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sexta-feira, 8 de abril de 2022

Relações Diretas e Relações Indiretas

Sabemos que uma vez tudo sendo relações temos de delimitar a frequência, intensidade e distância de tais relações, ainda que a exemplo da globalização e globalismo conexões estreitem e assim ampliem em ressonância crises. A informação da economia a cultura mostra seu poder negativo ou positivo mediante as relações reativas de seus receptores, mediante o grau de harmonia e simbiose. Ora, mesmo mediante a causalidade tanto como o motivador para o crime são elementos físicos exteriores ainda que muitas vezes intrínseco as volições interiores. Desse modo da mesma maneira o caos impulsivo de um louco pode num desvairo atacar agressivamente sem proporção a uma pessoa por percepções e ações de alheios não diretamente justificadas, similarmente sabemos que a arma não é a culpada por quem atira, ou um ato licito dentro dos ditames de seus direitos ter por consequência o crime. Todavia é do caos que na desproporção opera as relações indiretas, não da harmonia do consenso mútuo. O acordo esta para a paz quanto o oposto para a guerra, o imperativo opressor similarmente aos valores do submundo do qual os adeptos e oriundos transferem a culpa de seus atos diretos por relações indiretas de envolvidos que não detém acordo, cumplicidades, benefício ou controle direto. A coação e ameaça é o remédio dos males em seu imperativo, sendo este em si um mal.

As definições de doença mesmo para Durkheim são como algo que afeta a harmonia do organismo ao ambiente. Ainda que possam haver variáveis em agravo ou atenuante podemos dizer similarmente a outros aspectos indiretamente relacionados. 

Superpopulações em condições culturais e sanitárias inapropriadas favorecem endemias de doenças tanto quanto a infestação de ratos que esta possa ser permissiva, todavia a exemplo da peste negra o qual remendos demagógicos remetiam ao castigo divino, especialmente contra judeus, não era um elemento harmonizador senão parte do próprio desequilíbrio que por isso tem por ápice a mortalidade, fatores iniciados principalmente por falta de saneamento básico ainda que pensamentos mágicos medíocres associassem comprovadamente relações nem ao menos indiretas aos judeus, por exemplo. 

De modo oposto dizemos de uma população do qual a saúde coletiva é deficitária em razão das condições socialmente insalubre e de crise. Assim como uma doença é conhecida pelos sintomas o que a causa em condições favoráveis também devem ser inquiridas, e não apenas tratar o além sintomas à doença, mas suas circunstâncias. Pois ela é parte de um elemento de falta à harmonia. Há os que tratam sintomas, os que tratam os doentes e os que atacam o que as provocam, o mesmo aplicamos a todos males sociais. Numa pandemia pouco importa tratar o covid-19 não havendo condições que impeçam sua proliferação, como ausência de vacinação imunizante e condições sanitárias e de aglomerações favoráveis, o mesmo do crime do qual as circunstâncias os favoreçam tanto os por escassez tanto quanto os excessivos viciados, sendo para estes o remédio a educação e o tratamento a intervenção social preventiva.

Porém, ainda que a falta de proteção seja um ato de negligente em relação a transmissão de doenças, outra é acusar esta como resultado do 5G. 

O apocalipse habita o imaginário dos anseios populares e o sonho despótico dos tiranos. Todavia a medida da volição de ambos aumentam riscos pelo medo, quimeras que não devem ser alimentadas, mas dispensadas pelo diálogo e conscientização. Mesmo caso fosse fato que uma borboleta ao bater asas do outro lado provocasse indiretamente um furacão do outro lado do mundo, isso não significaria que devemos extermina-las todas, uma vez conhecendo tantos outros fatores e variáveis envolvidos na equação. Antes seu extermínio provocariam outros desequilíbrios ainda em maior agravo, de modo que o mesmo dizemos que o fato de alguém matar alguém por causa do Evangelho, Alcorão ou Marx não prova estes serem condenáveis senão o picareta e tolo que o faz. Todavia, a irresponsabilidade tal como a loucura tenta delegar a responsabilidade de seus próprios atos a alheios, tanto como as vítimas diretas tanto quando os prejudicados indiretamente (como pivô, ou não), similarmente aos criminosos que necessitam de bode expiatório achando que acabar com alheio sem culpa o isentará do mesmo. Antes mesmo na natureza não observamos essa insanidade, os animais não elaboram ardis ou conluios, muito menos o excesso como na falta de proporção caótica de sociedades que apenas reproduzem infelizes e sequelados.


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