“São conjuntos que começam com coros falados e só aos poucos, passando pelas mais esquisitas transições, convertem-se em riquíssima música vocal; coros que, portanto, percorrem toda a gama de matizes, a partir de murmúrios graduados e diálogos antifonais até a cantarola, antes de alcançarem a plenitude do canto polifônico. E tudo isso recebe o acompanhamento de sons que têm seu início em meros ruídos, tais como rufos de tambores negróides, fanáticos, misteriosos, ou atrôos de gongos, mas estendem-se até aos domínios da mais sublime música. Quantas vezes essa obra intimidante por seu afã de revelar através da música as coisas mais arcanas, a besta no homem tanto como suas ambições mais sublimes, quantas vezes, repito, não lhe pespegaram a acusação de espírito barbaramente sanguinário e, ao mesmo tempo, de anêmico intelectualismo!” (Mann, Dr. Fausto)
Toda ditadura tortura, censura, sequestra e mata, de modo que seus sintomas auto-alusivos depõe contra si mesmo ainda que se impondo através disso sobre os que estes acusam sê-lo, de igual modo que os paralelos ao passado de todo erro repetente atesta apenas uma reacionária latente. E ainda que ante o fim oficial desta ditadura no Brasil, bolhas disto persistem em oculto sob as sombras do que a constituição ilumina, poderes paralelos e secretos que tiram o pouco e direitos de vulneráveis para que tenham mais e privilégios licenciosos. Tanto quanto a escravidão sob mascaras e camuflagens em pleno século XXI, como a escravidão por dívida. Isso é promovido deliberamente por uma razão simples, o ódio e medo tal como demagogias e a ignorância promovida ao povo que servem a um claro projeto de poder dos dominantes que usam se possível da democracia e serviços públicos em injustiça para destrui-la. Onde os que chegam a verdades, descobertas e soluções relevantes passam a ser punidos e perseguidos, quando não mortos, ao tornarem seus feitos no problema que sempre se impôs. Como se os que descobrissem a cura para moléstias e males devessem ser mortos a pretexto de criar a doença para que estes explorem a doença afins de vender a cura.
Onde nossos frutos e obras valem mais que nossas vidas e direitos, sabemos disso por uma máquina de informações privilegiadas, tráfico de influência e obstrução da justiça a benefício egoísta e desigual por meio de acobertamentos, silenciamentos e omissos criminosos. Aos que veem nossos direitos como brinquedos atesta apenas a máquina de alta periculosidade que são para sociedade. Porém, impunidade não prova inocência, obstrução da justiça não prova honestidade e crime sem autoria provada não prova que não ocorreu.
Trecho do prefácio do livro 'O Projetos Democrático da República Brasileira'.
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