A guerra narrativa aparenta advir da fragmentação etnocêntrica iniciada desde a Guerra Fria como a progressão do modernismo etnocêntrico quando a ideologia política passou a ser priorizada em detrimento da lei e fatos, entre a propaganda cultural norte-americana e a da URSS. Da propaganda nazista o mesmo se tornou paulatino ao afastar-se dos fatos objetivos e leis isentas, sendo a narrativa em última instância o mecanismo com que o etnocentrismo se estabelece na seleção arbitrária, tendenciosa e parcial de factoides, leis e éticas como mera instrumentação orquestrada de vários setores públicos, como a corrida espacial na Guerra Fria, a propaganda nazista ou a lava-jato desviada de seus fins iniciais a atender demandas políticas. Com o acentuamento obtuso do relativismo como advento da pós-verdade pós-modernista as coisas ficaram ainda mais turvas, e social e psicologicamente crônicas.
E disso o neoliberalismo se faz valer com maestria jorrando seus rios de dinheiro no fluxo narrativo da história, confundindo pautas de direita e socialismo, não tendo efeitos práticos ao melhor de nenhum dos dois. Dentre seus meandros há elementos como o "cancelamento" que transpõe as ideias de exclusão e escurecimento ao tendencioso escrutínio público potencializado pelas volições de ânimos por elementos muitas vezes tênues ou inconclusivos, como a diferença entre um Jeffrey Epstein e Morgan Freeman. Curiosamente essa narrativa faz pressão psicológica contraditória num "politicamente correto" que aspira ao tóxico quando sinaliza uma radicalização que assedia mesmo em prol do homossexualismo a pretexto de combater a homofobia, como se a ideologia de gênero neoliberal pudesse ser imposta a alheios, de modo contraditória a si mesma. Tais aspectos apenas fomentam a ideia da destituição da ordem social dos direitos constitucionais e democráticos. Sob os tentáculos neoliberais ao tencionar posições classicistas arbitrárias aos direitos e atitudes dos indivíduos, este impõe o novo cânone discriminatório através da alcunha hipócrita do aparente do oposto.
O ato de discriminar, como se diz o significado, é a disposição de 'separar', ou seja, compele uma ideia de ordem de organização por critérios próprios que tal como a discriminação não se atém a aspectos de critérios de isenção jurídica ou ética das atitudes e feitos comprovados destes, mas a interesses de poderes políticos e sociais. Basicamente a discriminação assim almeja uma hierarquização classicista estruturada na desigualdade de direitos ainda que sob meandros camuflados do oposto.
Seria como por este por ser indesejado usa-se qualquer coisa sem base conclusiva e substancial (juridicamente) para execra-lo da sociedade de modo excludente e meramente censurador. Ainda que os meandros sejam diversos ao racismo ou machismo, por exemplo, este usa elementos vagos, mau entendidos ou mesmo aspectos criminais sanados juridicamente ao serem amplificados exponencialmente como padrão de conduta a exemplo de abusadores e estupradores seriais, mas sem estes os serem.
O cidadão denuncia o crime, o fofoqueiro apenas a si mesmo ao expor seus verbos do preconceito e calúnia sobre alheios. Assim a privacidade que preserva os direitos individuais, tem seu equivalente oposto no segredo que apenas protege a impunidade do crime sobre a vítima. Por isso o cidadão respeita o primeiro, não o segundo ao contrário do oposto.
Todavia, os problemas tem início quando o errado ao desejar ter razão inventa a culpa alheia, quando quer mandar, ter poder e lucro inventa a dívida ou extorque o oprimido. O ataque moralista é o festim legal da defesa do erro, como a mentira seu escudo.
No jargão destes é comum termos como 'deve', 'posso', 'perdeu', 'merece', 'precisa', 'necessário' e é 'útil' ou 'inútil', pois os mesmos que discutem mais posições, status, títulos e poderes sempre serão os que menos se importam com a isenção do certo ante a ética e direito e os fatos objetivos que isso atestem, enquanto a vítima e o oprimido carente ante estes são suprimidas. Por isso é preciso que troquem as palavras 'riqueza', 'fama' e 'vencer' por pagamento, reconhecimento e justiça, pois os primeiros a exemplo dos dominantes podem ser excessos e injustos, mas o segundo nunca. O bem comum e os direitos básicos não são riqueza ou privilégios, senão ante a desigualdade que nos alimenta com a ração do desumano por racionar em avareza ante sua ganância como garantia de seu caviar da desigualdade, tanto como a destituição de todos demais direitos alheios.
Por isso ao invés de discutirmos direita ou esquerda, conservador ou progressista, socialista ou liberal temos que discutir a verdade e o certo como denominadores comuns apenas que interessa aos bons, pois dos rótulos vem pensamentos dentro da caixa. Temos que combater toda inconstitucionalidade intencional como crime contra a democracia, um erro contra o bem comum!
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