Dando começo aos meus estudos sobre o livro que condensa extratos do livro O Capital de Karl Marx o qual o inegável brilhantismo possui assertivas que me inspiram. Podendo vir se tornar um livro em 2021 dissertei algumas observações sobre suas ideias abaixo.
De uma só bíblia advém tantas denominações e seitas tanto como corrupções morais antagônicas a proposta essencial do evangelho. O mesmo podemos dizer do marxismo, não apenas de vertentes, do socialismo, social-democratas e comunismo pois das leituras, interpretações e práxis falhos ocorrem a exemplo do stalismo tão criticado por Orwell ou a Coréia do Norte contraintuitivo à muitos preceitos propostos pela esquerda hoje. Tais falhas ocorrem pela tensão de poder exercido a proporção da relação entre si e o desejo ao exarcebar ao extremismo, fanatismo e radicalismo demonstrados por meio de duplos padrões morais, hipocrisia ao próprio viés filosófico proposto, podendo se tornar o próprio mal que acredita se combater.
Tal ocorre pois o problema do "ópio" levantado por Marx exerce a mesma relação viciante entre o produto, meios de produção, moeda e consumidor levando-os a muitas vezes se confundir como a diferença entre meios e fins graças a relação estabelecida entre desejo e poder. Ora, o que combatemos é o vício em si, o estabelecido pelo desejo sob suas muitas máscaras, sendo ela a religião, política, esportes (a exemplo das torcidas organizadas) dinheiro e cultura. Tudo se torna droga quando vicia e entorpece de modo alienante aos seus próprios fins comuns e originais ante a verdade e a razão.
Esse vício nasce das relações desproporcionais entre desejo e poder sobre alheios e mercadorias. Desejo o qual a medida em que arde haverá excessos, assimetrias mais e os extremos que apenas estabelecem igual relação como sua maior consequência prática, a desigualdade, sendo ela sob a forma de discriminação, exploração ou a mera opressão que tensiona a maior parte dos problemas sociais. Da moderação observamos seus contrários enquanto a desigualdade é no máximo simétrica de modo vertical, em hierarquia.
Por isso a busca por pontos de conciliação nas semelhanças positivas, não na diferença como a própria divisão e sua consequente discriminação e desigualdade (objetivada ou não) nunca serão almejadas por ser o exato objetivo a ser combatido por ser assim o único real antagonismo estabelecido assim como à tudo que é oposto a verdade integral e as práticas que isso abertamente aprovém contra a desigualdade e discriminação. A verdadeira síntese assim está no meio termo, na moderação, na tolerância, onde não há busca pela preguiça como oposição à exploração, mas o meio termo que não seja um nem outro. A verdadeira síntese logo não busca semelhanças nos extremos opostos, mas no contrário a estes ainda que soando ideologicamente extremo apenas a quem o é na prática. A moderação tanto como o autenticamente novo são indesejados a estes.
A grande questão levantada por Marx está justamente implicita nas inversões na lógica entre mercadoria, meios de produção e quem produz tanto como na luta de classes. Tais diferenças tensionadoras ao oscilar demonstra uma fonte de relativismo tanto como na diferença entre preço e valor.
O materialismo e a objetificação representa sua degradação pela materialização exterior da subjetividade tanto a quem produz como a quem compra pelo desejo que permeia todos em perspectiva ao confundir ambos entre si por tenuidades e transitoriedades entre preço e valor. O vício assim é capaz de turvar a compreensão projetando valores tanto como preços, sendo ele o desejo pelo ódio, cobiça, inveja ou mesmo a luxúria em si mesma a exemplo da exploração sexual objetificadora da mulher.
Tais aspectos desumanizadores, sendo pela animalização de si mesmo pelos instintos por esses desejos, ou assim objetificadora em alheios, criam tensões de discriminação e desigualdade na ruptura do social ao oposto pela supressão da empatia em proporção a ardência do desejo a se tornar vício.
Essa perspectiva egocêntrica gerada pelo desejo e vício tensiona é alienante ao poder exercitado em desigualdade como o mesmo motor entre preconceito e discriminação, afinal o objetivo de quem vende é o dinheiro assim como de quem compra é o produto, seja a prostituição ou mercadorias ambas se tornam objetos a seus desejos respectivos. O poder establecido assim ignora todo mais exercitando-se em si mesmo como poder. Logo, sendo materia prima, meio de produção ou mesmo quem produz se tornam sem o mesmo valor. Assim percebemos que o valor está no próprio desejo desses, enquanto o preço, o meio para este, tanto entre o vendedor e comprador ao produtor e vendedor, sendo mais predominante o que detém em si o poder, sendo este ou não material nos meios de produção. Podemos notar o mesmo padrão dos desejos deterministicos sociais sob mascaras multifacetas em todo tipo de desigualdade, sendo ela entre o burguês e o trabalhador, a presa e o predador, a vítima e o algoz, o oprimido entre o opressor, todos como raiz disso.
Compreendos que a cola aderente disso é o condicionamento, o denominador comum entre vício e trauma através da intensidade do condicionamento pelo desejo. Sendo um como vítima e outro como algoz uma relação anacrônica similar é estabelecida entre opressor e oprimido sendo distinto apenas pelo grau de intensidade estabelecido entre estes, todavia podemos observar a relação subserviente de alguns oprimidos remetem assim a ideia da síndrome de estolcomo, como reféns de uma condição social estável, mas degradante. É a aceitação involuntária através de um conformismo aderente da realidade apenas a reproduzindo como produto em si. Há vítimas que não sabem que são vítimas tanto como algozes que não sabem que o são por esse condicionamento.
Similarmente percebendo como os desejos entrosados nessa dicotomia podem ser expressas de modos diferentes. Uma pessoa que está dentro de algum lugar pode estar livremente sem a intensão de retirar-se, mas que ao ser trancada ela assim o deseja. Perante a pirâmide de smarllow o escravo, prisioneiro e muitos possuem o básico, água, comida, cama e casa, mas mesmo que os dois primeiros o tenham, não estão satisfeitos.
Isso se faz pois a opressão se camufla de muitas formas, em tons ilusórios mediante as relações de graus diferentes de desejos para estabelecer sua relação com o oprimido, umas muito bem refinadas e sutis e outras mais agressivas, mas todas alienantes ao apresentar-se claramente pelo vício e trauma. A presente ilusão condiciona a ideia de liberdade e poder ante a desproporção a que é submetida. Por esse fato a ignorância é desejada, quando não louvada em idolatria, pois um ser autônomo e pensante, crítico e questionador foge ao escopo do torpor entorpecende do mero desejo, sendo indesejado ao opressor dominante. Disso o condicionamento supre até o despertar ante o verdadeiro ópio alienante e entorpecente entre as relações de poder estabelecidades. Tudo é uma questão de cristalização do pensamento na inércia do cotidiano, pois abusando da própria adaptabilidade evolucionária ela absorve como sinônimo do mesmo através da aceitação da realidade.
Da mulher passiva, dócil e subserviente aos abusos tóxicos e negativistas do homem o mesmo tipo de relação venenosa e entorpecente acontece em graus diferentes entre oprimido e opressor, independentemente da figura mítica de discriminação apresenta-se numa relação muitas vezes parasitica e definhadora de diversos modos. O questionamento é indesejado pois subentende-se um desafio a dominação que a proporção de poder contido julga ser inquestionável e indiscutível pois a desobediência contra o direito de alheio é inadmissível. Uma série de sintomas emergem disso pois mesmo a definição exterior de si mesma do oprimido pelo opressor expressa atenção desse poder delimitador em arbitrário desejo próprio.
Um exemplo de ilusão é expressa na social falacia da falsa dicotomia de que a mulher ou é mulher "da vida" ou "do lar" determinando papéis a mesma na sociedade a impor um lugar preestabelecido na mesma podendo ser muito mais.
Quando pelo despertar chegamos as bordas delimitantes desse sistema opressor é quando se torna um perigo real, até lá somos todos como subservientes cabeças de gado guiadas num pasto até o abatedouro.
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