O relativismo é a indefinição, logo um neutralismo que busca falsamente uma amoralidade que acarreta apenas na desconstrução da isenção. Definir é decidir, decidir é abnegar a neutralidade, pois para o discernimento lúcido temos que ter definições para decisões. Desse modo quando essa definição está arraigada aos fatos exteriores e objetivos é isenção e imparcialidade ao contrário da ausência da substancialidade pós-modernista o qual a cada ocasião e escolha uma leitura específica sobre seu estado. O relativismo da pós-verdade almeja o símbolo da totalidade atingindo apenas a obnubilada (obscuro). A definição que pelo mesmo motivo na mecânica quântica decide por apenas um estado possível, ao contrário da hipocrisia que conjura a impossível de ser certo e errado ao mesmo tempo, tanto como verdadeiro e falso. Buscamos desconstruir não a dicotomia e desigualdade, mas o que a provoca. Toda dicotomia não surge da diferença, mas da ruptura de relações equitativas de poder. A desconstrução assim não está na definição da diferença, mas da comparação hierárquica e moralista a reforça-las como desigualdade, pois a dicotomia dentre o oprimido e opressor, não está em atacar sua definição, mas corta-la pela raiz da origem.
O relativismo assim serve apenas de instrumento a um encantamento do qual a varinha de condão fálica do mágico poder etnocêntrico nos define contra nossos direitos e obras numa fantasia que desagua apenas em realidades trágicas ao tornar o conto de fadas, a fata da fatalidade, um feitiço egorrágico da vontade do mais forte sobre o mais fraco, o maior sobre o menor ao definir a si mesmo pela acepção e diferença que faz com alheios.
O qualitativo tanto como o equitativo busca dissipar a desigualdade ao criticar o que se eleva em poder e tamanho sem equivalentes qualidades e virtudes a exemplo de tiranos, déspotas e autoritários ou da corrupção que míngua economias e gera apenas crises - nem todo corrupto é autoritário, mas todo autoritário é corrupto, como agravo do primeiro. O poder regido sob essa hierarquização corruptora exacerba ao subverter a ética (quando não a lei) levando a uma relação incestuosa de poder. A desigualdade assim se perfaz pela relação de dentre a impotência e potência na ruptura qualitativa e de virtudes éticas por hierarquizações verticais artificiais e forçosas. A hipocrisia se atém na mesma diferença entre etiqueta e ética, que está entre o que xinga e os que praticam o xingamento como ações e atitudes como prática ainda que a pretexto do contrário.
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