A fé não é ciência, ou deixará de sê-la, pois crer não é conhecer ou saber, pelo mesmo modo que temos 'ciência' de algo que conhecemos diretamente ou por fatos. Logo, uma ciência do incógnito ou desconhecido inexiste em termos, pelo mesmo motivo que não existe ciência da ignorância ainda que não saber não prove inexistência. De um lado a fé como crer sem ver e ter provas a exemplo de Deus tornaria desnecessária caso tivéssemos provas diretas de que existe, mas ainda que como subjetividade ao contrário do negacionismo não é contra as provas e evidências objetivas, mas as vezes contra as probabilidades. A ideia de Deus assim ante o avanço da ciência pode recuar, mas em razão a natureza comum ao panteismo paganista que a tudo lhe diz ser, mas não ante o sobrenatural. Ora, assim a legítima fé não seria contra a razão da lei nem da verdade dos fatos de modo a conflagrar uma pseudociência, mas sim espiritualidade do intangível. Assim podemos ser cientistas e cristãos bastando não contradizer-se nisso, mas tendo claro discernimento de ambos. Tanto como há diferença entre o secular e o sagrado, do cotidiano e vulgar ao transcedente, ao contrário do fanático e radical não acreditamos em pecados santos, crimes divinos e maldades sagradas mesmo porque o cristão verdadeiro não se contradiz nisso. A moderação e simetria é a proporção da sanidade, quando não santidade.
Seleciono abaixo uma série de axiomas argumentativos e silogistas no aspecto teológico bíblico:
1 - Deus sendo auto-existente e auto-criado não depende de nossa adoração, ações, sacrifícios ou crença para sê-lo ao contrário de seu oposto, o diabo. Deus entregou-se a si mesmo por todos que nEle creem para nos salvar ao contrário de seu oposto que nós entrega e sacrifica para si mesmo;
2 - Não somente pela criação vista concluímos um verdadeiro Deus, mas pela capacidade de difundir sua mensagem como prova disto, a exemplo do cristianismo; Capaz de mais comverter mentes e corações livremente do que seu oposto;;
3 - Deus sendo milagres é sobrenatural não contradizendo a natureza ao contrário do oposto a Ele. Apenas o diabo precisa criar o inferno na vida de alguns para nele reinar.
4 - Dois Deuses equivalentes em poder e ciência, mas antagônicos, é inconsistente na premissa metafórica de dois jogadores de xadrez onde cada qual preveria todas jogadas do opositor e vice-versa de modo indefinido;
4 - Assim como Jesus sendo a verdade, o diabo seu oposto como pai da mentira, não é um deus antagônico meramente pelo fato que o oposto a Cristo é Anticristo, tal como o oposto a Deus, antideus, pois a mentira mais que contrária a verdade é sua inexistência, mas quer ser.
5 - Deus ama mais o pecador que o pecado, o diabo mais o pecado que o pecador, pois seu poder depende essencialmente disso através do homem;
6 - Alegações inconsistentes de supostas tiranias do Deus bíblico são incoerentes com as mesmas alegações deterministas contra o livre-arbítrio e liberdade moralmente responsável do ser humano, pois estas sim são a única denominação filosófica de servidão e tirania;
7 - Para os cristãos há apenas um caminho, para o diabo muitos, pois o primeiro pede apenas arrependimento, fé e obras condizentes, o oposto o pecado, seja por escassez (roubo e afins) ou excesso (luxúria, ganância, gula), prazer (excessos) ou dor (ódio, inveja, raiva...).
8 - A Terra como campo de batalha espiritual demonstra que não nascemos nem apenas para o prazer assim como somente para o sofrimento caso contrário o inferno e o paraíso pos-vida seriam desnecessários;
9 - Deus sendo independente de nós como Deus, e por respeitar nosso livre-arbítrio permite tudo ainda que permissão (a exemplo dos males, injustiças e doenças) não seja aprovação, mas possa aprovar que por ela passe, mas reprovar que ela impõe.
10 - A fé é crer sem provas, não contra as provas em negacionismo como o diabo e sua mentira, mas caso provasse a existência de Deus a fé seria desnecessária.
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