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sábado, 1 de janeiro de 2022

A Falácia da Veracidade Acusatória da Mentira Alheia

NÍCOLAS CHIDEM/EDITORIAL J/DIVULGAÇÃO/JC

A exemplo das delações premiadas onde políticos presos por supostos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e subornos eram levados a delatar hipotéticos partícipes de seus esquemas vindo estes a mencionar nomes, casos e circunstâncias de vários outros políticos envolvidos. Tudo em sua maioria ausente de provas robustas o bastante, como se a palavra de corruptos tivessem mais credibilidade do que os que por eles eram acusados. Disso várias pessoas pegaram carona no frenesi da mídia deliberando mitomanias desde que desacreditassem os alvos de desafeto, a esquerda que na época estava no poder. Ainda que originada em evidências sólidas todo desenrolar da Operação Lava-jato fora aparelhado sob instruções norte-americanas a fins de instrumentação política. Até que o castelo de mentiras ruiu levando até o que fora feito honestamente.

Para estes, acusar a mentira alheia é uma verdade auto-evidente por meramente acusar, mesmo que ausente de fatos, como se o fato de acusar um crime e erro, provasse que este quer o certo e legal, como se apenas quem acusa não erra nunca, sendo este um erro em si mesmo - tanto como alegar nunca mentir ser uma mentira em si.

Esse novo tipo de falácia como uma evolução corada da falsa bandeira, objetiva a transferência discriminatória de autorias dolosas de ilícitos, visa um racionismo social e democrático sendo criminoso e desigual ao impedir que você seja todo o potencial em si. Impedir a credibilidade de que você seja tudo que faz, mas antes o que estes lhe fazem pela anulação de sua proatividade em prol da dominação maníaca das elites. Que você ao deixar de ter o que tem, ser o que é, faça que seus direito estes tenham, façam e sejam tudo que não tenham direito - como privilégio impune destes - limitados a servirem apenas a própria vontade viciada e mitomaníaca sobre alheios. É o apelo da transferência moral de responsabilidade, comum a criminosos que chantageiam o coagido a responsabiliza-lo pelos próprios atos do chantagista diretamente sobre alheios.

Disso sabemos da progressão despótica de um utilitarismo egoísta não apenas a proporção que geram idiotas úteis, mas do uso exploratório e objetificador, e por isso unilateral pela obsolescência imposta em descarte. A decadência dessa ética ao se tornar dever é por sua instrumentação não submetida ao rigor legal e intenção dos fatos, mas alteração adulterada da narrativa política e cultural, nesse caso em prol de dicotomias esquerda/direita, tanto como no etnocentrismo.

A inversão do viés jurídico de que todos são inocentes até que se prove o contrário é subvertida por acusações que podem não passarem de crimes calúnias unicamente para se livrarem, algo pelo qual a lei do Ato Patriota subverte democraticamente com destreza moralmente duvidosa.

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