Ao longo dos tempos sempre fora comum pessoas tomarem prerrogativas de representação legitima de determinada autoridade em algo. Todavia a mesma história demonstra o quão trágico isso muitas vezes é. Adolf Hitler se julgava a própria lei, por exemplo, e os resultados são conhecidos.
O fato da dúvida metódica cartesiana questionar a autoridade humana é fato científico por isso, pode haver um doutor em determinada ciência porém sem correspondência factuais de suas afirmações seu diploma não o isenta de ser um charlatão. O mesmo ocorre ao crer num sacerdote apostada, um médico incompetente, um policial corrupto sendo o mesmo denominador comum a cegueira de manada depositada na capacidade corruptora do poder e na faliabilidade humana, quando essa convicção incondicional em pessoas vivas acontece normalmente em seitas e grupos fanáticos e radicais. Por esse motivo um cristão deve obedecer ao pastor caso seu sermão corresponda a doutrina cristã, tanto como o policial obediência caso seja seu cumprimento do dever legal na integridade da defesa da lei em seus direitos e deveres, não abuso de poder.
Mesmo gênios como Einstein e Tesla cometem erros e enganos, ainda que tenham feito descobertas e criações de valor inestimável (e por isso respeitáveis) os mesmos cometeram equivocos ao longo de suas carreiras, de modo que a falácia da generalização se aplica: não é pelo fato de alguém ser bom quer dizer que tudo que ela faça seja bom e diga sempre a verdade, tal como o contrário. A exemplo do sacerdócio apenas a Deus pertence o perfeito.
Por esse mesmo motivo podemos perceber a idoneidade de determinada autoridade sendo legal, religiosa ou científica pelos três traços:
- Poder errar, mas sem intensionalidade e mediante o reconhecimento;
- Humildade: saber que ainda numa posição tal não se ensoberbecer como tal muito menos fazer pouco de quem não é; saber ceder ante evidências e fatos irrefutáveis tanto como em respeito ao direito alheio;
-Discurso: Sem falsas retóricas hipócritas do tipo "faça o que mando, não faça o que faço" ou "manda quem pode e obedece quem tem juízo", tal como falácias, sofismas e chantagens que combinam apenas com charlatões;
Coisas como sinceridade, objetividade, não exceção com que se propõe saber tanto corrigir quanto elogiar estão ao lado da ética de cada qual autoridade seu valor como tal ao contrário da severidade do autoritarismo ou charlatanismo que por esse motivo muitas vezes andam de mãos juntas. Pode haver credibilidade em qualquer autoridade (legal, científica ou religiosa) que nega fatos e evidências, é omisso e oculta tais moral e historicamente irresponsável, frauda e some com quem demonstra ser um entrave?
Duvidar sobre tudo não é a esmo, mas como o preceito da hiperconsciência visa por vezes por isso questionar o próprio questionar, pelo motivo que a autoconsciência nasce do saber identificar o próprio sentimento, sensação e emoção, a hiperconsciência pensa sobre esse pensar, questiona o motivo destes e o próprio questionamento disto. A medida de sobreposições de questionamentos é a medida de profundidade da consciência.
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