Quis custodiet ipsos custodes?
A frase em latim atribuída a Juvenal na Roma antiga antecedia em milhares de anos as críticas a regimes opressores e tirânicos como os criticados por George Orwell donde o 'Grande Irmão' de 1984 advém o termo orweliano.
Da independência dos três poderes, conselhos de ética aos departamentos de corregedoria expressam em tese um sistema que deveria depor o autocrata ou despótico, o que não ocorre no aparelhamento e tendencioso ante a ausência de isenção e transparência dos próprios que deveriam zelar pelo governo e povo.
Porém, quem julgará os vencedores? Quem controlará os poderosos?
Quando os vigilantes não são vigiados o policiamento se torna voyeurismo pelo mero doentio e informação privilegida. O que ambiciona o corretivo em constante coerção não aceitando ser corrigido se torna protegido, não protetor. Os cidadãos filmam os crimes, os voyeurs o crime é o filmar.
Não protege, apenas age como opressor. Logo, a torre de vigia torna os cidadãos em encarcerados do panótico a pretexto da eterna suspeita orweliana.
A falta de (auto)regulação destes leva, não por menos, ao problema do mal. De Hannah Arent e sua alegada "banalidade do mal" ao "Efeito Lúcifer" de Philip Zimbardo parecem confirmar o ditado popular de que: "quer conhecer o homem, dê poder a ele."
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