A expansão é o crescimento, disto remete o lema iniciado pelos romanos ao seu Império e hoje a busca pela grandeza descambou a megalomania, a mania de grandeza. Todavia, ainda que o crescimento seja uma expansão nem toda expansão é crescimento grandioso ao substituir densidade por intensidade ou qualidade por quantidade. Da quantidade nasce a diferença e assim a desigualdade, da qualidade o original do singular, podendo ser diverso, mas nunca antagônico.
Essa lógica quantitativa aplicada ao capitalismo e ao advento da era industrial demonstrou-se destrutiva e nociva. Não bastando se tornar meramente espaçosa e sufocante se tornou exploratória dando razão aos primeiros movimentos operários de exploração de mão de obra barata que inspiraram Marx. A grandeza passa então a abandonar a virtude e se torna vício, como fermentar a massa a consistência decai na metafórica referência bíblica. A ideia passa abarcar o vício megalômano na destituição da virtude aristotélica que a ressaltava como grandeza. E isso faz hoje as oligarquias, regimes totalitários, conglomerados monopolistas que suplantam a concorrência remetendo mais a um crescimento cancerígeno do que natural e saudável. É o inchaço que aludia Santo Agostinho como proeza de dominação socialmente predatória.
Antes mesmo o discípulo de Aristóteles viu contraditoriamente encarnar o oposto do que propôs seu mestre. Alexandre, o Grande, ao tanto expandir seu Império teria chorado ao perceber não ter sido mais capaz disto ao atingir a dominação total. Ao contrário da grandiosidade, a grandeza virtuosa de Jesus, libertou ao conquistar apenas mentes e corações ao invés de territórios, povos, riquezas e poder. Ser grande hoje então passou a se aproximar do conceito de Golias e Nefelins do que de gênios e libertadores, a diferença entre um e outro, no entanto, está no legado. Hitler deixou destruição e milhões de mortos, Stephen Hankins, Einstein, Tesla e tantos outros (e outras) um salto ao conhecimento científico, filosófico e cultural.
Os grandes gênios inspiraram avanços, criações e descobertas, os grandes tiranos apenas medo e ódio para destruição e poder autoritário. Como costumo dizer 'quem substitui grandeza por tamanho, se esquece que virtude é apenas o primeiro.'
Trecho dos apêndices de 'O Mapa dos Sonhos'.
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