiões eram da emanação do mesmo deus advindo de outras dimensões. A Igreja Multiversal do Reino de Oniman (IMRO) donde imanava todas as possibilidades de Deus e assim de religiões, de modo que tudo era Deus, inclusive seu oposto.
Esse sacerdote do qual dizia ser a soma de muitos num só homem e que se julgava a encarnação do "tudo" ou como se intitulava Dr.Oniman, reivindicava por isso o direito de fazer atrocidades e se reputado pelo oposto, pois ele poderia ser um predador social e ao mesmo tempo um gênio e herói, era ele um gato de schrödinger que estava ao mesmo tempo morto e vivo e todos estados possíveis poderiam se sobrepor num rocambolesco encarniçado doutrinário de jiló onde nada fazia sentido.
Ele dizia por isso ser a encarnação de todas as possibilidades, que era deus e ao mesmo tempo diabo, um tirano atroz e ao mesmo tempo herói afável. Nesses seus delírios agressivos o qual acreditava que poderia ser tudo duma vez, e que toda a loucura de um multiverso encarnaria num só espaço-tempo de possibilidades contraditórias e incongruentes, dizia ter respaldo em casos de pessoas que alternavam consciências de outras realidades conforme estudado pelo benfeitor de sua catedral, do Museu dos Deméritos Humanos e da Escola dos Mistérios da Loucura, o aclamado e famoso Dr.Osak Fortuna. Assim, ainda que não sendo confesso na mente dele, este poderia fraudar, estuprar, matar e torturar que provaria também ser herói do oposto ao ter a vítima como mentirosa e charlatã.
Todavia, por poucos acreditarem naquele louco ele dizia que essas múltiplas realidades em camadas deveriam lhe ser apresentadas aos neófitos que se aventurassem adentrar os portões da ignóbil loucura. Os que descobrissem a verdade e isso repudiassem (por não estarem ainda preparados) eram mortas ante os surtos fatais dele sobre as vítimas do qual prometia que poderia provar que autorias poderiam ser alteradas e que as mentiras desse mundo eram verdades absolutas e imutáveis ao mesmo tempo.
Todavia, um jornalista que investigava desaparecimentos na região lá fora apurar os relatos e ficou perplexo. Kolchak, ouviu seu discurso tendo e posse uma estranha pedra de luminescência verde o qual este dizia ter propriedades exóticas de lhe trazer memórias e conhecimentos de vidas esquecidas e de outros mundos.
– Olhem, a pedra o qual a gravidade lhe presta obediência desvela nosso conhecimento restrito apenas a merecedores escolhidos e seletos. – Comentou ele ao fitar Kolchak adentrar.
– Caso sendo algo tão extraordinário por qual motivo não revelar as provas ao mundo? – respondeu o jornalista. – Quem garante que não usa vidas alheias, as destruindo para tais coisas usurpar?
– Tudo é inteligência desde que não discordasse disso e de mim, Omniman! Enchemos uma grande biblioteca de vidas esquecidas para nossa glória e honra!
Cético como era Kolchak levantou-se em negação, e vendo suspeita deste ter relação com o desaparecimento de aspirantes de letras na região franziu a fronte em reprovação ao se retirar. Ainda que o artefato parecesse deter propriedades incomuns aquele homem soava um ilusionista que vendia seus shows como um charlatão em troca de poder e dinheiro. Porém, quando este lhe deu as costas Omniman lhe disse de modo preditivo.
– Procuras um autor sumido ao investigar casos de autores e letrados que buscavam um atalho para o sucesso? Terás de entrar pelo mesmo buraco que o coelho para descobrir! Todas as possibilidades estão contra, nesse e noutros mundos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário