A alma da democracia, que se traduz no “direito a ter direitos”, desceu pelo ralo. O governo virou um adereço estético de normas procedimentais formais, sem materialidade. A política, criminalizada e silenciada, perdeu o contato com as demandas do povo. Converteu-se em balcão de negócios escusos. A Carta Magna, violada e subtraída, foi posta à venda." - O neoliberalismo no Brasil - Carta Maior - Luiz Marques
Para a filologia, na língua, o discurso é algo inerente a existência, mas do contraditório o rompimento epistemológico parece louvar o oculto omisso e negligente do negacionismo como inexistente.
Somos o que fazemos, mas quando o que nos fazem nos define nada podemos fazer como prova do crime da responsabilidade de não poder ter escolha e liberdade. Se antes não escolhemos nascer, agora não podemos escolher o que ser. Sou o criminoso da calúnia que sofro.
A sociedade não te conhece, não quer te conhecer, mas quer se fazer conhecida através do que faz de você. Por isso ante a vontade dos dominantes você pode ser tudo ou nada, mas não pode ser você. Da moda que repele o autêntico (pois ser original está fora de moda) a opressão vai no sentido contrário do autoconhecimento, pois não é do interior intrínseco ao indivíduo, mas da sobreposição dos dominantes que te tornam um produto processado de modo social industrialmente. Eu posso ser a imitação de quem me imita, e do passado que se replica tornando o presente e futuro um plágio do passado. Se somos pobres e vulneráveis ao ponto de não poder definir quem somos, os que se tornam "donos" de nosso ser, corpo e querer, ditam ser o que nunca foram através do que nos fazem e tomam de nosso ser. Passamos ser as mentiras das engrenagens da ilusão, meros números estatísticos de uma dissimulação.
Quando a ideia de bem maior é frequentemente usada como pretexto contra o bem comum, há o sequestro de direitos alheios que ainda não fazendo ninguém ser dono deles, como da lei e verdade, ao racionar os direitos e liberdade limita o que somos contra o próprio ser. A mentira se torna verdade e a verdade mentira a medida da força de vontade que se acredita no engano que nos extirpa de nosso próprio ser.
Nunca o espontâneo, afetivo e sincero foram tão odiados como hoje, pois a sociedade hoje odeia a verdade e louva a hipocrisia da falsidade. Se o maior bem comum que existe são os direitos da identidade individual, ela se torna a menor minoria ante a necessidade a revelia pela regalia dos maus. Disso do vão entre os que podem ou não podem, tem ou não tem, são e não são, nasce o abismo da inexistência e desigualdade que torna o erro necessidade.
A simulação da dissimulada realidade passa a concretizar o que acusamos a pretexto de provar que não dizemos a verdade, passamos então ser a prova da mentira deles como se fossemos nós seus erros de verdade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário