Quando o certo e errado, crime e direito passam a serem definidos a critérios ideológicos, políticos ou de crença, não ante a objetividade exterior dos fatos pela isenção legal, é o relativismo tendencioso como novo modus operandi de moralismo dicotômico ao aspirar o monopólio da legitimidade.
Para isso a história monocromática do etnocentrismo é uma fonte discriminatória de fixações de maniquéia. Disso a manimania na obsessão pelo monopólio de prerrogativas e legitimidade que a exemplo do eurocentrismo a pretexto "civilizatório" massacrou índios, arrastou uma legião de escravos a pretexto de sua incivilidade como inferiores selvagens. Os resquícios expansionistas do romanismo do qual o cristianismo sobreviveu após a queda do infame Império romano literalmente tinha a obsessão de explorar e submeter a natureza e qualquer cultura diferente por meramente a ser. Da mesma obsessão que aniquilou a vida natural (e consequentemente a sociedade local) na ilha da Páscoa, à era do bronze que dizimou florestas como lenha para as forjas infinitas da guerra. A natureza que (ao contrário dos nativos) sempre fora vista pelo homem branco como objeto de dominação e exploração, tanto como o 'selvagem' e 'animal' sinônimo de algo a ser desprezado ou subjugado atingiu seu ápice poluente e destruidor com as revoluções industriais.
Mas se dos filósofos contratualistas nasce a coerção, os crimes surgem das ideias das leis, enquanto na natureza a crueldade da intencionalidade a bel prazer sádico, ou o excesso da cobiça e desejos desordenados pelos vícios, no estado natural a civilidade materialista obsessiva em preços torna-se onerosa a si mesma a medida da hierarquização forçosamente piramidal no desigual acúmulo de poderes e bens de poucos sobre muitos levando a degeneração dos mesmos em vícios sádicos inferiores ao da alegada selvageria, moralmente abaixo ao dos animais.
A sistematização da potencialização de lucro e dominação leva ao paradoxo de predadores sociais que como os psicopatas não criam presas por sobrevivência, mas mero prazer e sadismo no desejo obsessivo por poder e domínio. A fúria extorsiva contra os indesejados em prol da megalomania da auto-alegada superioridade desgrenha apenas aos baixos prazeres kantianos e a desumanização de si próprio a medida que impõe o sub-humano as vítimas. O agravo se torna ofensivo aos seres naturais do qual o engenho inteligente da natureza inspirou Leonardo DaVincci assim como uma enormidade de descobertas polivalentes a humanidade. A deturpação da mensagem divina de dominar a terra se tornou sinônimo de destruição e exploração desordenada tornando a sociedade uma máquina que consome até os próprios cidadãos. O latim ânima do ser humano ao de Animalia do qual advém o termo animal decaiu ao invento do artifício do artificial onde a máquina industrial insensível a tudo mastiga na marcha do progresso de expansionismo infinito. Logo, o ânimo decai a medida com que nos tornamos mais artificiais em prol do moralismo civilista, ao contrário da conscientização responsável e civilizatória. Ao criticar os animais estes ao se tornarem bestas-humanas caçam mesmo os semelhantes por meras diferenças fazendo vergonha para os animais e para a própria espécie. Ainda que não sendo fã de Friedrich Nietzsche não discordo de que "o macaco é um animal demasiado simpático para que o homem descenda dele."
A pretexto do falso civilismo o ânimo da individualidade é massacrado nos tornando mercadorias artificiais pelo desagrado a diversidade no pesar despótico (e distópico) em prol da homogeneização uniformizada criando seres destituídos de espontaneidade, sinceridade, afeto e remorso.
Esses senhores dominantes dão razão semântica tanto a origem do termo Baal de senhor como do grego déspotes, sinônimo de mestre/senhor, como a dos artificiais engenhos da escravatura de trabalhos forçados.
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