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quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

O Paranauê do Fluxo de Conhecimento

Assim como Frankstein era o doutor, o patinho feio era o cisne, muita dissociação semântica pega carona na evolução linguística em deturpação filológica e sua cultura. Disso surge o Prometheus Pós-moderno dos retalhos relativistas.

O senso comum pode ter a mesma valia empírica caso não exacerbe a deformação de um conceito ou tradição em declínio dos valores civilizatórios ou afastamento da verdade.

Há termos que a medida com que evoluem mudam sua conotação mediante o contexto prático, como 'super' e 'radical'. O termo super, advém de superar ou superação. Ainda que outro derivado venha do termo superior este hoje significa normalmente associado ao termo do que é excesso, muito. O próprio Friedrich Nietzsche usava o termo 'Super' nessa conotação ao se referir ao Super-homem, como transcender a própria humanidade a superando, o Übermensch tão deturpada pelo nazismo.

Outro exemplo semântico equivocado está no termo 'esquerda', ainda que no italiano que como origem do latim essa posição significa 'sinister' ou 'sinistro'. Todavia, diferente da posição política no contexto originário da revolução francesa - que na época era a burguesia ao contrário da esquerda socialista, por exemplo. Tal pode ter aproximação no bíblico mesmo que lembrando que a concepção de tempo hebraico apresenta uma posição diferente a do ocidente, por exemplo. O passado é a frente e o futuro atrás. Logo, tais diferenciações são ambiguidades irrelevantes aos atos como o crime de 'sinistro' que significa furto ou roubo. Seria o motivo pelo qual alguma elite ao perder a posição social acusa seus opositores de ladrões mesmo sem roubar literalmente?

O mesmo dizemos do termo radical que a origem é similar ao de fundamento, ao buscar as bases e raízes do pensamento em sua origem. Todavia, o termo usualmente é usado para designar igualmente práticas extremas e insufladas a exemplo de grupos terroristas. Logo, a conotação e contexto pode alterar o significado do termo tornando justificável a clareza e objetividade que precisa a filosofia, pois como o nome diz, o preciso, de precisar é precisão tanto como objetivo, objeto advém de objetividade. Deturpações semânticas do léxico em ambiguidades obscuras e vagas se tornam nesse caso um passo para o sofisma e demagogia.


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