A discriminação é o fim da imparcialidade e isenção. Como o termo diz, o ato de discriminar significa separar, ou seja, por fora de algo. Mas qual a origem da discriminação? A raiz de todas discriminações sendo negro, mulher ou gay está no poder que se perfazem pela dicotomia. Desde Mani que separava tudo generalizadamente de modo falacioso em dualidades ressalta as diferenças não apenas como desigualdade, mas oposições essencialmente conflituosas. Ora, ainda que hajam dualidades anulativas como o negativo e positivo, ou certo e errado, há as complementares e tantas mais anulativas. Mas a conotação primeira como um "eterno retorno" de conflitos se perfaz como entre passivos e ativos. Sendo eles oprimidos e opressores, presas e predadores, baixos e altos, preto ou branco, dos que sobem e descem, as vítimas e vilões, e os que perdem e ganham. Nisso se ressalta um poder vertical que sobressai essencialmente fálico, pois assim o poder, "a potência", também emerge principalmente de modo sexual. Da potência masculina ante a ausência do mesmo da mulher ou o gay. Falamos assim de uma heteronomia não meramente sexual, mas das diferenças a que se refere o termo hetero, como do homossexual, de igual como de homo sapiens. Assim mesmo que sempre haja o idiota que acredita nessa divisão taxativa de dualidades haverá o sábio que crê na homogeniedade não conflituosa de poder que se resume discriminatoriamente entre os que "podem" e os que "não podem". Mas por esse contorno freudiano de verticalização fálica que é sexualmente que a discriminação é mais viva, antiga e forte, de modo que o problema real assim não deveria ser resolvido pela desconstrução do gênero o ressaltando sexualmente, mas o atenuando como modo de autonomia responsável, não definida em contraste de poder e diferença, mas em si mesma. Pois do contraste que nasce o contraditório tanto como a diferença como desigualdade ao abandonar a identidade individual como definida pelo coletivo como muitos fazem em grupos como modo de reafirmar seu ego como uma essência de elite, o mesmo tom taxativo do qual nasce o duplo padrão moral do qual o errado é apenas o alheio, nunca "nós", o que não passa de células de centralização de poder ressaltados pelos instintos que quebram o pensamento que circule corrente num estagnado e acritico.
Enquanto mesmo nos evangelho cristão era reforçada a ideia de Deus não fazer acepção de pessoas e mesmo num proscrito Evangelho de Tomé Jesus se referir que Madalena liberta seria de igual por igual ao homem ao conceito assexual do Espírito Santo que expressa o problema do machismo não ser cristão, mas da cultura ao qual fora forjado, do poder vertical e sexual do obelisco o "macho dominante e alfa" é quase onipresente em todas culturas como resquício animal da humanidade que persistente como um fantasma capitulado dos tempos das cavernas ou da serpente que inseriu a ideia do fruto dicotômico do "bem e mal".
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